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Guerra da Ucrânia: como Lula tem se manifestado sobre o conflito desde antes da eleição

Declarações do presidente sobre o confronto acontecem desde o início da guerra; no último domingo, Lula voltou a atribuir responsabilidade à Ucrânia

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Por Ana Luiza Antunes

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Mesmo antes de vencer as eleições em outubro de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez inúmeras declarações sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Desde o estopim do confronto, o petista já chegou a dizer que o País resolveria a guerra em uma “mesa de bar”, e comentou que o combate estava acontecendo no “quintal da Europa”. Em sua última fala, Lula voltou a afirmar que a Ucrânia também é responsável pela guerra contra a Rússia.

Lula em Pequim, na China, durante encontro bilateral com o presidente Xi Jinping. Foto: Ken Ishii/Pool Photo via AP

Março de 2022

Um mês após a invasão russa ao país ucraniano, em março de 2022, Lula frisou em discurso que, no Brasil, os motivos para o conflito seriam resolvidos em uma “mesa de bar”. “A razão dessa guerra seria resolvida no Brasil em uma mesa tomando cerveja”, disse. Na época, a declaração do petista foi recebida com desconforto pela ex-embaixatriz do país europeu no Brasil, Fabiana Tronenko, que enfatizou que Lula estava sendo desrespeitoso.

Maio de 2022

Em entrevista à revista americana Time, o então pré-candidato à Presidência da República disse pela primeira vez que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky “é tão responsável pela guerra quanto (Vladimir) Putin”. “Ele (Zelensky) quis a guerra. Se ele não quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais”, comentou à revista.

Agosto de 2022

Em outro momento, naquele mesmo ano, Lula falou em evento com deputado europeus que a guerra na Ucrânia estava acontecendo no “quintal da Europa”. “Para nós é muito claro que não concordamos com a ocupação territorial de um país por outro. Acho que a guerra foi precipitada. Faltou conversa, liderança e interesse de evitar a guerra. As coisas sempre começam quando alguém quer. E penso que é lamentável que esta guerra esteja acontecendo no quintal da Europa”, opinou.

Setembro de 2022

Um mês antes das eleições presidenciais, Lula avisou que, caso fosse eleito, iria conversar com a Rússia e a Ucrânia pelo fim da guerra. Segundo ele, o diálogo seria pautado sob o argumento de que o conflito não interessava a ninguém, “apenas aos vendedores de armas, e nós queremos vender cultura, livros e comida à humanidade”, declarou.

Fevereiro de 2023

Após um ano do início da guerra, e já presidente, o petista reforçou que era “urgente” que países não envolvidos assumissem o papel de encaminhar negociações para o restabelecimento da paz na região. “No momento em que a humanidade, com tantos desafios, precisa de paz, completa-se um ano da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. É urgente que um grupo de países, não envolvidos no conflito, assuma a responsabilidade de encaminhar uma negociação para restabelecer a paz”, esclareceu.

Abril de 2023

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Em declarações recentes, o presidente chegou a dizer em um café da manhã com jornalistas que a invasão russa à península da Crimeia “talvez” não deveria ser discutida. “O que Putin quer? Ele não pode ficar com o território da Ucrânia. Talvez nem se discuta a Crimeia, mas, o que ele invadiu de novidade, vai ter que repensar”, afirmou.

O porta-voz da diplomacia da Ucrânia, Oleg Nikolenko, rebateu o comentário do presidente e disse que “não há nenhuma razão legal, política ou moral pela qual temos de ceder pelo menos um centímetro de terra ucraniana”, disse, após agradecer o apoio do Brasil em encontrar uma solução para o conflito.

16 de abril

Em viagem aos Emirados Árabes, ao conceder entrevista para a imprensa, o presidente enfatizou que era preciso que os EUA parassem de “incentivar a guerra”. “É preciso que os EUA pare de incentivar a guerra e comece a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para que a gente possa convencer o Putin e o Zelensky de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando por enquanto aos dois.”

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