BRASÍLIA - O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), afirmou que vai aguardar o protocolo de pedido de cassação para se manifestar sobre o caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
"Não estou sabendo de nada oficialmente. Como de praxe, vou aguardar que cheguem os documentos para poder tomar uma posição sobre o caso", afirmou.
Como o presidente do Conselho de Ética é responsável por acatar ou rejeitar em primeira instância denúncias contra os senadores, ele preferiu não dar opinião no caso.
O pedido de cassação de mandato de Aécio será feito pela Rede Sustentabilidade na tarde desta quinta-feira, 18, conforme informações da assessoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A representação tem por base as recentes revelações da delação do dono do frigorífico da JBS, Joesley Batista, que entregou à Polícia Federal áudio em que o senador Aécio pede R$ 2 milhões de propina.
O delator aponta ainda que a propina teria sido repassada para o senador Zeze Perrella (PTB-MG). A Rede estuda entrar com representação também contra Perrella.
Afastamento. Além da possibilidade de cassação pelo Senado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o afastamento de Aécio Neves do cargo de senador. A notificação deve ser enviada à Secretaria Geral da Mesa do Senado ainda nesta quinta-feira.
As bancadas do PSDB na Câmara e no Senado também se reúnem nesta quinta-feira para discutir o afastamento de Aécio do cargo de presidente do partido. Reservadamente, os parlamentares comentam que situação de Aécio é insustentável.
Câmara. Já na Câmara, o vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), pregou nesta quinta-feira "serenidade" neste momento de turbulência política no País.
"É um momento de cautela, da gente não fazer nenhum prejulgamento", disse ao chegar à Câmara.
O peemedebista disse que é preciso confiar nas instituições e pregou que a Casa continue trabalhando, atuando inclusive para dar andamento à reforma da Previdência. "A Casa não tem que ficar paralisada", declarou.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda não veio ao seu gabinete, e sua agenda institucional não foi divulgada.