“O Brasil tem desperdício de água. Temos de ser mais eficientes na distribuição e na questão da irrigação, na questão industrial, além de resolver burocracias da água de reúso industrial. Se tem burocracia, se têm entraves legais, é importante que avancemos o debate na sociedade brasileira e modernizemos isso”, explicou Izabella. A ministra discorda da ideia de que a única responsável pela crise hídrica seja a indústria e afirma que o mais preocupante hoje é a taxa de eficiência da água. “Temos de entender que o problema não é só da indústria. É de distribuição. Qual é a taxa de eficiência disso? O Brasil tem sistemas modernos, com taxa em torno de 27% e 30% de perda, e sistemas muito ruins, em torno de 78% de perda. É importante discutir o todo. De onde eu capto, como aloco, os mananciais que estou captando água, se tenho proteção desses mananciais”, disse. Izabella admitiu que o Brasil vive uma “situação grave” de escassez e destacou que há municípios em colapso na Região Nordeste, no norte do Estado de Minas Gerais e em outros Estados do Sudeste e do Sul. “Temos um fenômeno meteorológico acontecendo. É o terceiro ano com menos chuva do que o esperado. E estamos entrando no quarto. O que aconteceu no ano passado surpreendeu aqui no Sudeste do ponto de vista de série histórica. Agora, nós temos de esperar concluir a chuva”, disse a ministra. Segundo Izabella, o governo federal tem trabalhado com medidas de contingência para a gestão da crise e tomado decisões estruturantes em relação à gestão. O ministério estuda ainda a realização de uma feira tecnológica no Brasil para debater medidas de eficiência hídrica. Em 2018, o País será sede do Fórum Mundial das Águas, que ocorrerá em Brasília. Pelo mundo. Representantes de oito países debateram o tema durante o seminário. Entre eles estão Espanha e Uruguai que, segundo Izabella, também têm enfrentado escassez de água.