PUBLICIDADE

Promotoria quer bloquear bens de empresa farmacêutica ligada a Cachoeira

Ministério Público afirma que a Vitapan seria utilizada pelo empresário para lavagem de dinheiro

Por Ricardo Brito
Atualização:

O Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) deve decidir nesta quarta-feira, 23, se determina o bloqueio dos bens da Vitapan, a empresa do ramo farmacêutico que é controlada por pessoas do grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Assim, o Ministério Público Federal (MPF) tentará, pela terceira vez, congelar os bens da empresa, liberados desde o dia 15 de novembro do ano passado.Favorável ao bloqueio da Vitapan, o procurador regional da República Carlos Alberto Vilhena Coelho se vale principalmente de argumentos técnicos para questionar a decisão do desembargador Tourinho Neto, que favoreceu a empresa. Para o integrante do MPF, o desembargador contrariou o entendimento do próprio tribunal sobre o assunto. Ele sustenta que é incabível nesse caso a reclamação, instrumento jurídico que foi usado pela defesa da Vitapan e aceita pelo magistrado do TRF-1.Vilhena Coelho sustenta que a empresa, pertencente "de fato" a Carlinhos Cachoeira, também teria sido usada num esquema de lavagem de dinheiro. "Com efeito, a qualquer momento os proprietários, de fato e de direito, da Vitapan Indústria Farmacêutica Ltda. poderão alienar suas cotas societárias, ocultar valores atualmente mantidos em instituições financeiras ou mesmo modificar lançamentos contábeis para mascarar a atividade supostamente ilícita de branqueamento de capitais, o que esvaziará a medida cautelar de sequestro", alega, na manifestação enviada ao tribunal.A Vitapan teve seus bens bloqueados inicialmente em 29 de fevereiro de 2012, quando foi deflagrada a Operação Monte Carlo, que levou à prisão Cachoeira. No dia 13 de junho, a defesa da empresa conseguiu liberar os bens. No dia 23 de outubro, a Justiça Federal expediu nova ordem de bloqueio, que foi derrubada pela decisão de Tourinho Neto menos de um mês depois.O contraventor está em liberdade desde 21 de novembro do ano passado, quando a Justiça do Distrito Federal condenou-o a cinco anos de prisão em regime semiaberto por tentativa de fraude no sistema de venda de passagens do transporte público da capital do país. A sentença permitiu que ele deixasse a prisão. Recentemente, Cachoeira casou-se com a empresária Andressa Mendonça e viajou em lua de mel para um resort de luxo na Península de Maraú, no sul do litoral baiano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.