Depois de voar de São Paulo a Palmas, partimos em direção ao Jalapão. As estradas perto da capital do Tocantins ainda são boas, mas chegando perto de Ponte Alta se tornam esburacadas e, em alguns pontos, estreitas, o que exige perícia do condutor. Em certos trechos, o motorista tem de guiar na contramão em razão dos buracos. Esses primeiros solavancos são apenas um aperitivo do que está por vir pelas estradas da região.
Mais de 150 quilômetros e muitos chacoalhões depois, paramos em Ponte Alta para almoçar. A cidade é conhecida como Portal do Jalapão – o primeiro contato com a região para quem vem de Palmas. De lá, é possível seguir para outras bases, onde estão as principais atrações: Mateiros (a 160 km dali) ou São Félix do Tocantins (a 90 km).
Geralmente, os guias e empresas de turismo que levam os turistas de Palmas já fazem reserva nos restaurantes – mas se você for por conta, não arrisque e ligue antes para não ficar sem almoço. Fomos ao Tamboril (63-98467-8049), que serve ótima comida caseira em sistema self-service e também tem opções à la carte. O destaque do almoço foi o purê de batata-doce com banana da terra (R$ 35 por pessoa).
Para fazer a digestão, vale aproveitar para conhecer as lojinhas de artesanato que vendem produtos feitos com capim dourado, típico da região. Dá pra comprar bijuterias, chapéus, bolsas... Fique à vontade para pechinchar: o pessoal aceita negociar.
Deu tempo ainda de conhecer a Praia do Tamburi, no Rio Ponte Alta. Os moradores se aliviam do calor de mais de 35 graus nessa pequena praia de água doce – e alguns corajosos até arriscam um mergulho das estruturas da ponte. Dali, seguimos para a próxima parada: o Cânion do Sussuapara.
Fonte da juventude
Sussuapara, que dá nome ao lugar, é um cervo de grande porte que habita a região. Localizado a 14 quilômetros do centro de Ponte Alta, é uma ótima recompensa para tantas horas de estrada.
O cânion é uma formação rochosa de 12 metros de altura que se mistura à vegetação, formando pequenos dutos de raízes aéreas por onde a água escorre. O lugar tem uma beleza surpreendente e ao final dele, depois de um caminho de pedrinhas massageadoras pelo curso d'água, há uma pequena cascata que verte água mineral geladinha. É possível beber essa água sem medo – os moradores dizem que essa é a verdadeira fonte da juventude. Só para garantir, encho minha garrafinha por ali. A entrada custa R$ 20 por pessoa, e há um limite máximo de 30 visitantes no local; (63) 99236-5168.
À noite, jantamos na Pousada Águas do Jalapão (63-99108-6678. A comida caseira, em sistema self-service, é reconfortante. Na casa há drinques e picolés feitos com frutas da região, como a caipirinha de açaí (R$ 15) e o sorvete de murici, que tem uma textura diferente, um pouco farinácea e sabor que lembra um queijo doce (!). Estranho, mas é bom. Leve dinheiro – a casa não aceita cartão.