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Recadastramento mobiliza beneficiários do programa

Favorecidos pelo Bolsa-Família lotam salas de espera para garantir verba

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Por Roberto Almeida
Atualização:

O Ministério do Desenvolvimento Social está convocando 2,8 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa-Família para atualização de cadastro. O objetivo é verificar se houve mudança na faixa de renda dos que já recebem o valor e checar se os filhos mantêm frequência escolar em dia. Em São Paulo, sete postos fazem o serviço. Até o dia 22 de julho, apenas o posto de Santo Amaro, na zona sul, havia atendido 6.928 famílias. A sala de espera permanece lotada das 9 às 18 horas. Elizete Maria Barbosa, dotada de boa dose de paciência, passou por lá na tarde de sexta-feira com a filha, Daiane, de 11 anos. O olhar enfadonho das duas durante o trâmite foi apenas pontual. Depois que a papelada foi entregue e analisada por um digitador contratado pela prefeitura, mãe e filha demonstravam um semblante de dever cumprido. A menina Daiane, em férias escolares, queria aproveitar o resto do dia para brincar, claro, mas Elizete comemorava a manutenção do benefício. Aos 36 anos, trabalhando em casa de família, ela recebe salário mínimo. Complementa a renda com os R$ 122 por mês do Bolsa-Família. Além de Daiane, sustenta outros dois filhos e diz gastar o dinheiro com remédios e material escolar. "Alivia né?", afirmou. Sobre o recadastramento, foi sucinta. "É bom", anotou. Elizete diz que demorou tanto em seu atendimento - pelo menos 50 minutos - porque tentava incluir o pai, aposentado, na lista de beneficiários. Estava convicta de que iria conseguir. Na próxima visita ao posto, levaria os documentos dele para análise. Ao lado de Elizete, Francineide da Silva Souza, 30 anos, passou o tempo todo com o filho de quatro anos no colo. O garoto fazia cara feia, já que a posição da mãe, sentada na cadeira por tanto tempo, não era das mais confortáveis. Francineide elogiou o atendimento. "É ótimo. Foram todos muito atenciosos." E viu " necessidade" no recadastramento. "A gente sabe que tem gente que não precisa e pega o dinheiro do Bolsa", afirmou. A estrutura do posto de recadastramento de Santo Amaro conta com 20 digitadores e cinco atendentes para triagem. Os beneficiários chegam até ele por meio de uma carta, enviada pela prefeitura a cada família atendida, com uma lista de documentos necessários para comprovar a necessidade de manter o benefício. Nos Centros de Referência de Assistência Social da prefeitura, a demanda pelo Bolsa-Família só cresce. Nos bairros mais pobres, cerca de 90% das consultas têm como objetivo receber o benefício federal.

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