Nova tirolesa de SP tem altura de 110 metros e vai de São Bernardo a Cubatão em 1 minuto; veja vídeo

Inaugurado em junho, passeio proporciona vista ímpar da Baixada Santista, imersão na Mata Atlântica e tem atraído casais em busca de aventuras

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Foto do author João Ker
Por João Ker
Atualização:

Já imaginou ir de São Bernardo do Campo a Cubatão em sessenta segundos? Desde o início de junho, o trajeto (de aproximadamente 40 km de carro) é possível graças à recém-inaugurada tirolesa do Caminhos do Mar, que liga os dois municípios vizinhos com um voo sobre a Mata Atlântica que passa pelos caminhos percorridos por Dom Pedro II e ainda proporciona vista incomparável da Baixada Santista.

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O acesso ao ponto de partida para o Voo da Serra fica pela entrada de São Bernardo do Campo no Caminhos do Mar, que pertence à área total do Parque Estadual Serra do Mar, cujos 360 mil hectares de área preservada formam a maior porção contínua de Mata Atlântica em todo o País e se espalham por 25 municípios paulistas. É sobre ela que a tirolesa passa, em velocidade que pode chegar a 60 quilômetros por hora, a depender do peso de quem está voando.

As instruções e os equipamentos de segurança são passados na Casa de Visitas, onde é obrigatório assinar também um seguro. Do Centro de Visitantes, na entrada, até lá, é uma boa caminhada de 1,3 mil metros. Naquele ponto do parque, a altura já chega a 750 metros do nível do mar. O ponto mais alto do percurso, entretanto, chega a 110 metros de altura do chão.

Tirolesa do Parque Caminhos do Mar liga São Bernardo do Campo a Cubatão em percurso de sessenta segundos sobre a Mata Atlântica Foto: Felipe Rau / Estadão

Na teoria, as instruções de segurança são simples, mas precisam ser seguidas com atenção. A descida de tirolesa não pode ser feita com nada solto pelo corpo. Cabelo, se for comprido, deve estar preso; piercings e brincos devem ser removidos; boné, celular, câmera, óculos, colares e qualquer tipo de acessório não são permitidos.

O acesso à “plataforma de embarque” é restrito e autorizado apenas às pessoas que já estão equipadas e presas à estrutura por uma corda com gancho. A depender do tempo, é recomendado descer com um miniparaquedas, que deve ser aberto no meio do percurso para diminuir a velocidade do voo e o impacto na chegada, que já é amortecido por freios ABS.

Na prática, o maior empecilho é superar o medo de altura, para aqueles que sofrem dessa fobia, como este repórter que escreve o texto. Mesmo com essa condição, a travessia é inesquecível.

Em alguns casos, pode ser necessário usar um miniparaquedas para diminuir a velocidade do voo e o impacto na chegada Foto: Felipe Rau/Estadão

A experiência de ver a Mata Atlântica do alto e a Baixada Santista ao fundo enquanto você é apenas um pontinho cruzando o céu consegue provocar estupefação com a beleza natural do trajeto, pavor de despencar lá de cima (por mais que os equipamentos sejam seguros, vem o frio na barriga) e até uma epifania existencial. Tudo no decorrer de sessenta segundo ou menos.

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“Parece que você está em um drone, vendo as coisas do alto”, diz o consultor de comunicação Renato Gerbelli, de 30 anos. Morador de São Bernardo do Campo, ele visitou a tirolesa logo que o passeio foi inaugurado e, mesmo já tendo feito outros passeios do tipo em altitudes maiores que aquela, também confessa que a passagem pelo vale de árvores “dá um medinho”. “Mas achei sensacional. É impressionante, algo que nunca tinha visto dessa perspectiva.”

A possibilidade de fazer o passeio em dupla tem atraído também casais para um voo romântico e regado a adrenalina. Aos 32 anos, a produtora de eventos Priscylla Castellani desceu a tirolesa acompanhada do namorado, Frederico Mezzacapa, e ainda carregou um casal de amigos na aventura.

“A gente decidiu ir porque os quatro gostam de aventura, de parque, trilha, natureza e tirolesa. Essas coisas que dão adrenalina”, conta, rindo. Mesmo com o vendaval no dia, ela recomenda a experiência para quem estiver na dúvida. “O que mais me marcou foi realmente a vista da Mata Atlântica para a Baixada, que é maravilhosa. Só a caminhada na trilha que é bem cansativa, mas a tirolesa é incrível.”

A descida de tirolesa funciona em dias de céu aberto e até em dias de chuva leve, o que pode proporcionar uma experiência diferente de imersão na Mata Atlântica e nas nuvens, para os mais corajosos. Após pousar em Cubatão, o visitante “desembarca” diretamente na Estrada Velha de Santos, próximo ao Pouso de Paranapiacaba (onde nasceu, inclusive, a lenda do Véu da Noiva). A volta até o estacionamento pode ser feita a pé (mais ou menos 1,1 km) ou pelo transporte interno do parque. Por lá, é possível parar para recuperar o fôlego, tomar um café e apreciar a vista na segurança da terra firme.

Serviço:

Voo da Serra - Caminhos do Mar

Entrada pela portaria de São Bernardo do Campo:

Rod. SP 148 (Estrada Caminho do Mar), Km 42 - São Bernardo do Campo – SP

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Os ingressos custam a partir de R$ 60 e estão disponíveis aqui.