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Município paulista consegue atingir 99% de mulheres rastreadas contra o câncer de colo de útero

Estudo em Indaiatuba mostra que uso de teste molecular de alto desempenho para a detecção de HPV e software que otimiza a organização do programa de rastreamento pode salvar vidas com custo menor

Por Roche Diagnóstica e Estadão Blue Studio
Atualização:
5 min de leitura

O rastreamento de câncer de colo de útero salva a vida de muitas mulheres – quanto mais cedo se descobre uma lesão precursora ou carcinoma, maiores são as chances de cura, além de ser mais simples e barato o tratamento1. Hoje, no Brasil, o rastreamento é realizado por meio de citologia (análise em microscópio do material recolhido na consulta ginecológica), exame conhecido como Papanicolaou². O câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais frequente na população feminina do País, excluindo os casos de tumores de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca)².

Uma estratégia eficaz e segura para combater esse tipo de câncer é a imunização. Responsável por praticamente todos os casos da doença, a infecção pelo vírus HPV é prevenível por meio de vacina, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014 para meninas e meninos de 9 a 14 anos. “Se todo mundo abaixo dos 15 anos fosse vacinado, teríamos uma queda entre 70% e 90% na incidência de câncer de colo de útero”, afirma o médico Julio Cesar Teixeira, professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“O número de testes de citologia (Papanicolaou) do SUS cobriria todas as mulheres do País, do sistema público e privado, de 25 a 64 anos. Só que hoje a cobertura é de 15% a 30%, já considerando a saúde suplementar (convênios médicos)”, explica o médico. “Na verdade, são as mesmas mulheres que estão vindo repetir os testes anualmente, em vez de três em três anos, e estão fazendo fora da faixa de idade que é a preconizada. Há um grande desperdício dos testes.”

Se há verba para rastreamento e existe prevenção, por que a doença ainda mata tantas mulheres no Brasil?

Apesar de o programa brasileiro existir desde a década de 1980 e de vários esforços empregados nessa área, o médico afirma que, atualmente, não se sabe quem está ou não fazendo o exame. “Hoje é um programa não organizado, que chamamos de oportunista. O papanicolaou só é feito na mulher que procura, e nós aproveitamos as oportunidades em que ela aparece para fazer. Só que, como não temos controle ou registro em rede sobre essa informação no serviço de saúde, às vezes ela faz o exame mais de uma vez desnecessariamente.”

Para organizar esse trabalho de atendimento às pacientes, já existem soluções tecnológicas, como o navify® cervical cancer screening, desenvolvido pela Roche Diagnóstica. O software apoia a estruturação do fluxo de trabalho clínico, ajudando os médicos a definir quem deve realizar o exame e com que frequência, e otimiza a tomada de decisão para revisões de casos de pacientes oncológicos em reuniões de equipes multidisciplinares. A plataforma deve evoluir para mais aplicativos de apoio à decisão clínica e que abordam desafios como o do câncer de colo de útero.

Em parceria com a Prefeitura de Indaiatuba, no interior de São Paulo, e com apoio da Roche, a equipe da Unicamp chefiada pelo Dr.Teixeira desenvolveu um estudo implementando o programa organizado baseado no teste de genotipagem de DNA-HPV de alto risco para rastreamento primário da população feminina da cidade, e resultados significativos já foram publicados na revista científica Lancet.

Por ser automatizado, ou seja, realizado por máquinas, e ter alta sensibilidade, o teste de DNA-HPV oferece um controle mais preciso para o rastreio do câncer de colo de útero em comparação à citologia feita no Papanicolaou, permitindo identificar a presença do DNA dos genótipos de alto risco do HPV (os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos), o que possibilita o acompanhamento adequado e procedimentos que impedem o desenvolvimento da doença³.

Em caso de resultado negativo, o teste só precisa ser realizado novamente após cinco anos, o que contribui para o melhor uso dos recursos e para a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Esse método de rastreamento já é utilizado em programas nos EUA, Canadá, Colômbia, República Dominicana, Argentina, Itália e México, como complemento à triagem de citologia ou como teste primário.

“Nós analisamos o quanto se gasta a mais para cada ano de vida ganho pelas pacientes com esse programa, em relação ao quanto era o gasto na cidade e no tratamento de câncer na Unicamp, e fizemos uma comparação. O objetivo era calcular a custo-efetividade, que é um parâmetro para uma nova tecnologia ser aprovada pela Conitec, o órgão do governo avalia tecnologias para incorporação no SUS (Sistema Único de Saúde). A custo-efetividade alcançada com a implantação do programa organizado de rastreamento de câncer de colo de útero, por meio da genotipagem de DNA-HPV por PCR, demonstrou um perfil dominante, ou seja, com o programa é possível melhorar a qualidade de vida da população e otimizar a utilização dos recursos em saúde, com redução de custos associados”, destaca o médico.

O especialista ressalta ainda a importância da vacinação. “É a vacina mais segura do mundo, e uma das mais atacadas pelas pessoas. Já foram aplicados mais de 500 milhões de doses, sem efeitos adversos. Existe um argumento contra ela, que seria liberar a relação sexual entre os jovens, mas a hepatite B, cuja vacina é aplicada no bebê para evitar o câncer de fígado no adulto – doença que já não estamos mais vendo no Brasil justamente porque imunizamos –, também se transmite por relação sexual.”


Referências

1. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Câncer de Colo de Útero. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/cancer-do-colo-de-utero/. Acesso em: 5 dez. 2023.

2. INCA. Dados e Números sobre Câncer de Colo de Útero Relatório Anual 2023. Disponível em https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//dados_e_numeros_colo_22marco2023.pdf. Acesso em: 5 dez. 2023.

3. INCA. Câncer do colo do útero. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero. Acesso em: 5 dez. 2023.

4. Teixeira JC, Vale DB, Campos CS, Bragança JF, Discacciati MG, Zeferino LC. Organization of cervical cancer screening with DNA-HPV testing impact on early–stage cancer detection: a population-based demonstration study in a Brazilian city. The Lancet Regional Health – Americas. 2021. Disponível em: [https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2667193X21000806]

Published online 1/11/2021 [https://www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(21)00080-6/fulltext. Acesso em: 5 dez. 2023.

5. OPAS. HPV e câncer do colo do útero. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/hpv-e-cancer-do-colo-do-utero. Acesso em: 5 dez. 2023.

6. IARC. WHO. Cancer today. Disponível em: https://gco.iarc.fr/today. Acesso em: 5 dez. 2023.

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