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MST e CUT se unem e invadem 12 fazendas em São Paulo

A ação de 1.050 famílias, em pleno carnaval, surpreendeu a polícia e fazendeiros

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) se juntaram para ocupar 12 fazendas do Pontal do Paranapanema e na Alta Paulista, no oeste do Estado de São Paulo. A ação atingiu 10 municípios. O MST mobilizou 1.050 famílias, de 23 acampamentos, e os sindicatos da região, outros 800 trabalhadores rurais, para ocupar os 15.600 hectares. Estão previstas, para esta segunda-feira, 19, novas invasões na região de Araçatuba. É a primeira grande ação conjunta do movimento social com sindicatos ligados ao PT no Estado de São Paulo. O líder do MST, José Rainha Júnior, disse que as invasões visam a cobrar "mudanças rápidas" no Ministério da Reforma Agrária e exigir que a reforma seja encarada pelo governo como uma emergência. Outro objetivo é chamar a atenção para os problemas sociais decorrentes da expansão da cana-de-açúcar no Estado. Ele disse que o MST estará junto com os sindicatos na luta por melhores condições de trabalho. Em manifesto conjunto, MST, CUT, sindicatos dos trabalhadores na agricultura familiar e sindicatos de empregados informaram que os imóveis invadidos são improdutivos, com decretos de desapropriação já expedidos pelo Incra, ou são terras apontadas como devolutas pelo governo do Estado. As entidades reafirmam o "compromisso" com o governo Lula e dão um voto de confiança ao governador de São Paulo, José Serra. A ação, no domingo de carnaval, teve início às 5 horas da manhã e surpreendeu a Polícia Militar e os próprios fazendeiros. Ao meio-dia, quando todas as áreas já haviam sido invadidas, o comando da PM na região não tinha sido informado das ações. Sem-terra e sindicalistas agiram simultaneamente e quase não encontraram resistência. Em algumas fazendas, os empregados apenas observaram o rompimento das cercas e a entrada dos invasores: os patrões tinham viajado para aproveitar o feriado prolongado. Apenas na fazenda São Diogo, em Dracena, o proprietário Diogo Peres esteve no local e discutiu com os sem-terra, mas nada pôde fazer diante de quase 100 invasores. Segundo Peres, a área é produtiva e o pasto faz parte do sistema de rotação pastagens. Ele saiu do local para procurar a polícia. Deve dar entrada, na Justiça, em pedido de reintegração de posse. Amplaida com mais informações às 17h28

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