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PSB mantém tempo de TV mesmo sem definir candidato até dia 23, diz TSE

Procurado, o Ministério Público informou que, no momento, não vê motivos para questionar a utilização do horário pelo PSB

Por EDUARDO SIMÕES
Atualização:
Com a morte de Campos, os seis partidos que compõem a coligação podem escolher qualquer filiado de alguma das legendas para substituí-lo Foto: JOEDSON ALVES/ESTADÃO

A coligação Unidos pelo Brasil, capitaneada pelo PSB, vai manter os pouco mais de dois minutos a que tem direito nos primeiros dias de horário eleitoral gratuito, mesmo que ainda não tenha decidido sobre a substituição da candidatura à Presidência de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo na quarta-feira.

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou, via assessoria de imprensa, que uma eventual mudança de posicionamento por parte da Corte poderia acontecer apenas caso o tribunal seja questionado, por exemplo, pelo Ministério Público Eleitoral.

Procurado, o Ministério Público informou via e-mail à Reuters que, no momento, não vê motivos para questionar a utilização do horário pelo PSB. A coligação encabeçada pelo PSB tem até o dia 23 deste mês para escolher um substituto para Campos ou desistir da disputa.

"O horário continua sendo da coligação. O chamado plano de mídia já está pronto, esse plano de mídia não se altera", disse à Reuters o especialista em Direito Eleitoral e doutor em Direito Alexandre Rollo.

"É só substituir o programa... O que não pode é veicular a imagem de um candidato falecido pedindo voto para ele próprio. Aí não pode, porque isso pode gerar uma confusão ao eleitor menos esclarecido", explicou Rollo.

O plano de mídia inclui também as inserções dentro da programação das emissoras, as quais o PSB também terá direito mesmo que não tenha escolhido um substituto para Campos até o dia 19, quando começa a propaganda eleitoral no rádio e na TV.

De acordo com Rollo, caso a coligação --formada por PSB, PHS, PRP, PPS, PPL e PSL-- decida sair da disputa e não indicar um novo candidato, seu tempo de TV será redistribuído entre os demais candidatos. No entanto, ele considera essa hipótese "difícil, se não impossível".

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Essa redistribuição também seria necessária caso a coligação de Campos decida apoiar algum outro candidato, como a presidente Dilma Rousseff (PT) ou Aécio Neves (PSDB).

"A questão do tempo (de TV) depende da formalização de coligações. E as coligações são feitas nas convenções partidárias. E as convenções partidárias já foram feitas em junho", disse Rollo, citando o prazo legal para a realização das convenções.

"Não dá mais para fazer uma nova convenção agregando o PSB à coligação da Dilma, por exemplo, ou à coligação do Aécio."

Com a morte de Campos, os seis partidos que compõem a coligação podem escolher qualquer filiado de alguma das legendas para substituí-lo. A legislação, explicou Rollo, determina que "preferencialmente" a cabeça de chapa seja mantida pelo PSB, mas a sigla pode abrir mão desse direito.

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Na hipótese apontada como a mais natural seja confirmada -- "promoção" da candidata a vice, Marina Silva, para encabeçar a capa--, a ex-senadora terá primeiro que renunciar à candidatura a vice-presidente.

"A indicação é automática, mas aí vai ser submetido o registro dessa nova candidatura ao TSE. E o TSE vai analisar só as questões formais", disse.

DEBATE Além do início do horário eleitoral gratuito na próxima terça-feira, outra data importante para a campanha eleitoral é o debate entre os presidenciáveis na TV Bandeirantes, o primeiro da disputa, marcado para a quinta-feira. Procurada, a assessoria de imprensa da emissora informou que o debate está mantido, apesar da morte de Campos e da possibilidade de a coligação liderada pelo PSB ainda não ter decidido sobre a substituição do candidato.

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(Edição de Raquel Stenzel)

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