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Indefinidos, democratas realizam últimas prévias

Resultados de Dakota do Sul e Montana não devem definir candidato.

Por Bruno Accorsi
Atualização:

Os Estados americanos de Dakota do Sul e Montana realizam nesta terça-feira as últimas prévias eleitorais democratas. Pesquisas indicam vantagem de Obama sobre a rival Hillary Clinton em Montana, mas ela estaria à frente em Dakota do Sul. Mas os resultados das primárias desta terça não devem ter influência sobre quem será o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos. Somados, os dois Estados oferecem apenas 31 delegados. A cifra não chega a dar ao senador Barack Obama os 46 delegados que ele necessita para atingir a marca de 2.118 e se sagrar o candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos. Eleição geral Obama já faz campanha em Estados onde já foram realizadas primárias, mas que deverão ter um forte peso na eleição geral. Nesta sexta, ele discursou na cidade de Troy, no Estado de Michigan, fortemente atingido pela crise econômica americana, e, em seu pronunciamento, fez uma única menção - elogiosa, por sinal - à rival, mas centrou inúmeras críticas ao candidato republicano, John McCain. ''A senadora Clinton fez uma campanha fantástica, ela é uma extraordinária servidora pública. E ela e eu estaremos trabalhando juntos em novembro (mês em que será realizada a eleição geral)'', afirmou Obama. ''A outra razão pela qual sei que o partido estará unido é que quando chegaramos em novembro, o nome George W. Bush não estará na cédula, e acho que todos estaremos unidos para garantir que as políticas econômicas e a política externa de Bush não cheguem à Casa Branca'', acrescentou. Bush e McCain O senador tem procurado reforçar os laços entre seu provável rival e o presidente Bush. ''Diante da crise de moradia, da forte impopularidade de Bush e da guerra, chega a ser impressionante que a disputa entre democratas e republicanos seja sequer competitiva. Mas isso é graças ao indicado do Partido Republicano, que é o melhor candidato'', disse à BBC Brasil James Thurber, diretor do Centro de Estudos Presidenciais e do Congresso da American University, de Washington. ''Através de seu individualismo, ele tem apelo junto a eleitores democratas da classe trabalhadora, os chamados 'Democratas Reagan''', afirma Thurber. De acordo com o analista, a provável disputa entre Obama e McCain será acirrada, em especial nos chamados Estados ''campo de batalha'', como Ohio, Pensilvânia e Virgínia, onde os eleitores estão divididos em suas preferência entre republicanos e democratas. Eleitores de Hillary Muitos eleitores democratas destes Estados que votaram em Hillary são originários da classe trabalhadora, com nível educacional básico e predominantemente brancos. Este grupo eleitoral tem se mostrado resistente a votar em Obama. ''A questão racial tornará a disputa difícil para Obama. Os eleitores da classe trabalhadora estão relutantes em votar num afro-americano. As eleitoras que apoiaram Hillary estão mais propensas a votar nele.'' Thurber acredita que seja qual for a decisão tomada por Hillary após terça-feira, ela estará colocando o seu futuro político em jogo. ''Eu acredito que ela decidirá se retirar da disputa. Depois de terça, será preciso um tempo para sanar as feridas e para restabelecer a união. Se ela se retirar de forma digna, isso dará a ela um grande poder político. Se seguir lutando, tanto ela como Bill Clinton perderão tudo e causarão um estrago completo para o Partido Democrata.'' BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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