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Biogás se consolida como alternativa renovável

Setor depende de políticas que visem à correta gestão de resíduos

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Por Redação
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A produção de biogás, e do seu derivado mais refinado, o biometano, está alavancada em um cenário em que setores privado e público, além da sociedade em geral, buscam fontes energéticas que não potencializem, e ainda ajudem a combater, a crise climática global. Esses biocombustíveis, produzidos a partir da decomposição de materiais orgânicos (de origem vegetal ou animal) e de outras fontes de biomassa, têm também a vantagem de serem predominantemente nacionais, quase que totalmente alheios ao fator cambial. 

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Embora com pouca representatividade na matriz energética nacional – não mais do que 0,2% –, a expectativa é de que o segmento cresça mais de 22% este ano, com a entrada em operação de 56 plantas. A capacidade teórica da indústria, considerando todos os resíduos gerados no Brasil, é da ordem de 120 milhões de m³ por dia – que poderia suprir 34,5% da demanda por energia elétrica do País ou substituir 70% do consumo de diesel nacional.

“Nem todo esse potencial é efetivo porque é preciso saber onde há viabilidade técnica e econômica. A projeção, considerando os projetos de usinas que vão entrar, os investimentos previstos e a evolução da legislação ambiental, é que até 2030 a produção chegue a 30 milhões de m³/dia”, estima Tamar Roitman, secretária executiva da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás).

Segundo Rafael González, diretor-presidente da instituição de ciência e tecnologia CBiogás, se confirmadas, as estimativas de crescimento levariam o setor de Biogás a representar algo entre 5% e 8% da matriz energética brasileira em 10 anos. Faz parte desse processo o estímulo a políticas públicas que visem à correta gestão de resíduos no País, como a ampliação da coleta e do tratamento de esgoto. Os resíduos urbanos (aterros e estações de tratamento de esgotos), os sucroenergéticos (usinas de álcool e açúcar) e os agropecuários (com o manejo adequado dos dejetos dos animais) são matérias-primas essenciais para o setor (RL).

Futuro ainda mais promissor para o biometano

O biometano, derivado produzido a partir da purificação do biogás, com a retirada do dióxido de carbono e de outras substâncias, tende a ter um futuro ainda mais promissor que o biogás. Por causa da sua composição, que tem quase 90% de metano e o torna muito similar ao gás natural, o biometano pode ser injetado nas tubulações de concessionárias de gás, reduzindo a pegada de carbono do setor. E desde a regulamentação obtida na ANP em 2017, ele também é considerado um combustível.

“É a demanda que mais cresce hoje, mais que a energia elétrica. Muito pela necessidade da substituição do diesel”, explica Tamar. A ABiogás já mapeou 25 novas plantas de biometano no País, boa parte delas aproveitando a oportunidade de descarbonização que o transporte pesado tem oferecido nesses tempos de petróleo nas alturas.

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Uma das empresas que investem no segmento é a Ecometano, subsidiária do Grupo MDC, que já possui usinas em funcionamento e projetos de parceria com aterros em Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo. A GNR Fortaleza, que explora o potencial energético do aterro de Caucaia – que recebe a maior parte dos resíduos da capital cearense –, é considerada a segunda planta mais verde do setor em todo o mundo, atrás apenas de um empreendimento na Dinamarca

Luciano Vilas Boas, diretor de Novos Negócios da MDC, diz que há cada vez mais conhecimento por parte do consumidor final e de grandes grupos industriais sobre o potencial e os benefícios do biometano. “Costumamos brincar que, se o gás natural é a energia da transição, o biometano é a chegada”, afirma.

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