Sem-terra bloqueiam três rodovias em Alagoas

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Por Agencia Estado
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Cerca de 800 famílias de trabalhadores rurais sem-terra, integrantes do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), bloquearam hoje pela manhã trechos de três rodovias em Alagoas. Os bloqueios simultâneos começaram às 8h na BR-101, em Novo Lino, na divisa de Alagoas com Pernambuco, a 98 quilômetros de Maceió. Foram bloqueados também um trecho da AL-410, em Porto Calvo, e outro da AL-430, entre os municípios de Flexeiras e São Luiz do Quitunde, na Zona da Mata alagoana. Os bloqueios fazem parte de um dia nacional de luta que o MTL realiza em pelo menos quatro Estados. Em Alagoas, os sem-terra reivindicam a revogação da prisão do principal líder do movimento no Estado, Valdemir Agustinho de Souza, que está foragido da Justiça há um ano, acusado de bloqueios de rodovias, ocupação de prédios, saques a caminhões, destruição de veículos e interdição de escolas. O líder do MTL nega as acusações e diz que está sendo perseguido pela Justiça, "a serviço dos latifundiários". O MTL reivindica também agilidade nas desapropriações de terras em Alagoas, onde conta com 800 famílias acampadas em 22 acampamentos espalhados por seis municípios da Zona da Mata e do Litoral Norte do Estado. O Movimento enfrenta problemas em dois assentamentos: Belo Horizonte, em Novo Lino, e Papuã, em São Luiz, cujas emissões de posse foram suspensas pela Justiça, a pedido dos proprietários. Ao todo, contando com essas duas fazendas, o MTL conta com 680 famílias assentadas, em Alagoas. Segundo Antônio Soares, da coordenação do MTL em Alagoas, os bloqueios devem durar até o final da tarde, mas as ações vão continuar até que as reivindicações sejam atendidas. O sem-terra disse que o superintendente do Incra em Alagoas, Mário Agra, tem se esforçado para agilizar os processos de desapropriações, mas esbarra na burocracia do Instituto em Brasília e na força dos latifundiários na Justiça. "Por isso, Mário Agra está ameaçado de morte", revelou Soares, sem fornecer detalhes das ameaças.

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