Anvisa convoca reunião extraordinária para decidir sobre liberação de vacina bivalente contra covid

Agência Nacional de Vigilância Sanitária analisa desde o dia 30 de fevereiro pedido da Pfizer para liberação de uma vacina bivalente, que pode conter a disseminação da nova subvariante da Ômicron

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Por Weslley Galzo
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BRASÍLIA - Em meio à escalada de novos casos de covid-19 em todo o País, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) convocou para a próxima terça-feira, 22, reunião extraordinária em que decidirá sobre o pedido emergencial de liberação da nova vacina da Pfizer, de tipo bivalente, que garante imunização contra duas cepas do novo coronavírus. Os técnicos do órgão vão se reunir às 18h para deliberar sobre duas solicitações de uso do imunizante da empresa norte-americana na população acima de 12 anos de idade.

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O pedido de uso emergencial do novo imunizante foi encaminhado pela Pfizer à Anvisa no dia 30 de setembro deste ano. Desde então, o órgão tem analisado a demanda. Antes de a reunião ser a convocada, a agência havia silenciado sobre o prazo para conclusão do procedimento. A Anvisa e o Ministério da Saúde também diziam não ter informações que indicassem a previsão de quando as novas doses poderão começar a ser aplicadas.

Em nota divulgada na semana passada, a Anvisa afirma que “os processos estão em fase final de análise pela área técnica”. A etapa seguinte ao término da avaliação pelos técnicos é o encaminhamento do parecer à Diretoria da agência para deliberação do pedido de uso emergencial. Quando questionada, a Avisa responde que ainda não fixada a data para a decisão e contemporiza que providências devem ser adotar “em breve”.

Vacinação de adultos da quarta dose. Cenas na UBS Santa Cecília, na Rua Vitorino Carmilo.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A vacina bivalente da Pfizer contém uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2. O imunizante garante maior proteção contra a variante Ômicron do coronavírus, que foi responsável por uma das ondas mais graves de infecção e mortes pela doença no País, no final de 2021.

Como mostrou o Estadão, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou uma nova variante da Ômicron no Estado do Amazonas. O surgimento dessa cepa, que possui potencial de transmissão maior e resistência às barreiras vacinais, coincidiu com o aumento dos casos de covid-19 no País. Um boletim do painel InfoGripe, da Fioceuz, divulgado na semana passada apontou aumento no número de casos da doença em quatro Estados (Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo).

Dados da Fiocruz apontam que, desde meados de outubro, o Amazonas observa uma ascensão dos casos. Nesse período, a média móvel subiu de aproximadamente 230 para 1 mil casos por semana no estado.

Distribuição de máscaras no centro de São Paulo.  Foto: Felipe Rau/Estadão

Questionado pelo Estadão, o Ministério da Saúde não informou se deverá recomendar a adoção de protocolos mais rígidos de enfrentamento à doença, ou se estuda decretar novamente o estado de calamidade para lidar com o vírus. Apesar disso, na semana passada a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde publicou nota técnica recomendando o uso de máscaras pela população.

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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que atua nos grupos de trabalho do governo de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou a atuação da pasta da Saúde na reta final da gestão do presidente da Saúde. Segundo o parlamentar, a falta de imunizantes com a capacidade de conter novas cepas de covid-19 pode leva uma País uma nova “pandemia” da doença.

“O quadro na Saúde, em que não foram adquiridas vacinas de segunda geração, deixando o País à iminência de uma nova pandemia da covid-19, quando todo o globo está conseguindo controlar isso, exatamente, pela aquisição de vacinas. Nós estamos recebendo um País com a dívida pública além do limite, com um rombo fiscal até agora constado de R$ 800 bilhões a um trilhão”, disse Randolfe.

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