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Janelas são fechadas com tapumes em casa de operador da Odebrecht em Genebra

Procurado pela Interpol, Bernard Freyburghaus tenta evitar que movimento de sua casa seja percebido

Por Jamil Chade e correspondente
Atualização:

Genebra - Bernardo Freyburghaus, operador das propinas da Odebrecht e buscado pela Interpol, colocou tapumes nas janelas de seu apartamento em Genebra para evitar que o movimento dentro de seu apartamento na Suíça seja visto. 

Nesta sexta-feira, a reportagem do Estado o procurou no endereço que ele indicou para a polícia brasileira no início do ano, quando foi convocado a depor. Mas ninguém se apresentou depois de a reportagem tocar o interfone. As luzes da cozinha estavam acesas e algumas das janelas estavam abertas. 

Casa de Bernard Freiburghaus na Suíça à esquerda, onde as janelas são tampadas com tapumes Foto: Jamil Chade/Estadão

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Na caixa de correio, seu nome ainda está registrado ao lado de sua mulher, num apartamento de luxo em Genebra e avaliado em US$ 3,5 milhões à beira do rio Ródano. 

Há dois meses, a reportagem do Estado o acompanhou pelas ruas de Genebra. Ao se dar conta que se tratava de um jornalista, ele passou a ofender a reportagem e xingar em plena rua. Freyburghaus insistiu que não conhecia nenhum dos nomes citados na investigação, como os ex-diretores e gerentes da Petrobras. "Não conheço ninguém", disse. 

Ao ser questionado sobre o fato de que os delatores do caso da Petrobras terem o citado, ele apenas alertou que a imprensa estava "sendo usada". "Vocês são uns merdas. Você é um merda", atacou. 

Naquele momento, ele não hesitava em aparecer na janela de seu apartamento e chegava a fazer churrasco.

O Ministério Público, dias depois, pediria que a Suíça o interrogasse e ainda congelasse seus bens por conta de seu envolvimento no processo de investigação. Segundo a delação premiada de pelo menos dois ex-diretores da Petrobras, a Odebrecht havia indicado o operador como a pessoa que deveria ser procurada para a abertura das contas na Suíça. Ele tinha até mesmo o direito de movimentar as contas em nome dos correntistas. 

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Quando a operação eclodiu, ele alegou que era suíço e que tinha "residência permanente" em Genebra. Seu escritório no Rio de Janeiro passou a ficar vazio e a alegação dos advogados era de que o número de clientes havia caído. 

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