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Lula anunciará primeiros ministros nesta sexta, diz Gleisi; Haddad deve ser confirmado

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, confirmou que anúncio dos ministérios começa amanhã; nomes para Defesa, Justiça e Casa Civil também devem ser anunciados

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Por Lauriberto Pompeu
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai divulgar amanhã, 9, os primeiros nomes de seu ministério. O anúncio está previsto para as 10h15 no Centro Cultural Banco do Brasil, sede da transição de governo. A informação foi confirmada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Os primeiros nomes a serem definidos são os de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, de Flávio Dino na Justiça, de José Múcio na Defesa, de Mauro Vieira no Itamaraty e Rui Costa na Casa Civil. Como revelou o Estadão, os quatro primeiros nomes tinham sido citados pelo próprio Lula em conversa com senadores, ministros do Supremo Tribunal Federal e outros aliados do presidente eleito na semana passada.

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“O presidente deve começar amanhã a divulgar. Ele acabou de me chamar para o final da tarde para a gente conversar porque está querendo pelo menos amanhã anunciar alguns nomes de ministros. Não sei o que ele está pensando, vou ver com ele. Ele estava querendo deixar para depois da diplomação (no dia 12), mas ele acha que tem muita especulação, muita coisa, então aquilo que ele já tem certeza, que está certo, ele está querendo divulgar amanhã”, declarou Gleisi, durante intervalo de uma reunião do diretório nacional do PT. Lula participou da reunião por vídeo-chamada.

Gleisi também afirmou que uma nova leva de ministros deve ser anunciada na próxima semana. “Não falamos (de nomes), ele apenas nos disse que pretende anunciar alguns ministros amanhã, que ele acha que é importante, alguns ministros que ele trabalhou mais e já conversou, mas o restante vai ficar para semana que vem”.

A presidente do PT, Gleisi Hoffman, disse que o presidente eleito Lula irá anunciar na sexta, 9, os primeiros ministros de seu governo. Foto: Evaristo Sá / AFP

A dirigente partidária afirmou que não sabe os nomes que serão definidos, mas avaliou que pastas importantes, como Fazenda e Justiça devem estar incluídas no anúncio. “Os que são mais evidentes, talvez Defesa também, que é importante”, disse. “Agora domingo entrega os relatórios finais de todos os grupos (da transição). Então é bom ter mesmo os ministros responsáveis por cada área, que vai ter que fazer os encaminhamentos”, afirmou.

Em relação ao espaço que o PT terá na Esplanada dos Ministérios, a presidente do partido afirmou que há uma definição de pastas prioritárias, mas que uma lista de nomes de petistas sugeridas ao presidente eleito ainda não foi terminada. A previsão é que isso aconteça na próxima semana. “Combinamos entre nós que a gente vai levar para o presidente uma plêiade de nomes, um rol de nomes. Não é ‘esse aqui tem ser aqui’, nós temos quadros a disposição, gente com capacidade, com condições e achamos que essas áreas são as áreas que o PT pode contribuir mais. Acredito que na semana vem a gente já fecha um rol de propostas para levar para ele (Lula)”, declarou Gleisi.

A deputada do PT do Paraná disse que, além da Fazenda, ministérios da articulação política e que ficam em contato direto com o presidente, como a Casa Civil, além das pastas da área social, são prioridade para o partido. “Tem áreas que nós achamos que são estratégicas e importante o partido estar presente. Claro que núcleo de governo, Fazenda, Casa Civil, como é o partido do presidente da República acho que isso até é natural. Além de ser do partido tem que ser de muita confiança do presidente”, citou.

“A gente tem feito uma discussão sobre ministérios que também achamos importantes, que tem a ver com a nossa história, com as nossas causas, que são ministérios da área social. Achamos importante educação, saúde, MDS (Ministério de Desenvolvimento Social), MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário), Cidades. São ministérios que têm relação com as nossas propostas maiores”, completou a presidente.

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Entre os nomes que são considerados certos dentro do partido para ocuparem cargos no primeiro escalão estão de Alexandre Padilha nas Relações Institucionais, que será responsável pela articulação política, e o de Rui Costa para a Casa Civil, pasta que assumirá perfil gerencial no próximo governo. Apesar disso, em outras pastas, como Desenvolvimento Social, responsável por programas como Bolsa Família, Saúde e Educação há disputa para indicar o ministro. A escolha da pasta que vai cuidar de articulação política não deverá ser definida amanhã. Padilha é o favorito para o posto, mas uma ala da sigla quer o deputado José Guimarães (PT-CE) na função.

“Claro que o PT tem a compreensão de que os aliados têm que participar do processo, mas obviamente também sabemos o tamanho que nós somos, o tamanho que é o PT, a importância que tem nesse processo. É o partido maior da coligação, é o partido do presidente, nós também queremos colocar nossos nomes, nossas propostas para esses ministérios”, declarou Gleisi.

Ao comentar sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que quer abrir espaço fiscal para pagar o novo Bolsa Família de R$ 600, a presidente da legenda minimizou a possibilidade de uma tramitação difícil na Câmara. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), tem sinalizado dificultar o processo por conta da possibilidade de o Supremo Tribunal Federal vetar o orçamento secreto, esquema de compra de apoio político revelado pelo Estadão. “As vezes que eu estive com o presidente Lira, acompanhando o presidente Lula, ele foi muito enfático em dizer que o que viesse do Senado a Câmara daria resposta a altura, aprovaria”, disse.

“Não temos governabilidade sobre o Supremo, a discussão sobre as emendas de relator, RP-9, já estava no Supremo. O Supremo tem autonomia. Estamos resgatando a relação política como solução dos problemas do povo. Acho que isso foi importante o presidente Lula fazer, a primeira visita que ele fez, vamos lembrar, foi para o Congresso Nacional, foi com o presidente da Câmara, foi com o presidente do Senado, mostrando a importância que ele dá a essa interlocução”, declarou.

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