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Ozempic ou Saxenda para perda de peso: qual funciona melhor?

Semaglutida supera liraglutida em estudo com dados de ‘mundo real’; pesquisa dá pistas sobre fatores associados à probabilidade de alcançar uma perda de peso sustentada e de magnitude suficiente

Por Dennis Thompson (HealthDay)

Ozempic e seu “primo” para perda de peso, Wegovy, superaram outro medicamento antigo para emagrecimento, que também atua sobre o mesmo hormônio relacionado ao açúcar no sangue e ao apetite, em um novo estudo.

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Ozempic e Wegovy (semaglutida) promoveram a perda de 10% ou mais do peso corporal em 61% das pessoas em tratamento para obesidade e em 23% das pessoas em tratamento para diabetes, após um ano de uso, segundo os pesquisadores, que publicaram os resultados em 13 de setembro no JAMA Network Open.

Em comparação, Saxenda (liraglutida) resultou em perda de peso semelhante em apenas 29% das pessoas tratadas para obesidade e 12% das tratadas para diabetes tipo 2.

Em estudo, Ozempic e Wegovy (semaglutida) levaram à maior perda de peso do que o Saxenda (liraglutida).  Foto: VadimGuzhva/Adobe Stock

Estudos demonstram que a perda de 10% ou mais do peso corporal oferece benefícios significativos à saúde, segundo os pesquisadores. Esse nível de emagrecimento pode melhorar os níveis de açúcar no sangue e até reverter o diabetes em alguns casos, de acordo com o National Institutes of Health. Também pode melhorar os níveis de colesterol e promover a saúde cardiovascular.

“Descobrimos que a redução de peso a longo prazo variou significativamente com base no agente ativo do medicamento, na indicação do tratamento, na dosagem e na adesão ao uso do medicamento”, afirmou o principal autor do estudo, Hamlet Gasoyan, pesquisador do Centro de Pesquisa em Cuidados Baseados em Valor da Cleveland Clinic.

O estudo foi financiado pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA.

A liraglutida foi aprovada pela Food and Drug Administration (órgão americano semalhante à Anvisa) em 2010 para tratar o diabetes tipo 2 e, em 2014, para tratar a obesidade. A semaglutida é mais recente, tendo recebido aprovação em 2017 para o tratamento do diabetes, e em 2021 para o tratamento da obesidade.

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Ambos os medicamentos imitam o hormônio GLP-1, que ajuda a controlar os níveis de insulina e açúcar no sangue, reduz o apetite e desacelera a digestão.

O estudo não incluiu o mais recente medicamento para perda de peso, Zepbound (tirzepatida), aprovado pela FDA em novembro de 2023.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de quase 3,4 mil adultos tratados com Ozempic ou Saxenda entre 2015 e 2022.

A maioria dos pacientes recebeu os medicamentos para diabetes tipo 2: 40% das prescrições de semaglutida e 43% das prescrições de liraglutida foram para esse fim. Apenas 11% e 6% receberam semaglutida ou liraglutida, respectivamente, para tratar obesidade.

A perda de peso média com semaglutida foi de 13% em pacientes com obesidade que seguiram o tratamento por um ano e de 7% em pacientes com diabetes tipo 2.

Em comparação, a liraglutida resultou em uma perda de peso de cerca de 6% em pacientes com obesidade e de 3% em pacientes com diabetes tipo 2 que mantiveram o uso por um ano.

De modo geral, as pessoas tinham mais chances de perder 10% ou mais do peso inicial após um ano se recebessem semaglutida, estivessem sendo tratadas para obesidade, seguissem a rotina do medicamento, tivessem um IMC mais alto no início do estudo e fossem do sexo feminino, de acordo com os resultados.

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Doses mais altas produziram mais perda de peso, segundo os pesquisadores.

“Nossas descobertas podem ajudar a orientar pacientes e profissionais de saúde sobre os principais fatores associados à probabilidade de alcançar uma perda de peso sustentada e de magnitude suficiente para oferecer benefícios clínicos significativos à saúde”, disse Gasoyan, em um comunicado à imprensa.

“Ter dados do mundo real pode ajudar a gerenciar as expectativas em relação à redução de peso com medicamentos GLP-1 e reforçar que a persistência é fundamental para obter resultados significativos.”

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

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