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Grupo armado invade casa e rouba quadros de R$ 3,5 milhões

Foram roubados três quadros de uma casa na rua Estados Unidos, na região dos Jardins. Ninguém ficou ferido

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Por José Dacauaziliquá

Na manhã deste domingo, 10, Dia das Mães, um rapaz com um vaso de flores tocou a campainha da casa de Ilde Maksoud, de 80 anos, na Rua Estados Unidos, no Jardim América, zona sul da capital. Começava assim o plano de uma quadrilha, que culminou com o roubo das telas O Cangaceiro, O Retrato de Maria, ambos de Candido Portinari, e Figura em Azul, de Tarsila do Amaral. Especialistas avaliam as obras em R$ 3,5 milhões.

 

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Ilde, a nora Maria Paula e quatro funcionários da casa foram mantidos reféns por uma hora. Os bandidos reviraram toda a casa e ainda tentaram levar uma escultura do artista Victor Brecheret. Eles quebraram a base, mas não conseguiram levar a peça. Os bandidos fugiram e, ata a noite, ninguém havia sido preso.

 

Os parentes de Ilde (ex-mulher de Henri Maksoud, proprietário do hotel que leva o nome da família) acreditam que os criminosos tinham como objetivo roubar as obras de arte. A polícia trabalha com a hipótese de que a quadrilha estivesse em busca de joias e de dinheiro. Ao não encontrar o que queria, teriam levado os quadros para “não perder a viagem”. Os policiais não descartam que o bando tenha levado uma quarta obra de arte, que foi dada como sumida pelos familiares de Ilde.

 

Os retratos falados de quatro criminosos que participaram da ação começaram a ser elaborados no domingo. De acordo com o delegado Celso Damasceno, do 78º Distrito Policial (Jardins), eles deverão ser finalizados e divulgados hoje. A polícia não tem o número exato de integrantes da quadrilha.

 

O CRIME

A ação foi bem planejada. Às 9 horas, uma Fiorino, um carro de fachada de uma floricultura, estacionou em frente da casa. Um rapaz desceu com um vaso e tocou a campainha, que foi atendida pelo porteiro José Candido da Silva, de 48 anos. “É uma entrega para a dona Ilde Maksoud”, disse o assaltante. Por ser Dia das Mães, o porteiro e a arrumadeira não desconfiaram de nada.

 

Silva foi, então, rendido pelo assaltante, que sacou uma pistola. Outros comparsas do bandido, também armados, entraram na casa. Em seguida, eles renderam o caseiro e a cozinheira. Os três foram imobilizados com algemas plásticas (lacres) e mantidos na cozinha, sob a vigilância de dois bandidos.

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Os criminosos perguntaram por Ilde, que segundo os funcionários ainda dormia. Na parte superior da residência, eles renderam a arrumadeira e, por último, a proprietária, que foi obrigada a acompanhá-los até o escritório, onde fica o cofre. Mas ele estava desativado e vazio.

 

Com todos os presentes dominados, os bandidos começaram a revirar a casa. Com um objeto cortante, arrancaram as três obras das molduras. Segundo o delegado, ainda pegaram objetos de pouco valor, como canetas e bijuterias das funcionárias. Segundo um dos netos de Ilde, os ladrões também levaram a aliança de casamento dela e um relógio.

 

Depois de uma hora, a campainha novamente tocou. Era Maria Paula que chegava. O caseiro foi autorizado a atender a porta, para não levantar suspeitas. A nora de Ilde também foi dominada e feita refém.

 

Antes de ir embora alguns bandidos fizeram um lanche na cozinha. Depois saíram pela porta da frente e fugiram. Levaram também o vaso de flores, isca para o assalto.

 

Maria Paula foi quem chamou a polícia. Ilde, bastante abalada, foi atendida pelo médico da família.

 

Detalhe da obra Figura em Azul, de Tarsila do Amaral. Imagem: Reprodução

 

Detalhe da obra O Cangaceiro, de Cândido Portinari. Imagem: Reprodução

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Detalhe da obra Retrato de Maria, de Cândido Portinari. Imagem: Reprodução

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