O Ministério da Saúde investiga um caso suspeito de influenza aviária A (H5N1), ou gripe aviária, no Estado do Espírito Santo. O paciente é um homem de 61 anos da capital Vitória e, de acordo com o ministério, trabalha no mesmo parque onde uma ave contaminada foi encontrada.
Conforme determina o protocolo de vigilância sanitária, o paciente está em isolamento e está sendo monitorado por equipes de saúde do município. Até esta quarta, ele apresentava sintomas gripais leves, mas, segundo informações da secretaria de segurança do Estado do Espirito Santo, o homem está assintomático e poderá deixar a quarentena na sexta-feira.
Outras 32 pessoas que também trabalham no parque tiveram amostras colhidas para investigação. O material está em análise pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Espírito Santo, e depois será enviado para a Fiocruz, laboratório de referência para o Estado.
Em entrevista coletiva dada nesta quinta-feira, 18, o subsecretário de Vigilância em Saúde do Espírito Santo, Orlei Cardoso, informou que 32 casos já estão fora de monitoramento e o paciente que está em investigação já está assintomático. “Dentro de 24 horas, ele poderá ser liberado”, disse.
“Em relação a esse caso de gripe aviária em humano, nós queremos afirmar que é um caso suspeito, que essa amostra foi encamarinhada para o laboratório de referência e, provavelmente, na próxima semana teremos o resultado desse paciente”, afirmou o subsecretário.
Se confirmado, será o primeiro o primeiro caso de contaminação em humanos pelo influenza A no Brasil. A gripe aviária é transmitida por meio de contato com aves doentes, vivas ou mortas pela doença. Apesar de ser considerada altamente contagiosa, a infecção entre aves e pessoas não acontece com facilidade, e de humano para humano não “é sustentada”, segundo o Ministério da Saúde
“É importante ressaltar que não foram registrados casos confirmados de influenza aviária A (H5N1) em humanos no Brasil”, disse a pasta por meio de nota.
No última segunda, 15, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tinha confirmado a detecção dos três primeiros casos do vírus da Influenza Aviária em três aves silvestre no litoral capixaba.
Duas das três aves contaminadas são da espécie Trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus), que foram encontradas nos municípios de Marataízes e em Vitória (bairro Jardim Camburi). O terceiro animal doente é um atobá-pardo (Sula leucogaster), uma ave migratória que se encontrava no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica (Ipram).
“Atualmente o mundo vivencia a maior pandemia de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais”, informou o Mapa.
A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, o ministério afirmou que novas medidas sanitárias poderão ser adotadas pela pasta e também e pelos órgãos estaduais de sanidade agropecuária para evitar a disseminação da doença e proteger a avicultura nacional.
Em nota divulgada na última quinta, o Mapa afirmou que os casos confirmados no Brasil de aves silvestres contaminadas não afeta a condição do Brasil como país livre de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) e que Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) não deve impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas nacionais.
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também considerou que os casos não devem influenciar no fluxo de comércio internacional dos produtos brasileiros.
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