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Para especialistas, aprendizagem deve ser o foco do Ministério da Educação

Apesar de desconhecido, avaliação é de que escolha de Ricardo Vélez Rodríguez como titular não afetará o trabalho da pasta

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

Especialistas ouvidos pelo Estado dizem que o nome escolhido pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro , para chefiar o Ministério da Educação ainda é desconhecido, mas que isso não deve afetar o trabalho a ser desempenhado na pasta. A prioridade de Ricardo Vélez Rodríguez deverá ser a de assegurar aos alunos um nível mínimo de aprendizagem – hoje, só 7% dos estudantes concluem o ensino médio com conhecimento considerado adequado em Matemática, por exemplo.

Ricardo Vélez Rodríguez, novo ministro da Educação. Foto: GILBERTO ABELHA ARQUIVO GAZETA DO POVO

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Para o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira, temas como o Escola sem Partido deverão ser secundários na agenda do ministro. “Os grandes desafios são outros, os mesmos para qualquer ministro. Um problema de financiamento, gastos acima do limite, uma redução demográfica que exige políticas importantes. O problema da qualidade da educação também permanece”, diz. De acordo com Oliveira, para evitar que haja a defesa única de uma ou outra ideologia, é preciso melhorar a qualidade da formação do professor. “É preciso melhorar o currículo, a didática, a formação do docente. Senão só se fica comendo pelas bordas. Se acontece esse problema (de pensamento único), é porque há má qualidade de formação. E eventualmente, é preciso melhorar também os métodos de avaliação.”

O diretor da Fundação Lemann, Deniz Mizne, afirma que a indicação surpreendeu, já que o nome de Rodríguez não estava entre os que circularam nas últimas semanas. “Não é um nome tradicional do círculo da educação. Mas não acho que o fato de ele não ser conhecido possa gerar um problema. O MEC é uma equipe grande. É um ministério de muitos desafios e complexidades.”

Na avaliação de Mizne, a gestão precisa priorizar o aluno que não consegue a aprendizagem adequada. “Está fora dos debates que só 7% dos alunos terminam o ensino médio sabendo o nível adequado em matemática. Deixamos 93% das crianças para trás. É importante que haja um foco, ou até uma obsessão sobre esse tema”, diz.

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