Atualizado às 23h44
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, poderá ser extraditado para o Brasil a partir da próxima segunda-feira. A Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça acertaram nesta quarta-feira, 10, que tentarão trazer Pizzolato para o Brasil no primeiro dia do prazo estipulado para a extradição pelas autoridades italianas.
Na semana passada, o Tribunal Administrativo Regional de Lazio negou recurso apresentado pela defesa de Pizzolato, confirmando a decisão da Justiça italiana, ratificada pelo governo do país europeu, de extraditar o ex-diretor do BB – que possui dupla cidadania. Para os juízes italianos, não houve erro na autorização da extradição.
No entanto, ainda cabe recurso. Segundo uma fonte ligada à defesa de Pizzolato, seus advogados estavam esperando a publicação da data de extradição para entrar com novo recurso ao Conselho de Estado, segunda e última instância da Justiça Administrativa. Caso o juiz do Conselho aceite a análise do recurso, ele poderá suspender novamente a extradição de Pizzolato ou permitir que ele volte ao Brasil enquanto espera o último julgamento do caso.
Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no caso do mensalão. Ele fugiu antes que fosse expedido seu mandado de prisão. Foi preso em Maranello, no norte da Itália em fevereiro de 2014. Desde então, passou quase 1 ano na penitenciária de Modena aguardando o processo de extradição. Esse tempo será descontado no Brasil.
No Brasil, Pizzolato será levado para cumprir a pena no presídio da Papuda, em Brasília, mesmo local onde ficaram presos outros condenados no mensalão, entre eles José Dirceu e José Genoino. O ex-diretor do BB deverá ficar preso sozinho numa cela. A PF avalia a hipótese de buscar Pizzolato em avião comercial, mas essa decisão ainda será tomada.
“O procurador-geral (da República, Rodrigo Janot) já articulou com o Ministério da Justiça para que a Polícia Federal vá buscá-lo no primeiro minuto do primeiro dia de prazo”, afirmou ontem o secretário de cooperação internacional da Procuradoria-Geral, Vladimir Aras.
Segundo ele, a viagem de volta ao Brasil só será adiada se o Conselho de Estado italiano aceitar algum recurso de Pizzolato suspendendo a decisão. “Se não houver liminar, será no próprio dia 15.” O secretário esteve ontem em evento no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, com o Janot e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
O ministro informou ter pedido à PF para que adote logo as medidas necessárias. “Já solicitei agora à tarde ao diretor-geral da PF (Leandro Daiello) que tome todas as providências para que desloque o pessoal, a equipe, e tome as providências necessárias para que a extradição seja feita”, disse Cardozo.