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Itamar cobra ação de FHC para renegociar dívida

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), disse neste domingo que poderá solicitar a intervenção direta do presidente Fernando Henrique Cardoso no processo de renegociação da dívida do Estado com a União. Após quatro anos de oposição ferrenha, Itamar se reconciliou recentemente com Fernando Henrique. A administração estadual negocia ajustes no contrato de renegociação que somariam créditos estimados em R$ 2 bilhões que, segundo Itamar, estariam sendo bloqueados pela equipe econômica do governo federal. "Nossas contas já são reconhecidas", afirmou. "Mas existe um certo bloqueio e percebe-se que é feito na equipe econômica. Então é preciso subir, talvez, mais um degrau até o presidente da República para que ele possa resolver", disse o governador, em Juiz de Fora, onde participou de uma exposição de carros antigos. A dívida mineira com o governo federal, de acordo com técnicos da Secretaria da Fazenda, soma mais de R$ 30 bilhões e o caixa do governo vem encontrando dificuldades para honrar os compromissos, como o pagamento do funcionalismo e custeio. O déficit mensal da administração estadual é de R$ 83 milhões. "Com isso (impasse na renegociação da dívida) se obriga rever a cada dia, cada noite, essas contas e verificar como poderemos chegar até o fim do ano", disse o governador. Ele iniciou no fim de semana a participação na campanha do candidato do PSDB à sucessão estadual, Aécio Neves, que vem intermediando diretamente com o presidente da República um acerto de contas do Estado com a União. Nesta segunda-feira ele participará da inauguração de um comitê da campanha de Aécio em Juiz de Fora. Itamar chegou a anunciar a interrupção da presença na candidatura tucana por conta das dificuldades financeiras. No sábado à noite, Itamar afirmou que possui a maior "fraternidade" com o candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes - que foi seu ministro da Fazenda na época em que ocupou o Palácio do Planalto -, mas explicou que a decisão de apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se deve à presença do senador José Alencar (PL) na chapa petista. "A presença de um mineiro faz com que a balança pese para o lado de Lula", disse.

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