Planejamento rígido não combina com viagem de bicicleta. Você pode e deve ter metas a cumprir, mas é essencial saber lidar com os imprevistos - e até mesmo se divertir com eles. Nossa preparação começava pela manhã, durante o café, em geral comprado em supermercado e degustado nos parques. Neste clima de piquenique estudávamos o mapa e marcávamos os lugares para visitar ao longo do dia.
Durante a pedalada surgiam novidades, como um castelo, um museu, ruínas ou um banho de rio. Paradas que faziam o tempo passar e, às vezes, atrasavam a viagem. Nem por isso vale a pena se apressar e deixar as atrações de lado. Se o atraso for muito grande, você pode vencer alguns quilômetros de trem.
Nunca parar para o almoço foi um dos segredos do sucesso da aventura. As compras feitas pela manhã garantiam lanchinhos durante o dia e ainda a oportunidade de experimentar alimentos comuns no dia a dia dos moradores, daqueles que você só acha em supermercado e que por aqui custariam pequenas fortunas.
Os pontos de pernoite eram escolhidos no fim da tarde. Dicionário na mão, era hora de bater na porta de pousadas, pensões e bed & breakfasts. Decidida a hospedagem, um banho e a saída para uma refeição completa em um dos restaurantes locais. Muitos rios e o Mar Báltico no percurso garantiam uma boa variedade de peixes nos cardápios, em vez das tradicionais salsichas alemãs. Cerveja, de infinitos tipos e sabores, também não falta.
Pequenas, as cidades da rota têm o hábito de dormir cedo - algumas chegam a apagar as luzes das ruas e das praças. Nas mais interessantes, vale a pena ficar um dia inteiro para aproveitar as atrações locais. Outras anunciam a proximidade de um ponto imperdível mais à frente, o que dá ânimo para acordar muito cedo (neste caso, é indispensável estar bem agasalhado para suportar o frio das primeiras horas da manhã).
Foram 100 quilômetros de pedaladas em alguns dias e apenas 50 em outros. Ótimos restaurantes alternados com lanches simples e despretensiosos. Muitas fotografias, muitas histórias. E, como bônus, três quilos a menos na silhueta.
O QUE LEVARDicionário de alemãoNão espere praticar o inglês nas pequenas cidades alemãs. O dicionário pode ajudar a decorar frases básicas e garantir comida, banho e cama quente todos os dias
Material de orientaçãoEmbora exista sinalização na rota, é bom levar mapas especializados, bússola ou GPS para não depender só das placas
FerramentasPara manutenção básica da bike. Alguns trechos entre cidades são longos - e se um pneu furar no caminho?
O QUE TRAZERAlforje Malas impermeáveis próprias para encaixar no bagageiro da bike são baratas na Alemanha (em comparação com o preço no Brasil)
Roupas impermeáveisTambém saem mais em conta por lá. Procure em lojas esportivas e shoppings
BicicletaCom 500 é possível trazer para casa um exemplar de ótima qualidade. Só preste atenção porque alguns modelos são bem diferentes e você pode não achar peças no Brasil