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Comissão do Senado convida Celso Amorim e Mauro Vieira para audiência sobre eleições venezuelanas

Enviado especial do governo Lula a Caracas deve falar à Comissão de Relações Exteriores do Senado para prestar esclarecimentos sobre sua visita à Venezuela

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Foto do author Guilherme Naldis
Por Guilherme Naldis

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou nesta quinta-feira, 8, o convite do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, e do ministro da Relações Internacionais, Mauro Vieira. Os parlamentares querem que os diplomatas esclareçam a participação de Amorim como enviado nas eleições venezuelanas.

Os convites foram aprovados unanimemente em uma votação simbólica negociada entre a oposição e o governo. A audiência deve ser realizada na próxima quinta-feira, 15. Ainda não há confirmação formal da data, segundo o presidente da comitiva, Renan Calheiros (MDB-AL). Os diplomatas, entretanto, não são obrigados a comparecer à reunião.

Mauro Vieira e Celso Amorim no Itamaraty Foto: Felipe Frazão/Estadão

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Celso Amorim chegou à Venezuela em 27 de julho, escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser “seus olhos” em Caracas e acompanhou, in loco, as eleições presidenciais do país vizinho.

O governo Lula enfrenta um dilema na relação com a Venezuela. A ditadura de Nicolás Maduro tem ignorado os pedidos de Brasil, Colômbia e México para dar transparência às eleições enquanto aumenta a repressão aos líderes opositores.

Tanto o ditador Nicolás Maduro quanto seu opositor Edmundo González reivindicam a vitória nas eleições, mas apenas um lado, o da oposição, divulgou documentos que comprovariam a sua versão, as cópias de mais de 80% das atas coletadas por fiscais no dia da votação. O Brasil pede que a autoridade eleitoral venezuelana, controlada pelo chavismo, faça o mesmo, mas o apelo tem sido ignorado.

Mais de uma semana depois da eleição, a divulgação das atas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) é considerada improvável. Mesmo que isso ocorra, os documentos estarão sob suspeita, com a legitimidade questionada, e as perspectivas de uma saída negociada parecem cada vez mais distantes, com opositores denunciando uma “campanha de terror” da ditadura chavista.

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