O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), não deverá abrir mão da disputa pela reeleição nas eleições de outubro deste ano, sobretudo depois das recentes pesquisas de opinião (Datafolha e Ibope) que mostram uma avaliação positiva de sua administração. A posição foi manifestada nesta segunda-feira, 7, pelo presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ). "Com uma administração muito bem avaliada por vários institutos de pesquisa, é natural que Kassab chegue ao primeiro turno dessas eleições com uma aprovação em torno dos 25%. Portanto, é um erro pensar na hipótese de retirada de sua candidatura", disse. Veja também: Marta empata com Alckmin na disputa em SP, diz Datafolha Marta lidera com 31% da intenção de votos em SP, diz Ibope Além de confirmar a disposição de seu partido em ter candidatura própria à sucessão municipal da Capital, Maia também rechaçou as informações divulgadas na semana passada de que o prefeito Kassab poderia deixar de concorrer neste pleito para disputar o Senado Federal em 2010. De acordo com essas informações, o atual prefeito desistiria dessas eleições para abrir caminho para a reedição da tradicional aliança PSDB-DEM, numa chapa única encabeçada pelo ex-governador tucano Geraldo Alckmin e um vice indicado pelos democratas, como o atual secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. "Colocaram para o Kassab algo que quem está colocando não aceitou. O Alckmin é franco favorito em 2010 (para o governo do Estado) e não aceitou a hipótese de que o melhor para a aliança era a manutenção do prefeito Kassab como candidato à reeleição. Essa hipótese não foi aceita (pelos tucanos). Por isso, você não pode propor a terceiros, aquilo que você próprio, a princípio, não aceitou", afirmou Rodrigo Maia. O presidente do DEM iria se reunir nesta segunda-feira, 7, na capital paulista, com o presidente do diretório municipal do PSDB de São Paulo, José Henrique dos Reis Lobo, para discutir a sucessão municipal. Alegando razões pessoais, Maia cancelou o encontro, mas disse que a conversa ocorrerá até o início da semana que vem. Apesar de as duas legendas não mostrarem disposição em abrir mão da candidatura própria, Maia afirmou que seu partido vai continuar negociando "até o limite máximo, se preciso até 30 de junho", para um acordo que permita a reedição da aliança. Contudo, a hipótese mais provável é que as duas legendas se unam num eventual segundo turno. Curto-circuito Numa defesa da candidatura de Kassab, o presidente do DEM avaliou que a eventual retirada dele do páreo poderia criar "um curto-circuito interno na própria estrutura da administração municipal" e não beneficiar Alckmin. "Tanto não é verdade (a avaliação tucana de que Kassab deveria abrir mão dessa disputa), que a Marta cresceu (nas pesquisas de intenção de voto) em cima do Alckmin. E há um mês atrás ninguém dizia isso. Por isso essa questão não é tão simples como parece." O presidente do DEM rebate também o argumento de que a atual administração municipal é bem avaliada por causa dos quadros do PSDB que comporta. "Dizem que a Prefeitura tem muitos tucanos, mas a ação do prefeito é a responsável por segurar a base do trabalho. Isso é fruto da relação que o Kassab tem com todos os escalões do executivo municipal." Por isso, Maia disse que as avaliações sobre o tema não podem ser simplistas. "As recentes pesquisas de intenção de voto são uma boa mostra de que Kassab tem tudo para chegar ao segundo turno."