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Planalto quer poupar homem de Dirceu na PF

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Por VERA ROSA E SÔNIA FILGUEIRAS
Atualização:

O governo negociou com o secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, uma versão para protegê-lo de eventual indiciamento no inquérito policial e desidratar o cunho político do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com medo de que José Aparecido revele quem foi o mandante da empreitada, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiram como bombeiros, nos últimos dias. O secretário recebeu a garantia do Planalto de que o vazamento não será considerado crime e que o desfecho do episódio não passará da infração administrativa. Apontado como o homem que vazou o dossiê para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), José Aparecido combinou com o governo que apresentará o pedido de demissão na próxima semana e voltará para o Tribunal de Contas da União (TCU), onde é funcionário de carreira. Se fosse indiciado em inquérito, sofreria danos profissionais. Aparecido chegou a pedir ajuda ao ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, que o indicou para o cargo. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tratou do assunto com Lula no domingo. Com indícios cada vez mais fortes de que José Aparecido sairia atirando - já que, em conversas reservadas, ameaçou revelar que cumprira ordens de Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil, e de Norberto Timóteo Queiroz, secretário de Administração -, o governo também mudou a versão de que o vazamento seria crime. "Se o delegado da Polícia Federal entender que o vazamento não foi ilegal, porque eram documentos disponíveis até na internet, desse inquérito só teremos conseqüências políticas", afirmou o ministro da Justiça, Tarso Genro, em reportagem publicada pelo Estado no dia 23 de abril, antes mesmo de Dilma adotar essa versão em depoimento na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. Para reforçar a tese, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência divulgou nova interpretação pela qual dados referentes a ex-presidentes não são sigilosos, porque não põem mais em risco a segurança. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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