Simone de Beauvoir

Escritora

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Por Redação

Simone-Ernestine-Lucie-Marie Bertrand de Beauvoir

9/1/1908, Paris (França) – 14/4/1986, Paris (França)

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Em uma família de origem aristocrática, mas em decadência financeira, é criada segundo a etiqueta de elite. Em 1913, inicia seus estudos no Cours Désirs, uma escola católica. Em 1914, eclode a primeira guerra mundial, e o pai de Simone é obrigado a partir para o front. Retorna três meses depois. Em seguida sofre um  um ataque cardíaco e passa a se dedicar a lecionar literatura à filha. Com apenas dez anos, a jovem conhece Élizabeth Lacoin, que viria a ser sua grande amiga com influência marcante em sua trajetória. Aos quinze anos, é uma ateísta declarada.

Entre 1925 e 1928, matricula-se no Institut Catholique, no Institut Sainte-Mariede Neuilly e na Sorbonne, onde estuda matemática, letras e filosofia, respectivamente. Nessa época, torna-se amiga de Maurice Merleau-Ponty. Em 1928, é aprovada em segundo lugar no concurso de “agregration”, sendo admitida para lecionar em nível superior. Em 1929, aproxima-se de Jean Paul Sartre e os dois firmam um pacto amoroso não monogâmico, segundo o qual poderiam se relacionar com outras pessoas desde que mantivessem um laço afetivo necessário um em relação ao outro. Em setembro do mesmo ano, abandona a casa dos pais para morar num quarto alugado na avenida Denfert-Rocheareau. Leciona latim por pouco tempo no Liceu Victor-Duruy e perde a amiga Élizabeth Lacoin, que morreu precocemente.

Em 1930, torna-se amiga de intelectuais franceses como Paul Nizan, Raymond Aron e Madame Morel. Em 1931, é nomeada professora em Marseille. Em 1936, regressa a Paris e começa a lecionar no Lycée Molière. No mesmo ano, é hospitalizada em decorrência de uma doença pulmonar. Em 1937, faz uma breve visita aos Alpes e começa a escrever “A Convidada”. Em 1939, após a declaração de guerra, Simone parte para lecionar no Liceu Camille-Sée e no Liceu Henri-IV. Em 1940, vive o difícil período da ocupação alemã e do racionamento de comida, enquanto Sartre, seu amante, é preso pelos alemães.

Em 1941, funda com outros intelectuais o grupo “Socialismo e Liberdade”, cujo objetivo seria obter apoio contra o nazismo e para a resistência francesa. Em 1942, a editora Gallimard publica o romance “A Convidada”. Em 1943, a autora começa a escrever “O sangue dos outros”. Ainda nesse ano, Simone é acusada de “corrupção de menores” e, devido a seu estilo irreverente de vida e sua repulsa às convenções sociais, é tratada como criminosa e proibida de lecionar na França. Foi readmitida no final da guerra, mas recusou-se a voltar a lecionar. No mesmo ano, redigiu e "Pyrrhus et Cinnéas", um ensaio filosófico que viria a ser publicado pela Gallimard. É também a época em que conhece Albert Camus e participou das reuniões clandestinas do jornal Combat.

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Em 1945, ajuda a fundar a revista de esquerda “Les Temps Modernes”. Entre 1946 e 1947, publica “Todos os homens são mortais” e “Por uma Moral da Ambiguidade”. Nesse período, visita a Tunísia, a Argélia e os Estados Unidos, países nos quais realiza diversas palestras. Em 1949, Simone publica “O segundo sexo”, livro de grande sucesso de vendas, em que a filosofa afirma que a condição feminina é uma construção social e não uma determinação natural, quebrando diversos tabus a respeito da sexualidade feminina. Foi criticada por conservadores e inclusive por amigos, como Albert Camus, e seu livro foi colocado no Index de livros proibidos do Vaticano. Em 1954, publica “Os Mandarins” e recebe o prêmio Goncourt no dia 6 de dezembro. Em 1955, viaja para Pequim e publica um conjunto de três ensaios intitulado “Privilégios”.

Em 1956, torna-se participante ativa da campanha pela libertação da Argélia e, no ano seguinte, publica “A Longa Marcha”, uma obra sobre a China. Milita contra o presidente De Gaulle e toma o papel de enfermeira de Sartre, nessa época extremamente enfermo. Visita Cuba e o Brasil ao lado de Sartre, sendo recebidos por comunistas latino-americanos como Che Guevara e Jorge Amado. Em 1961, participa da fundação da liga para a União Antifascista, e escapa de diversos atentados a bomba promovidos por grupos direitistas contra ela e Sartre. Publicou, ainda, “A Força das Coisas”, “A cerimônia do adeus” e “A velhice”. Lutou pela legalização do aborto e apoiou os estudantes franceses durante o maio de 1968.

Morre em abril de 1986, com 78 anos, diagnosticada com um edema pulmonar.

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