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Jovens criam cursinho gratuito para ajudar alunos de baixa renda

Iniciativa de professores de Caieiras, na região metropolitana de SP, prepara estudantes para o Enem

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Por Manoela Bonaldo
Atualização:

Contribuir para que estudantes de baixa renda se preparem melhor para prestar vestibular e acessar o ensino superior é a motivação que une um grupo de jovens moradores do município de Caieiras, localizado na região metropolitana de São Paulo.

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A ideia surgiu de dois amigos, que sentiam falta de um curso do tipo e percebiam a dificuldade que estudantes da escolas estaduais tinham para conseguir uma vaga em universidades públicas.

“Nos juntamos para fazer esse projeto acontecer e tivemos a sorte de ter amigos que tinham interesse e acreditaram na ideia”, relatou o professor de Física Rodrigo dos Anjos Silva, um dos fundadores da iniciativa.

O curso, que tem foco na preparação dos estudantes para enfrentar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), possui sete professores voluntários, que ministram aulas de Física, Química, Redação, Geografia, Biologia, Português e Matemática. A equipe ainda conta com uma psicóloga, Mayara Casarotto.

Professores do cursinho pré-vestibular realizam aulas aos sábados; objetivo é preparar estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) gratuitamente Foto: Reprodução / Pré-vestibular Caieiras

As aulas do cursinho são realizadas aos sábados, das 9h às 15h30, em um centro esportivo da região central de Caieiras, que fica a apenas 35 quilômetros da capital paulista. A ideia era iniciar as aulas em 2020, mas o projeto teve de ser adiado para o ano seguinte por causa da pandemia.

“Sentimos que estamos contribuindo de forma ativa e positiva para que os alunos de áreas periféricas tenham certa bagagem para o vestibular e futuro acesso ao ensino superior, além de haver trocas ricas que materializam ideias na relação aluno-professor”, afirmou a psicóloga Mayara.

De início, o cursinho recebeu 70 inscrições de alunos do terceiro ano de escolas públicas da cidade, mas, após algum tempo, o número de estudantes se estabilizou em 30 participantes. “Muitos passaram a trabalhar, fazer cursos de sábado, alguns achavam um pouco distante, outros por questões financeiras”, justificou.

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Futuro

A psicóloga afirmou que o próximo passo agora é conquistar uma estrutura mais adequada para as aulas, visto que atualmente o cursinho divide a estrutura de um ginásio de esportes – e o excesso de barulho é um problema.

“Nosso sonho é que o cursinho se transforme em algo orgânico, presente e conhecido na região, para que mais alunos periféricos possam tomar conhecimento dele, participando e atuando ativamente”, disse Mayara. “Queremos que os alunos tenham autonomia dentro do nosso projeto e que um dia ele seja independente de nós”, completou a psicóloga.

Para planos a longo prazo, o professor Rodrigo Silva disse que o foco é na continuidade do cursinho. “Que ele ajude os alunos de escolas públicas de Caieiras a sonhar com as universidades públicas, e dê uma oportunidade de qualidade e acessível para todos”, afirmou.

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