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Países ricos tentam matar Protocolo de Kyoto, diz China

Os países ricos relutam em assumir metas ambiciosas para a redução das emissões de gases do efeito estufa

Por REUTERS e EFE
Atualização:

A China e um dirigente do G77 acusaram na segunda-feira, 5, os países ricos de tentarem acabar com o Protocolo de Kyoto, principal tratado climático global da atualidade, que vigora até 2012, quando será substituído por um outro acordo hoje em discussão.

 

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Delegados de cerca de 180 países estão reunidos na capital tailandesa para tentar superar as diferenças com vistas à reunião ministerial de dezembro, em Copenhague, que irá definir o novo tratado. Os países ricos relutam em assumir metas ambiciosas para a redução das emissões de gases do efeito estufa até 2020, e também com relação à transferência de verbas e tecnologias para ajudarem os países pobres a reduzir as suas emissões e se adaptarem à mudança climática. "Tornou-se evidente e na verdade claro que a intenção dos países desenvolvidos é matar o Protocolo de Kyoto", disse a jornalistas Lumumba D'Aping, que preside um grupo de negociação G77 mais China. O representante especial da China para a mudança climática, Yu Qingtai, acusou os países ricos de tentarem mudar no último minuto as regras do jogo. "Ainda estou para ver um país desenvolvido ou um grupo de países desenvolvidos aparecendo para dizer ao público, à comunidade internacional e ao seu próprio povo que eles não estão aqui para matar o Protocolo de Kyoto", disse Yu a jornalistas. As negociações em Bangcoc estão voltadas para a "arquitetura jurídica" do novo tratado climático. Austrália, União Europeia e EUA pleiteiam que o novo tratado imponha algum tipo de exigência para que os países em desenvolvimento também se comprometam com a redução de emissões. O resultado disso poderia ser um tratado mais simplificado para depois de 2012, que inclua os melhores trechos do Protocolo de Kyoto, ou que emende o Protocolo de Kyoto ou outro tratado. Kyoto atualmente obriga 37 países industrializados (mas não os EUA) a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa entre 2008 e 2012. Já os países em desenvolvimento não estão submetidos a tal obrigação, e a rejeitam também para o futuro acordo. Eles temem que uma manobra dos países ricos para buscar medidas mais flexíveis nas metas de redução, com base nas circunstâncias nacionais, poderia levar as nações desenvolvidas a se esquivarem de cortes ambiciosos e obrigatórios. O negociador-chefe da Suécia, Anders Turesson, disse que a Europa se mantém leal ao sistema de Kyoto. A Suécia preside a União Europeia neste semestre.

 

Nações insulares

 

Por sua vez, a Aliança dos Pequenos Estados Insulares advertiu que mais meio milhão de habitantes do Pacífico perderão suas casas e nações em virtude da elevação do nível do mar, a menos que as economias desenvolvidas se comprometam a reduzir as emissões de gases poluentes.

 

Em nota, a Aliança pediu uma redução significativa nas emissões dos gases causadores do efeito estufa.

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Algumas das 179 delegações que participam da reunião de Bangcoc, que termina amanhã, lamentaram o fato de os países industrializados não estarem oferecendo toda a assistência que deveriam, o que estaria impedindo as negociações de avançar.

 

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