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Haddad diz que adversários querem trazer uma 'guerra santa' para SP

Petista insinua que coordenador da campanha de Russomanno não tem clareza sobre o Estado laico

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Por Redação
Atualização:

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 14, que seus adversários tentam trazer uma "guerra santa" para a capital paulista, estimulando uma cultura de intolerância religiosa que não teria raízes na história brasileira.

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"Me parece um equívoco grave que alguns dirigentes de partido introduzam no debate político um debate doutrinário que é próprio das igrejas fazerem com seus fiéis. Não é no debate eleitoral que alguém deve buscar adeptos para a sua igreja. Vamos deixar de lado esse pessoal que quer trazer para o Brasil o que o Brasil desconhece e não quer conhecer, que é a guerra religiosa", disse, após visita a uma casa de idosos em Ermelino Matarazzo, zona leste.

Na quinta-feira, 13, a Arquidiocese de São Paulo, entidade máxima da Igreja Católica na capital, divulgou nota de repúdio a um texto do pastor Marcos Pereira, presidente nacional do PRB e coordenador de campanha de Celso Russomanno (PRB). O artigo havia sido publicado no blog de Pereira em maio do ano passado, mas voltou a circular com força nas redes sociais na última semana.

Nele, Pereira afirma que a Igreja Católica tem o "controle das ações do governo, seja federal, estadual ou municipal" e responsabiliza indiretamente a instituição pela tentativa de distribur em escolas brasileiras o chamado "kit gay", material didático de combate à homofobia criado quando Haddad estava à frente do Ministério da Educação. "Estamos vivendo a política da catequização da Igreja de Roma e, por isso, certamente, estamos vivendo os últimos dias", diz o artigo de Pereira. "Simplesmente nos impõem a ditadura das minorias."

O petista insinuou que Pereira não tem clareza sobre o princípio do Estado laico, um dos fundamentos da República brasileira. "Se a pessoa não tem clareza desse princípio, se não tem formação democrática nessa direção, ela vai cometer equívocos", alertou. "O Estado laico implica em combate à intolerância religiosa, e não o contrário", disse.

Para ilustrar sua opinião, Haddad citou a história de seu pai, que emigrou do Líbano nos anos 40 por pertencer a uma minoria cristã que não se sentia acolhida. "Aqui, judeus, muçulmanos e cristãos convivem normalmente. Por que vamos introduzir no Brasil a cultura do conflito, se não temos esse histórico?", questionou.

Descoordenação. Mais tarde, durante sabatina promovida pela Record News e portal R7, Haddad dirigiu críticas ao seu adversário tucano, José Serra, que na véspera havia dito que a presidente Dilma Rousseff (PT) não deveria "meter o bico" em São Paulo. Para o petista, Serra enfrenta "um grau de descoordenação de ideias muito grande".

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"Ele foi muito deselegante. Como é que o candidato a prefeito da maior cidade do País fala assim com a presidenta? Você não pode falar isso. É a mesma coisa que eu usar termos ofensivos contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso", disse.

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