O número de jornalistas chineses registrados para a reunião de primavera deste ano quase quadruplicou - são 43, diante de 12 no ano passado. Como comparação, não passam de 10 os jornalistas brasileiros registrados. O papel da China como emprestador de última instância - o país vem concedendo empréstimos a países como Jamaica e Argentina - e o anúncio da contribuição de US$ 40 bilhões do país para o Fundo fizeram o interesse dos chineses pela reunião crescer muito. "Os chineses estão muito animados porque agora é o momento de a China aumentar sua influência no mundo", diz Zengxin Li, correspondente da revista Caijing em Washington.
A última capa da revista foi dedicada à reunião do G-20 em Londres e agora Li está escrevendo várias matérias sobre a reunião do Fundo e a atuação da China na reforma do organismo. Segundo Li, os rumos da economia mundial e a criação de uma nova moeda de reserva são a grande preocupação dos chineses. Afinal, explica ele, "metade das reservas de US$ 2 trilhões da China estão em dólar, e com o déficit americano aumentando de forma astronômica, por causa dos planos de resgate, o dólar fatalmente vai se desvalorizar muito."
Desde o início da crise mundial, a agência de notícias oficial chinesa, Xinhua News, e o jornal China Daily aumentaram o número de correspondentes em Washington. A Xinhua News tem mais de 15 jornalistas cobrindo a reunião do Fundo. "Eu não paro de receber pedidos de entrevista dos chineses, que antes não se interessavam muito", disse um funcionário do Fundo.