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Imigração

Movimento de emigração de europeus e asiáticos para o Brasil a partir do século 19

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Por Redação

Movimento de migração em massa de europeus e asiáticos para o Brasil (final do século 19 e metade do século20)

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    Entre 1808 e 1850, no auge do período da escravidão, muitas tentativas de formação de colônias estrangeiras no Brasil fracassaram. A imigração alemã, porém,foi uma exceção. Em 1819 foi fundada a colônia alemã de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Outras colônias foram fundadas em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo. Entre 1850 e 1888, com a gradual abolição da escravidão, surgiram as primeiras tentativas importantes de colonização do país. A partir de 1870, cresceu a imigração italiana para o sul e o sudeste do país, onde os europeus eram usados como mão de obra barata para trabalhar nas lavouras de café. Em meados do século 19 foram fundados núcleos coloniais norte-americanos no centro-oeste brasileiro, compostos, em sua maioria, por sulistas confederados derrotados na Guerra de Secessão. A imigração eslava, concentrada no Paraná, também iniciou-se nessa época.  A partir de 1888, data de abolição da escravidão, a imigração para o Brasil cresceu expressivamente. Entre 1895 e 1896, milhares de ucranianos migraram para o Paraná, onde se tornaram pequenos proprietários. Em 1908, o primeiro grupo de imigrantes japoneses chegava ao Brasil, transportados pelo navio Kasato-Maru. Em 1890, começaram a chegar as primeiras levas de imigrantes húngaros e árabes. Nesse período, a imigração italiana se intensificou, bem como a imigração portuguesa e espanhola. Calcula-se que, entre o começo do século 19 e a metade do século 20, tenham entrado cerca de 5 milhões de imigrantes europeus e asiáticos no Brasil. Destes, os mais numerosos teriam sido os portugueses, seguidos pelos italianos, espanhóis e alemães.    Motivos para a grande onda migratória deste período não faltavam. A Europa assistia a um processo de concentração de terra e renda, cujo resultado foi a formação de grandes massas de camponeses e ex-pequenos proprietários endividados e famintos. Sem perspectivas de progresso em seus países de origem, sem terra, sem trabalho e recusando-se a se tornar proletários, esses europeus decidiam fugir para países americanos, como os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil, que eram vistos como nações de oportunidades. Além disso, muitos países europeus, como a Alemanha e a Itália, passavam por guerras violentas. No Japão, o crescimento demográfico associado à modernização da Era Meiji deixaram milhares de camponeses sem fonte de renda.  No Brasil, a imigração foi apoiada pelo governo central, pelos governos provinciais e por fazendeiros independentes, que faziam propaganda no exterior. Embora não existissem estruturas adequadas para a recepção dessa grande quantidade de imigrantes, o país necessitava de mão de obra assalariada para trabalhar nas grandes lavouras de café, sobretudo após a abolição da escravidão. Também predominava uma visão racista de que o Brasil deveria se “embranquecer” para se tornar uma civilização.  As condições de trabalho dos imigrantes no Brasil eram péssimas. Muitas vezes os trabalhadores asiáticos e europeus eram tratados por seus senhores como antes eram tratados os escravos negros. Uma rede de exploração, que começava com o financiamento das viagens ao Brasil, garantia que muitos imigrantes endividados permanecessem presos a seus patrões por anos. As dificuldades de adaptação também não eram pequenas e, em meados do século 20, o governo central buscou coibir algumas manifestações culturais estrangeiras e impor maior uniformidade.

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