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Donos de empresa que abrigou vacinação clandestina controlam transporte em MG

Saritur foi fundada em 1977 pelo empresário José Carvalho; grupo empresarial possui, atualmente, uma frota de 1.200 ônibus e responde por cerca de 6 mil empregos, entre funcionários diretos e indiretos

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Por André Borges
Atualização:

A família Lessa, dona da empresa Saritur, onde ocorreu uma vacinação clandestina na noite de terça-feira, 23, é nome de peso no ramo de transportes em Minas Gerais e comanda um dos maiores conglomerados do setor. Fundada em 1977 pelo empresário José Carvalho, a Saritur, como é conhecida a empresa Santa Rita Transporte Urbano e Rodoviário, tem entre seus sócios os irmãos Rubens Lessa, Roberto Lessa, Robson Lessa e Rômulo Lessa. O grupo empresarial possui, atualmente, uma frota de 1.200 ônibus e responde por cerca de 6 mil empregos, entre funcionários diretos e indiretos.

Sede da empresa Saritur, em Belo Horizonte. Foto: Google Street View

Além de dono da empresa, o irmão Rubens Lessa é presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Minas Gerais (Fetram), presidente do Conselho Regional Minas Gerais do Sest Senat. Rubens Lessa é figura presente em Brasília, com acesso direto ao governo federal. Em 30 de setembro do ano passado, Rubens Lessa e o empresário Abílio Gontijo Júnior tiveram reunião com representantes do governo federal, para debater a regulamentação do transporte interestadual e internacional de passageiros. O encontro foi na Casa Civil, com o ministro Walter Braga Netto. O deputado federal Fábio Ramalho (MDB-MG) participou do encontro, além do presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Vander Costa.

No ano passado, Rubens Lessa escreveu artigos sobre os impactos da covid-19 no “futuro do transporte coletivo pós-pandemia”. Em suas palavras, “o setor de transporte coletivo por passageiros, que já vem agonizando durante a pandemia com a redução da demanda, pode estar ameaçado no seu papel primordial de atender a população e garantir o seu direito de ir e vir”. O Estadão tentou contato com a família Lessa, reiteradas vezes, mas não obteve retorno. A assessoria de comunicação da Fetram, que é presidida por Rubens Lessa, informou que o executivo ainda não vai se pronunciar sobre o assunto. A reportagem também enviou mensagens a Rubens, pelo celular, pedindo esclarecimentos. Ele não se manifestou até o momento. 

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