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Simone Tebet diz que nota de FHC é ‘mais contra uma candidatura do que a favor de outra’

Apoiada pelo PSDB, candidata do MDB à Presidência critica ofensiva de Lula por ‘voto útil’ no primeiro turno

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

RIO - A candidata do MDB presidência da República, Simone Tebet, afirmou nesta quinta-feira, 22, que a nota divulgada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos ícones do PSDB, não é a favor de uma determinada candidatura e sim contra uma candidatura. A nota foi interpretada por muitos políticos como apoio tácito ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Como democrata que é, Fernando Henrique fez uma carta dirigida ao Brasil, muito mais contra uma candidatura do que a favor de outra”, afirmou a emedebista durante uma visita à Saara, como é conhecida a região de comércio popular no centro do Rio. A candidatura combatida por FHC, embora não expressa por Simone, seria a do atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a candidata do MDB, a candidatura dela tem baixa rejeição e 'vem numa crescente'. Foto: Evaristo Sá/AFP

Para a senadora, tudo “o que está ali (na nota de FHC) é a cara” da candidatura dela.

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“Defendemos a democracia, a diminuição da desigualdade, o combate à miséria, a pluralidade, a diversidade”, disse. “Não tem nada ali que tenha declarado voto a um determinado candidato.”

Questionada se pretende procurar Fernando Henrique, Simone afirmou que não tem “por que procurá-lo”.

“Ele está recolhido, ele mesmo disse que, do alto dos seus 90 anos, não tem mais energia. O PSDB já fez uma nota pública em relação a isso, estou extremamente tranquila”.

Mais cedo, sem citar Lula nem o PT, Simone criticou a campanha pelo voto útil no primeiro turno. “Voto útil é o voto do futuro, não é nem tentar votar às velhas fórmulas do passado, que não deram certo, que ficaram quatro mandatos e não fizeram o dever de casa - que é uma verdadeira revolução através de educação de qualidade aos nossos filhos -, e muito menos manter um governo insensível, que não planeja, não conhece as realidades do Brasil e só vive criando crises artificiais para esconder a sua incompetência e a sua incapacidade”, disse Simone, em visita à sede da Fiocruz, no Rio, referindo-se ao PT e a Bolsonaro.

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Segundo a candidata do MDB, a candidatura dela tem baixa rejeição e “vem numa crescente”. “Saímos de 70% de desconhecimento (sobre na campanha) para um terço de desconhecimento. Isso não é pouca coisa”, ressaltou.

A senadora aproveitou a visita à sede da Fiocruz para afirmar que, se eleita, investirá fortemente em ciência, inclusive tirando a previsão de recursos do teto de gastos. “Nenhum centavo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação vai ser cortado no nosso governo. Dinheiro tem, e ele precisa chegar na ponta”, declarou. “Tem duas áreas que não pode faltar dinheiro e que terão que ficar fora do teto de gastos. Uma já está, que é Fundeb e Educação.

A outra é tirar do teto de gastos os recursos que nós temos no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. É tão pouco comparado ao orçamento federal. Estamos falando de um Orçamento de quase R$ 5 trilhões; tirando o serviço da dívida, temos algo em torno de R$ 2 trilhões. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação tem hoje em torno de R$ 10 bilhões, ele é contingenciado e fica pela metade, a outra metade não é executado.”

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