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Ministro nega que tenha falado sobre operação da PF com Bolsonaro durante viagem aos EUA

Anderson Torres classificou como ‘especulação’ a suspeita de ter repassado informações sobre a operação Acesso Pago ao presidente

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Foto do author Felipe Frazão
Atualização:

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, negou neste domingo, 26, que tenha conversado com o presidente Jair Bolsonaro sobre a Operação Acesso Pago, durante viagem aos Estados Unidos. Torres classificou como “especulação” a suspeita de que possa ter repassado a Bolsonaro informações a respeito da investigação da Polícia Federal sobre o gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC).

“Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro categoricamente que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem”, afirmou Torres, em seu perfil oficial no Twitter. O ministro não esclareceu se tratou dos planos da PF e da investigação com o presidente, antes ou depois da missão aos Estados Unidos.

O ministro Anderson Torres classificou como 'especulação' as suspeitas de ter influenciado o alerta do presidente Jair Bolsonaro ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro sobre o risco de ser alvo de operação de busca e apreensão da PF, subordinada a Torres no Ministério da Justiça. Foto: Marcos Corrêa/PR

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Essa foi a primeira manifestação do ministro sobre o caso. Até então, nem Bolsonaro, nem a Presidência da República e tampouco o Ministério da Justiça e Segurança Pública haviam se pronunciado.

O Ministério Público Federal encontrou indícios de que o presidente possa ter interferido ilegalmente na investigação e que a operação da PF vazou. Por isso, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal.

O delegado responsável pelo caso, Bruno Calandrini, diz que houve tratamento privilegiado ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por parte da cúpula da PF. Ele argumentou não ter autonomia para tocar a investigação.

Um dos alvos presos na operação, o ex-ministro Milton Ribeiro disse que o presidente lhe contou, num telefonema, que acreditava haver chances de “busca e apreensão” contra ele. O diálogo foi interceptado pela Polícia Federal, subordinada a Torres.

“Hoje o presidente me ligou… Ele tá com um pressentimento novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa”, relata o ex-ministro em ligação à filha. No dia da chamada, 9 de junho, Bolsonaro estava em viagem aos Estados Unidos. Anderson Torres acompanhou a comitiva presidencial na visita de Estado.

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Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na quarta-feira, 22, na Operação Acesso Pago, que chegou a prender Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, além de outros dois suspeitos. Eles foram liberados após conseguirem habeas corpus para aguardar as investigações em liberdade.

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