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Correção: UERJ rejeita pedido para colocação de mísseis

Por Felipe Werneck
Atualização:

A nota enviada anteriormente continha um erro no título. O correto é UERJ e não UFRJ. Segue a versão corrigida.A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) recusou pedido feito pela Marinha do Brasil para posicionar mísseis de defesa antiaérea durante a Copa do Mundo no topo do prédio da instituição, que fica ao lado do estádio do Maracanã, na zona norte do Rio. De acordo com a prefeitura do câmpus, "houve um contato para a instalação de antimísseis durante a Copa, mas o pedido foi recusado". Procurado pela reportagem, o Ministério da Defesa informou que "foram feitas sondagens em diversos pontos no entorno do estádio, mas ainda não há definição sobre os locais em que serão colocados os equipamentos de defesa do espaço aéreo" durante o Mundial.No sábado, o Estado revelou ofício assinado em 29 de maio pelo capitão de fragata Marco Aurélio da Silva, comandante do Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea da Marinha, em que ele pede permissão à síndica de um prédio de 15 andares e 90 apartamentos na Tijuca, a 600 metros do estádio, para posicionar um posto de vigilância e material de defesa antiaérea no terraço, de 14 de junho a 14 de julho.A ocupação da cobertura durante a Copa foi autorizada pela administração do condomínio, segundo comunicado enviado na sexta-feira (6). No entanto, moradores ouvidos pela reportagem afirmam que não foram consultados. O economista aposentado Almir Gomes Cardoso, de 72 anos, diz que se surpreendeu com a movimentação de fuzileiros navais no prédio na semana passada."Instalar um míssil em um prédio de 90 apartamentos é uma maluquice. Em tempos de guerra poderiam até tomar a minha casa, mas não estamos em guerra. Por mais que a Fifa tenha poderes, não acredito que um prédio residencial seja o local mais apropriado para isso", afirmou Cardoso, ex-funcionário do Banco Central, que mora em um dos seis apartamentos da cobertura, com vista para o Maracanã.O prédio, um dos mais altos da região, fica na rua Deputado Soares Filho. A reportagem procurou a síndica e deixou telefones de contato com o porteiro, mas ela não retornou. "Isso aqui não é um prédio do governo, são casas de família. Fizeram isso à revelia dos proprietários. Ninguém ficou sabendo. Agora podemos virar alvo de outros mísseis, é isso?", reclamou a pedagoga Lenora Monteiro, de 67 anos, mulher de Cardoso.O planejamento de defesa antiaérea para a Copa é feito pela Marinha e pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). Com a recusa da UERJ, o local deverá ser descartado. De acordo com o Ministério da Defesa, os mísseis seriam de baixo alcance e já foram usados no esquema de segurança da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012, e da Copa das Confederações e da visita do papa Francisco, em 2013.

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