Em três dias, interior paulista registra mais dez mortes por dengue

Oito delas aconteceram em Itapira, na região de Campinas, e as outras, em Penápolis e Marília

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Mais dez mortes por dengue foram confirmadas no interior de São Paulo desde domingo, 8. O número de cidades em situação de emergência em razão da epidemia não para de crescer.

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Oito mortes foram confirmadas na manhã desta terça-feira, 10, em Itapira, na região de Campinas. A cidade, que desde janeiro está em situação de emergência pela doença, já havia confirmado um óbito este ano. A cidade tem 3.125 casos de dengue para uma população de 72,5 mil habitantes.

Outras duas mortes foram registradas no domingo, em Penápolis e Marília. Em Penápolis, com o novo óbito confirmado pela Secretaria da Saúde, a cidade da região noroeste do Estado passa a contar com seis mortes confirmadas. A doença registrou 1.285 casos confirmados e 808 aguardando confirmação. Em Marília, no centro-oeste, um homem de 65 anos que estava internado na Santa Casa teve a morte por dengue confirmada no atestado de óbito.

Em Rio Claro, na mesma região, são 1,8 mil casos e uma morte confirmados, além de outro óbito suspeito, mas a prefeitura não decretou emergência Foto: Paulo Whitaker/Reuters

Na região norte do Estado, onde a doença mais se alastra, outras quatro cidades - Descalvado, Conchal, Itirapina e Santa Rita do Passa Quatro - entraram na lista de cidades em situação de epidemia. Em Mogi Guaçu, região de Campinas, o prefeito Walter Caveanha (PTB) foi internado com dengue no Hospital São Francisco, domingo. Ele permaneceu internado até a manhã desta terça-feira, quando recebeu alta. A cidade também registra epidemia, com 1.129 casos.

Sem informações. Algumas cidades que registram as maiores incidências de dengue no interior de São Paulo dão informações incompletas sobre os números da doença em seus sites. Embora a maioria das prefeituras inclua boletins diários sobre a epidemia, o número de mortes confirmadas ou sob investigação não é informado. Uma das razões seria o cuidado em evitar que haja alarme com a publicação de mortes por dengue que podem não ser confirmadas pelos exames oficiais.

Com grande número de casos, Catanduva emite relatórios atualizados sobre a doença, mas omite os óbitos. A cidade tem 24 mortes este ano com diagnóstico apontando para a dengue, sendo seis já confirmadas e 18 em investigação. Já os casos de dengue informados no boletim são 7.453 confirmados e 1.770 aguardando exames. De acordo com a prefeitura, é recomendável aguardar a confirmação dos casos. "Essas mortes em investigação podem ser, como podem não ser, óbitos por dengue", informou a assessoria de imprensa.

O site da prefeitura de Rio Claro também divulga boletins semanais - o da última sexta-feira informava que a cidade tinha 2.331 casos notificados -, mas não há menção ao óbito já confirmado na cidade. Uma nota informa que a dengue foi descartada como causa da morte de uma pessoa do sexo feminino no final fevereiro, e que seria a segunda morte. Guararapes, com 2.174 casos, quatro mortes confirmadas e duas suspeitas, não posta boletim sobre a doença.

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Em Marília, com 6.774 registros da doença, o boletim da dengue não cita as quatro mortes já confirmadas e nove sob apuração. As divergências entre os números da prefeitura e os casos registrados pelos hospitais foram apontadas pelo Jornal da Manhã. Segundo o jornal, os casos confirmados com base em certidões de óbito chegam a 15. O município informou que não faz estatística com base em casos publicados na imprensa. O jornal alegou ter sido pressionado a retificar os números sob a ameaça de processo, mas não recuou.

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