Haddad diz que Controlar é 'caça-níquel'

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Por Redação
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A Prefeitura abriu três processos administrativos para tentar romper o contrato com a Controlar, responsável pela inspeção veicular. Pela segunda vez em menos de uma semana, o prefeito Fernando Haddad (PT) criticou a empresa e classificou de "caça-níquel" o contrato com o governo municipal, de R$ 180 milhões anuais. "A inspeção foi um equívoco de ponta a ponta, a começar dessa empresa, uma empresa ficha-suja. São pessoas sem o menor interesse público, que tentam obstinadamente manter esse contrato, esse caça-níquel." Haddad aguarda a Câmara aprovar projeto de lei que autoriza o governo a fazer novo contrato para o programa e permite reembolso de quem fizer os testes e for aprovado. Uma das ofensivas jurídicas da Prefeitura contra a Controlar é argumentar que o prazo de concessão de dez anos do contrato, feito em 1995, já expirou, apesar de ter entrado em vigor só em 2008. "No nosso entendimento, esse prazo já venceu", afirmou Haddad, lembrando que a empresa já foi condenada em segunda instância, o que validaria o rompimento da Prefeitura. O Ministério Público também avalia como ilegal a junção de capital da empresa portuguesa que ganhou a licitação da inspeção veicular, em 1995, com a concessionária CCR, a partir do início dos testes, em 2008. "A empresa pode ser considerada uma espécie de ficha suja, fazendo paralelo com a lei eleitoral, porque foi condenada em segunda instância e o recurso não tem efeito suspensivo." O terceiro processo aberto na Prefeitura vai apontar suspeita de fraude na integração do capital da empresa. Haddad também tem pressionado o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a adotar a inspeção veicular estadual. Caso o programa não seja aplicado na Região Metropolitana, o prefeito promete cobrar a taxa de carros que circulam por mais de 120 dias por ano na capital. A medida é vista pela cúpula alckmista como uma "armadilha" para fazer o governo estadual adotar uma medida impopular. Alckmin declarou ser a favor da inspeção na Grande São Paulo, mas descartou mobilizar sua base na Assembleia Legislativa para acelerar o projeto que cria inspeção em 124 dos 645 municípios paulistas.Diretor-presidente da Controlar, Harald Zwetkoff diz que a empresa vai se defender nos processos. "É direito dele abrir o processo que quiser. Nós fornecemos os dados que eles precisam. Está tudo certinho", disse, negando-se a comentar os termos "ficha-suja" e "caça-níquel". "Não quero personalizar a questão. Nossa contabilidade é aberta, o nível de transparência da empresa é total." / DIEGO ZANCHETTA

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