Pelo menos 15 pessoas - entre elas um advogado, dois servidores do Estado, um tabelião, um engenheiro florestal, um agrimensor e dois empresários - foram presas ontem na operação São Tomé, feita pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente, da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso. A operação tinha como alvo uma quadrilha especializada em grilar terras para obtenção de créditos ambientais.
As investigações que culminaram na operação começaram em 2007, quando o grupo invadiu uma área de mais de 2 mil hectares no norte do Estado. Depois de entrar no terreno, eles fraudaram a documentação de aquisição da área para que parecesse que os contratos tinham sido assinados em 1996.
Em seguida, o grupo tentou invadir as terras de uma fazenda vizinha. Foi constatada falsificação das assinaturas nos contratos dos dois casos.
O esquema teria rendido um lucro de cerca de R$ 3 milhões, o equivalente à comercialização de 1,2 mil carretas de madeira.
O delegado Luís Henrique de Oliveira, de Sinop (a 500 quilômetros de Cuiabá), disse que 70% da madeira retirada no norte do Estado é "esquentada" com créditos florestais e documentos falsos. De acordo com o governo de Mato Grosso, os dois servidores envolvidos no esquema foram afastados.