PUBLICIDADE

Líder admite que PT quer negociar relatório da CPI

Ideli Salvatti disse o partido pretende pressionar, com o relatório em separado que elaborou, mudar pontos do documento elaborado por Osmar Serraglio

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse nesta terça-feira que a base governista pretende, com o relatório em separado que elaborou, provocar uma negociação para substituir alguns pontos do relatório-geral do deputado Osmar Serraglio (PMDB-R), permitindo a produção de um relatório síntese para a CPI dos Correios. Segundo a senadora, é unanimidade na bancada governista que é preciso que a CPI aprove um relatório de seus trabalhos, para que não se transmita a imagem de impunidade. Entretanto, segundo ela, a produção de um relatório com deficiências, como julga que há no trabalho de Serraglio, também é ruim do ponto de vista da impunidade, porque facilitaria o trabalho de advogados de defesa das pessoas mencionadas no relatório. "Em vez de adjetivos, é preciso provas", sustentou a líder. Segundo ela, entre os pontos em que a bancada quer mexer no relatório de Serraglio está o conceito do esquema de Marcos Valério Fernandes de Souza. Ela lembrou que o relatório de Serraglio considera que o esquema existiu a partir de 2002, quando na verdade, segundo ela, é um esquema iniciado por Valério entre 1997 e 1998, para apoiar candidatos tucanos em Minas Gerais. "Marcos Valério não é um publicitário, é um lobista", afirmou ela. Outra questão que os governistas querem mudar no relatório geral é a questão sobre os fins para os quais foi usado o dinheiro canalizado de contas de Marcos Valério. Segundo ela, não há provas de que houve compra de votos. Mas está evidente que houve caixa 2 e utilização desse dinheiro para pagamento de dívidas de campanha. Ela, no entanto, reconhece que há recursos cuja destinação não é conhecida e que precisam ser investigados. Indiciamentos Mais um ponto em que os governistas querem mexer diz respeito à utilização dos recursos, tanto em relação aos realizados no período 2003/2004 como em episódios de anos anteriores. Segundo Ideli, em todos esses casos, os empréstimos não foram pagos e é preciso recomendar que se investigue em troca do que isso ocorreu. Os governistas querem mexer, também, na questão dos indiciamentos, retirando, por exemplo, a recomendação para que sejam indiciados os ex-ministros da Casa Civil José Dirceu e de Comunicação de Governo Luiz Gushiken que, de acordo com a senadora, seriam mencionados no relatório com recomendação para que fossem investigados. De acordo com a líder, a busca de um relatório negociado entre governo e oposição foi prejudicada pelas declarações feitas ontem pelo relator Osmar Serraglio que, segundo ela, se mostrou totalmente contrário a mudanças, além de se utilizar de ameaças de indiciamento do presidente Lula da Silva por crime de responsabilidade, se fosse mudada a denominação de mensalão para caixa 2.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.