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Pesquisa mostra que Garotinho é candidato competitivo, diz FHC

Ele avaliou que Alckmin obteve um avanço quando lançou sua candidatura, e agora passa um período de acomodação

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou hoje que o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada no final de semana, trouxe como principal novidade a subida do peemedebista Anthony Garotinho para a corrida presidencial deste ano. "Você pode dizer que é porque ele teve presença na televisão ou o que seja, mas mostra que ele é um candidato competitivo", disse. Em relação à performance do candidato tucano Geraldo Alckmin, o ex-presidente avaliou que o estreitamento da vantagem que ele detinha sobre Garotinho é resultado de uma acomodação esperada. Segundo ele, a candidatura de Alckmin obteve um avanço no momento em que foi anunciada, e agora passa por este período de acomodação. "A acomodação da votação do Geraldo era esperada. Deu um salto quando (a candidatura) foi anunciada, e agora se acomoda com relação ao que ele tinha", disse, ao participar de evento promovido pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso em parceria com a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). Lula O ex-presidente disse que o resultado da pesquisa mostra que a população ainda não fez uma ligação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a crise enfrentada pelo governo federal. "É como se ele não fosse presidente do Brasil", disse. Questionado se acredita que esta relação entre Lula e denúncias de corrupção aparecerá em breve nas pesquisas de opinião, Fernando Henrique argumentou que esta é uma tendência que depende do discurso da oposição e da própria sociedade. "Você tem que dizer: ´Se o presidente não sabia de nada, não tem a ver com isso, com o que é que ele tem a ver?´", indagou. "Como é que você pode governar o Brasil sem prestar atenção nestes fatos?" Aparelhamento da máquina pública Fernando Henrique acusou o governo Lula de promover um aparelhamento da máquina pública. O ex-presidente argumentou que a substituição de quadros técnicos por nomes ligados ao partido do presidente ajudaram a criar condições favoráveis à corrupção e a reduzir a eficiência estatal. "A nomeação de pessoas do partido ou ligadas ao partido para substituir gente da máquina, que tem competência, isso diminui a eficiência e tem maior risco de corrupção." Ainda em tom de crítica, Fernando Henrique disse que o governo avançou muito pouco em termos de infra-estrutura desde que o presidente Lula iniciou seu mandato. O ex-presidente citou como exemplo a forma como o governo tratou a questão das agências reguladoras. "O governo não deu a atenção devida às agências regulatórias, que deveriam ter mais autonomia, mais capacidade técnica de decisão. Isso atrapalha as questões de energia, as questões de telecomunicações, de portos e tudo mais. Disso não tenham dúvida."

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