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Líder do PL diz que partido ‘construirá' nome alternativo a Bolsonaro para presidência em 2026

Altineu Côrtes diz que o ex-presidente continua dando a direção ao partido, mas que 20 deputados da bancada votam com Lula porque são do Nordeste

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Foto do author Caio Spechoto
Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Caio Spechoto (Broadcast) e Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes (RJ), admitiu que seu partido irá buscar um nome alternativo para disputar a presidência da República em 2026 por conta de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O parlamentar reclamou da decisão da Corte, mas afirmou que a legenda pode ter outras nomes para disputar a próxima eleição presidencial.

“Óbvio que ninguém do partido ficou feliz com essa decisão da Justiça de tornar o presidente Bolsonaro inelegível, mas a gente tem certeza absoluta de que o PL vai achar o seu caminho”, disse o deputado em entrevista do Broadcast/Estadão. “O partido vai conseguir construir um nome que, não tenho dúvida, vai representar os anseios da população brasileira de direita”.

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O deputado declarou que o nome surgirá naturalmente. “O nome do PL para 2026 está por aí, daqui a pouco Deus vai apontar ele”, afirmou o líder do PL na Câmara.

Altineu Côrtes também disse que o caso das joias não afeta a imagem da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que já foi citada como possível nome para disputar cargos em 2026 pelo PL. O líder da bancada, porém, negou que ela esteja se movimentando por uma candidatura.

Bolsonarismo na bancada

O líder do PL disse que a influência de Jair Bolsonaro na bancada segue alta mesmo com a inelegibilidade e os processos contra o presidente. “É o nome que comanda a política no PL em nível nacional junto com o presidente Valdemar. É quem construiu o partido deste tamanho, o partido deve o tamanho que tem ao presidente Bolsonaro”, declarou Altineu.

Para Cortês, cerca de 20 dos 99 deputados do PL votam com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em algumas matérias por serem do Nordeste e necessitarem de boas relações com o governo local e federal. “Não significa que eles estarão contra o partido nas questões principais, na defesa do conservadorismo, da família, na nossa luta contra as drogas, contra o abordo, na defesa de liberdade de expressão”, disse o líder da bancada. Ele mencionou a possibilidade de punir deputados que não sigam a orientação da legenda quando o partido fechar questão sobre determinado tema.

O deputado negou que o PL tenha ficado isolado na oposição depois de Lula nomear ministros do PP e do Republicanos. Citou que, dependendo da conjuntura política em 2025, o partido poderá lançar candidato próprio a presidente da Câmara em vez de continuar no grupo aglutinado em torno de Arthur Lira.

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O líder do PL disse que vai propor a Lira ações para a Câmara fazer um “resgate do Poder Legislativo”, para haver “equilíbrio entre os Poderes”. Altineu Côrtes também rejeitou a ideia de integrantes do partido indicarem aliados para cargos no governo federal.

Altineu Côrtes disse ainda que o partido terá candidato a prefeito do Rio de Janeiro e que o general da reserva e ex-ministro Walter Braga Netto continua um nome forte dentro da legenda mesmo depois de ser alvo de operação da Polícia Federal. Ele deu a declaração em entrevista ao Papo com Editor, programa do Broadcast Político.

“O Braga Netto é um nome do partido muito forte, apesar de o partido ter outros nomes que se colocam à disposição [para disputar a prefeitura do Rio], como o senador Carlos Portinho”, afirmou o deputado.

Ele também disse que o senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, não se coloca mais como possível candidato a prefeito. “Ele achou por bem retirar a sua candidatura porque trata muito das candidaturas do partido em outros Estados”, declarou Altineu Côrtes.

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O líder do PL na Câmara disse que é possível o PL lançar uma candidatura própria à prefeitura de São Paulo. Há negociações com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que tentará reeleição. A conversa, porém, dá sinais de estresse.

Taxação de ricos

Côrtes questionou o projeto do governo de taxar os fundos exclusivos e disse que seu partido não votará a favor de aumentar impostos “para ninguém”. De acordo com ele, há “muita controvérsia” sobre a taxação. Os fundos exclusivos são conhecidos como “fundos dos super-ricos” e têm tributação mais frouxa do que a de investimentos menores no mercado financeiro.

“Quem são os super ricos? São os empresários que geram empregos? Se aumentar a taxação sobre eles, eles vão continuar investindo no Brasil ou vão sair do Brasil?”, questionou o líder da bancada do PL. Segundo ele, essa prática “já deu errado na Europa”. “O PL não votará a favor de aumento de impostos para ninguém”, disse. O partido tem o maior número de deputados na Câmara (99). É a principal sigla de oposição ao Planalto.

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