Mendoza: vinícolas, restaurantes e charme aos pés dos Andes

Famosa pela produção de Malbecs, a região argentina oferece almoços harmonizados e tours para encarar de taça na mão; veja dicas

PUBLICIDADE

Por Juliana A. Saad e Mauro Marcelo Alves
Atualização:
Degustação na vinícola Decero, na região de Mendoza Foto: Mauro Marcelo Alves

Imagine dias regados por visitas guiadas a bodegas e degustações de alguns dos melhores rótulos de vinhos produzidos na América do Sul. Adicione parrilla, empanadas, alfajores e doce de leite servidos em ótimos restaurantes e tempere com tango, trekkings, piqueniques, cavalgadas, safáris de vinho e hotéis deliciosos, imersos em uma paisagem que mescla a Cordilheira dos Andes, longas fileiras de vinhedos, grandes planícies e vilarejos. Isso sem falar do sol onipresente em 300 dias do ano. Em Mendoza, tudo conspira para viver dias intensos e cheios de sabores.

A atração que brasileiros sentem pela província no centro-oeste da Argentina, a 1.195 quilômetros de Buenos Aires, é justificada. Não só pelo câmbio favorável (em média, 10 pesos valem R$ 1), mas também pela distância: são cerca de 4 horas de São Paulo, com voos diretos da Gol e da Latam.

Vinícolas

PUBLICIDADE

Com aproximadamente 115 mil habitantes, a cidade de Mendoza serve de ponto de partida para visitas às vinícolas. Ela tem atrações próprias – como o bonito Parque General San Martín, com mais de 300 hectares e 17 km de trilhas –, além de lojas de vinhos, bares e restaurantes convidativos.

A atração mais emblemática é o Aconcágua. O pico mais alto das Américas, com 6.959 metros de altitude, fica ali, em meio à monumentalidade dos Andes, elevando-se com sua beleza serena e picos nevados sobre os vinhedos. O Parque Provincial Aconcágua tem roteiros para vários tipos de turistas – de trilhas simples de 2h a circuitos voltados a escaladores experientes.

O começo de tudo

Fundada em 1561 pelos espanhóis comandados por Pedro del Castillo, Mendoza foi recriada após um terremoto que destruiu a cidade em 1861. No fim do século 19, a praga filoxera, que destruiu os vinhedos na Europa, provocou a ida de imigrantes europeus (sobretudo italianos e espanhóis) para a província. Foram eles que impulsionaram o desenvolvimento da incipiente produção vitivinícola que, mais tarde, alavancaria o crescimento da região. Hoje, segundo a Unión Vitivinícola Argentina, Mendoza produz 67% do vinho do país, que é o quinto produtor mundial da bebida.

Wine Safari: tour em caminhão aberto, de taça na mão Foto: Juliana Saad

As principais regiões vinícolas da província têm particularidades. Perto da capital, Luján de Cuyo é uma das mais conhecidas, famosa pelos vinhos com Malbec, a uva francesa que se tornou símbolo da vitivinicultura argentina. Na região de Maipú, além dos vinhedos há uma profusão de pomares e oliveiras. Mais distante, a cerca de 100 km ao sul da capital, o Valle del Uco também guarda uma produção expressiva de Malbecs.

Há outras uvas, porém. Cabernet Sauvignon, Bonarda, Cabernet Franc, além das brancas Torrontés, Chardonnay, Sauvignon Blanc, entre outras, também têm vez.

Publicidade

Vamos, portanto, à degustação. Há empresas que fazem tours entre as vinícolas (assim, ninguém precisa deixar de beber para dirigir), como a Wine Safari. A empresa funciona de forma independente e em parceria com o Cavas Wine Lodge, realizando tours gastronômicos e personalizados. Uma novidade é o wine truck, com bancos estofados, mantinhas e carroceria aberta para ver a paisagem, que leva os turistas de taça em punho por trilhas em meio aos vinhedos. Nosso tour, com degustação, piquenique nos vinhedos e massagem no spa, custou US$ 95 (R$ 355).

Destacamos sete vinícolas que valem a visita. Confira, a seguir, os destaques de cada uma.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.