A empresa Delta Tankers declarou estar disposta a apresentar documentos com detalhes da navegação de um de seus navios, o grego Bouboulina, principal suspeito das autoridades brasileiras pelo derramamento de petróleo no litoral nordestino. O prazo para entregar os documentos ao governo grego é 13 de novembro, segundo fonte próxima ao processo. Pesquisadores já declararam, contudo, que a mancha de óleo foi vista dias antes da passagem da embarcação pelas proximidades do Brasil.
A Delta Tankers também negou "qualquer responsabilidade" na catástrofe ambiental e considerou que não há evidências de vazamento no navio, que partiu da Venezuela em 19 de julho e chegou ao destino, o porto malaio de Melaka, em 4 de setembro.
Uma investigação completa realizada pelos petroleiros da Delta, com "câmeras, dados e gravações", teria mostrado que "não há evidências de vazamento, transferência de navio para navio, derramamento, perda (de carga), ou atraso de Bouboulina", afirmou a empresa.
De acordo com a Delta, uma carta das autoridades brasileiras ao Ministério da Marinha Mercante da Grécia pede que quatro empresas marítimas gregas forneçam documentos que contribuam para a investigação realizada sobre o enorme vazamento de óleo. São elas: Marani, dos navios Maran Apollo e Maran Libra; Euromav, proprietária do Cap Pembroke; Minerva, dona do Minerva Alexandra; e Delta Tankers, do Bouboulina.
A origem da mancha, que surgiu no final de julho e poluiu mais de 2 mil quilômetros do litoral nordestino, permanece incerta. Em 1º de novembro, porém, as autoridades brasileiras disseram ter identificado o Bouboulina como o principal suspeito do desastre ecológico, graças a imagens de satélite.
Segundo o Ministério Público brasileiro, os danos da mancha de óleo são de "proporções imensuráveis" e atingiram "estuários e manguezais em todo Nordeste". Até 6 de novembro, as manchas apareceram em 385 locais de nove Estados do Nordeste.