BRASÍLIA - Embora oficialmente adote o discurso de que a bancada do PP está "dividida", o líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, já sinalizou a aliados que há grandes chances de a posição majoritária da bancada ser, de fato, a favor do impeachment. Apesar de ser contra impeachment, o líder teria garantido a parlamentares do PP que respeitará a decisão majoritária. Ribeiro convocou reunião com a bancada para as 16 horas desa terça-feira, 12, após rápido encontro pela manhã.
Oficialmente, Aguinaldo explicou que decidiu marcar a reunião após ser pressionado tanto pela ala pró-impeachment quanto pelo grupo governista. "Vamos fazer uma avaliação e tirar uma posição majoritária", afirmou. "É importante que tenhamos uma posição definida. Não dá para eu encaminhar uma votação sem isso", acrescentou.
A decisão do PP de marcar reunião vem um dia após PR e PSD darem sinais de que podem desembarcar do governo Dilma. Nessa segunda-feira, 11, o deputado Maurício Quintella (AL) deixou a liderança do PR para votar a favor do impeachment. Já o líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), votou a favor do parecer pró-impedimento na Comissão Especial.
As notícias surpreenderam o comando do PP, que, até então, tinha acordo com a direção do PR e do PSD para permanecerem juntos na base aliada. "Estamos avaliando o cenário", disse o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sinalizando que a direção da sigla poderá voltar atrás da decisão anunciada na semana passada de permanecer no governo até a votação do impeachment no plenário.
Deputados da ala oposicionista do PP e líderes de outros partidos da oposição na Câmara deram como certo que a bancada do PP deverá fechar posição a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff durante reunião marcada para esta tarde.
Da ala oposicionista do PP, o deputado Jerônmio Goergen (RS) disse que, pela suas contas, dos 51 deputados da legenda, 47 defenderão o impeachment e apenas cinco devem apoiar o governo durante a reunião. "Isso vai de acordo com a maioria do partido", afirmou o parlamentar. Segundo ele, não haverá, contudo, punição a quem não seguir a posição majoritária.
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), confirmou a tese de Goergen. "Pelas conversas que estamos tendo com companheiros do PP, muito provavelmente a bancada do partido na Câmara vai tomar hoje uma posição favorável ao impeachment. Praticamente isso decide o processo", afirmou o parlamentar.
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