Governo cria a Agência Brasileira de Museus, que fará a reconstrução do Museu Nacional


Temer assinou duas medidas provisórias sobre o tema nesta segunda. Entidade, que substituirá o atual Instituto Brasileiro de Museus, gerenciará ainda outros 27 museus com orçamento de R$ 200 milhões

Por Mariana Haubert

BRASÍLIA -  Na esteira dos esforços para reconstruir o Museu Nacional, destruído por um incêndio na semana passada, o presidente Michel Temer assinou nesta segunda-feira, 10, duas medidas provisórias que criam a Agência Brasileira de Museus (Abram) e a legislação para a instituição de fundos patrimoniais. 

A reconstrução completa do Museu Nacional deve demorar "três ou quatro anos", estimou Ministro da Educação Foto: Fabio Motta|Estadão

A Abram, que substituirá o atual Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), será responsável por coordenar a reconstrução do Museu Nacional, que, de acordo com o governo, continua vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tanto o museu quanto a Abram ainda definirão os termos da cooperação posteriormente.

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A agência gerenciará também os 27 museus que hoje estão sob os cuidados do Ibram e terá um orçamento inicial de R$ 200 milhões. De acordo com o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o valor corresponde a mais que o dobro do que o Ibram recebe atualmente, e será remanejado do Sebrae, representando 6% do orçamento da empresa.

A nova entidade terá status de serviço social autônomo e autonomia orçamentária. Além dos recursos iniciais, a agência também poderá ter outras fontes próprias como a administração da renda gerada pelos museus que estarão sobre o seu domínio, a gestão de fundos patrimoniais e o recebimento de recursos da Lei Rouanet. "Essa medida (que cria a Abram), além de dar muito mais agilidade e ter modelo de sustentabilidade mais evoluído, também amplia recursos", comemorou o ministro.

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Sá Leitão afirmou ainda que haverá metas e indicadores de desempenho pelos quais a performance das instituições e da própria Abram poderão ser avaliadas. A instituição também terá políticas de compliance e regras anticorrupção. A presidência da agência ainda não foi definida e o seu conselho administrativo será formado pelo ministro da Cultura, por três integrantes do Poder Executivo e três da sociedade civil. 

"Não teremos com esse desenho aumento de despesa para o poder público. Ao contrário, teremos redução no médio e longo prazo ao mesmo tempo que teremos aumento nos recursos. É um ganha-ganha", declarou Sá Leitão. 

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O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, divulgou uma nota no início desta noite em que afirma que o Sebrae não foi consultado e que irá acionar a Justiça contra a MP. De acordo com a nota, "o governo desrespeitou princípios legais e de previsibilidade da gestão, já que os recursos retirados da empresa tinham definição definida". Afif diz ainda que considera a medida ilegal. 

Reconstrução

 Em entrevista à imprensa, Sá Leitão destacou que a ação vai ser realizada em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pelo museu. Ela manterá os projetos de ensino, pesquisa e extensão, mas os recursos destinados para a reconstrução do local serão administrados pela nova agência. 

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"Quero reiterar que o Museu Nacional pertence à UFRJ e o que estamos fazendo por meio da Abram é criando condições para que haja de fato o processo de reconstrução, que vai demandar volume muito grande de recursos. Para a própria UFRJ será melhor que esses recursos sejam geridos pela Abram", afirmou o ministro.

Inicialmente, porém, o governo estudava a possibilidade de retirar o museu do escopo da universidade por avaliar que a atual reitoria não teve competência para administrar os recursos repassados pelo governo federal. A ideia, no entanto, não foi levada adiante pelo temor de que a medida, considerada arbitrária por outras instituições de ensino, pudesse gerar reações não só da UFRJ mas de todas as universidades públicas do país. 

Segundo Sá Leitão, a Abram também constituirá o fundo patrimonial que recolherá recursos de doações e contribuições para a reconstrução do Museu Nacional. "Hoje essas receitas vão para o Tesouro Nacional, e pode ser pouco para o Tesouro mas é muito importante para estes museus. É importante que as instituições possam ficar com essas receitas", explicou o ministro da Cultura em uma cerimônia fechada realizada no Palácio do Planalto para assinatura da medida provisória.

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Fundos Patrimoniais

Temer também assinou nesta tarde outra MP que institui a legislação para os fundos patrimoniais que poderão ser criados tanto para as áreas da cultura quanto de educação, saúde, ciência e tecnologia e outras.

Na cerimônia em que assinou o texto, o presidente declarou que "a tragédia de ontem", fazendo referência ao incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, contribuirá para a preservação do patrimônio histórico, cultural e científico do Brasil. "O incêndio destruiu não só acervo de valor inestimável, mas também parte da nossa história", discursou o presidente.

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Após o incidente, Temer disse que teve a ideia de chamar bancos e empresas para ajudar na reconstrução do museu e que ficou surpreso com o entusiasmo. O objetivo, disse, é "não deixar apenas por conta do poder público" a missão de preservar o patrimônio, mas também "somar com a iniciativa privada". Ele disse que apenas na área federal há 3.700 museus atualmente.

Os fundos terão natureza privada e os doadores poderão especificar no que querem ver seu dinheiro empregado. No caso de projetos para a área cultural, os doadores poderão usar parte do imposto de renda a pagar para doar via Lei Rouanet. 

Veja: Arqueólogos em treinamento para resgatar peças do Museu Nacional

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Quando os trabalhos emergenciais de contenção estiverem concluídos, equipes de arqueólogos entrarão no palácio em busca do que pode ser salvo. Segundo o diretor administrativo do museu, Wagner William Martins, o treinamento já começou e a busca deve contar com a colaboração de profissionais de outras instituições.

BRASÍLIA -  Na esteira dos esforços para reconstruir o Museu Nacional, destruído por um incêndio na semana passada, o presidente Michel Temer assinou nesta segunda-feira, 10, duas medidas provisórias que criam a Agência Brasileira de Museus (Abram) e a legislação para a instituição de fundos patrimoniais. 

A reconstrução completa do Museu Nacional deve demorar "três ou quatro anos", estimou Ministro da Educação Foto: Fabio Motta|Estadão

A Abram, que substituirá o atual Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), será responsável por coordenar a reconstrução do Museu Nacional, que, de acordo com o governo, continua vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tanto o museu quanto a Abram ainda definirão os termos da cooperação posteriormente.

A agência gerenciará também os 27 museus que hoje estão sob os cuidados do Ibram e terá um orçamento inicial de R$ 200 milhões. De acordo com o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o valor corresponde a mais que o dobro do que o Ibram recebe atualmente, e será remanejado do Sebrae, representando 6% do orçamento da empresa.

A nova entidade terá status de serviço social autônomo e autonomia orçamentária. Além dos recursos iniciais, a agência também poderá ter outras fontes próprias como a administração da renda gerada pelos museus que estarão sobre o seu domínio, a gestão de fundos patrimoniais e o recebimento de recursos da Lei Rouanet. "Essa medida (que cria a Abram), além de dar muito mais agilidade e ter modelo de sustentabilidade mais evoluído, também amplia recursos", comemorou o ministro.

Sá Leitão afirmou ainda que haverá metas e indicadores de desempenho pelos quais a performance das instituições e da própria Abram poderão ser avaliadas. A instituição também terá políticas de compliance e regras anticorrupção. A presidência da agência ainda não foi definida e o seu conselho administrativo será formado pelo ministro da Cultura, por três integrantes do Poder Executivo e três da sociedade civil. 

"Não teremos com esse desenho aumento de despesa para o poder público. Ao contrário, teremos redução no médio e longo prazo ao mesmo tempo que teremos aumento nos recursos. É um ganha-ganha", declarou Sá Leitão. 

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, divulgou uma nota no início desta noite em que afirma que o Sebrae não foi consultado e que irá acionar a Justiça contra a MP. De acordo com a nota, "o governo desrespeitou princípios legais e de previsibilidade da gestão, já que os recursos retirados da empresa tinham definição definida". Afif diz ainda que considera a medida ilegal. 

Reconstrução

 Em entrevista à imprensa, Sá Leitão destacou que a ação vai ser realizada em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pelo museu. Ela manterá os projetos de ensino, pesquisa e extensão, mas os recursos destinados para a reconstrução do local serão administrados pela nova agência. 

"Quero reiterar que o Museu Nacional pertence à UFRJ e o que estamos fazendo por meio da Abram é criando condições para que haja de fato o processo de reconstrução, que vai demandar volume muito grande de recursos. Para a própria UFRJ será melhor que esses recursos sejam geridos pela Abram", afirmou o ministro.

Inicialmente, porém, o governo estudava a possibilidade de retirar o museu do escopo da universidade por avaliar que a atual reitoria não teve competência para administrar os recursos repassados pelo governo federal. A ideia, no entanto, não foi levada adiante pelo temor de que a medida, considerada arbitrária por outras instituições de ensino, pudesse gerar reações não só da UFRJ mas de todas as universidades públicas do país. 

Segundo Sá Leitão, a Abram também constituirá o fundo patrimonial que recolherá recursos de doações e contribuições para a reconstrução do Museu Nacional. "Hoje essas receitas vão para o Tesouro Nacional, e pode ser pouco para o Tesouro mas é muito importante para estes museus. É importante que as instituições possam ficar com essas receitas", explicou o ministro da Cultura em uma cerimônia fechada realizada no Palácio do Planalto para assinatura da medida provisória.

Fundos Patrimoniais

Temer também assinou nesta tarde outra MP que institui a legislação para os fundos patrimoniais que poderão ser criados tanto para as áreas da cultura quanto de educação, saúde, ciência e tecnologia e outras.

Na cerimônia em que assinou o texto, o presidente declarou que "a tragédia de ontem", fazendo referência ao incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, contribuirá para a preservação do patrimônio histórico, cultural e científico do Brasil. "O incêndio destruiu não só acervo de valor inestimável, mas também parte da nossa história", discursou o presidente.

Após o incidente, Temer disse que teve a ideia de chamar bancos e empresas para ajudar na reconstrução do museu e que ficou surpreso com o entusiasmo. O objetivo, disse, é "não deixar apenas por conta do poder público" a missão de preservar o patrimônio, mas também "somar com a iniciativa privada". Ele disse que apenas na área federal há 3.700 museus atualmente.

Os fundos terão natureza privada e os doadores poderão especificar no que querem ver seu dinheiro empregado. No caso de projetos para a área cultural, os doadores poderão usar parte do imposto de renda a pagar para doar via Lei Rouanet. 

Veja: Arqueólogos em treinamento para resgatar peças do Museu Nacional

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Quando os trabalhos emergenciais de contenção estiverem concluídos, equipes de arqueólogos entrarão no palácio em busca do que pode ser salvo. Segundo o diretor administrativo do museu, Wagner William Martins, o treinamento já começou e a busca deve contar com a colaboração de profissionais de outras instituições.

BRASÍLIA -  Na esteira dos esforços para reconstruir o Museu Nacional, destruído por um incêndio na semana passada, o presidente Michel Temer assinou nesta segunda-feira, 10, duas medidas provisórias que criam a Agência Brasileira de Museus (Abram) e a legislação para a instituição de fundos patrimoniais. 

A reconstrução completa do Museu Nacional deve demorar "três ou quatro anos", estimou Ministro da Educação Foto: Fabio Motta|Estadão

A Abram, que substituirá o atual Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), será responsável por coordenar a reconstrução do Museu Nacional, que, de acordo com o governo, continua vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tanto o museu quanto a Abram ainda definirão os termos da cooperação posteriormente.

A agência gerenciará também os 27 museus que hoje estão sob os cuidados do Ibram e terá um orçamento inicial de R$ 200 milhões. De acordo com o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o valor corresponde a mais que o dobro do que o Ibram recebe atualmente, e será remanejado do Sebrae, representando 6% do orçamento da empresa.

A nova entidade terá status de serviço social autônomo e autonomia orçamentária. Além dos recursos iniciais, a agência também poderá ter outras fontes próprias como a administração da renda gerada pelos museus que estarão sobre o seu domínio, a gestão de fundos patrimoniais e o recebimento de recursos da Lei Rouanet. "Essa medida (que cria a Abram), além de dar muito mais agilidade e ter modelo de sustentabilidade mais evoluído, também amplia recursos", comemorou o ministro.

Sá Leitão afirmou ainda que haverá metas e indicadores de desempenho pelos quais a performance das instituições e da própria Abram poderão ser avaliadas. A instituição também terá políticas de compliance e regras anticorrupção. A presidência da agência ainda não foi definida e o seu conselho administrativo será formado pelo ministro da Cultura, por três integrantes do Poder Executivo e três da sociedade civil. 

"Não teremos com esse desenho aumento de despesa para o poder público. Ao contrário, teremos redução no médio e longo prazo ao mesmo tempo que teremos aumento nos recursos. É um ganha-ganha", declarou Sá Leitão. 

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, divulgou uma nota no início desta noite em que afirma que o Sebrae não foi consultado e que irá acionar a Justiça contra a MP. De acordo com a nota, "o governo desrespeitou princípios legais e de previsibilidade da gestão, já que os recursos retirados da empresa tinham definição definida". Afif diz ainda que considera a medida ilegal. 

Reconstrução

 Em entrevista à imprensa, Sá Leitão destacou que a ação vai ser realizada em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pelo museu. Ela manterá os projetos de ensino, pesquisa e extensão, mas os recursos destinados para a reconstrução do local serão administrados pela nova agência. 

"Quero reiterar que o Museu Nacional pertence à UFRJ e o que estamos fazendo por meio da Abram é criando condições para que haja de fato o processo de reconstrução, que vai demandar volume muito grande de recursos. Para a própria UFRJ será melhor que esses recursos sejam geridos pela Abram", afirmou o ministro.

Inicialmente, porém, o governo estudava a possibilidade de retirar o museu do escopo da universidade por avaliar que a atual reitoria não teve competência para administrar os recursos repassados pelo governo federal. A ideia, no entanto, não foi levada adiante pelo temor de que a medida, considerada arbitrária por outras instituições de ensino, pudesse gerar reações não só da UFRJ mas de todas as universidades públicas do país. 

Segundo Sá Leitão, a Abram também constituirá o fundo patrimonial que recolherá recursos de doações e contribuições para a reconstrução do Museu Nacional. "Hoje essas receitas vão para o Tesouro Nacional, e pode ser pouco para o Tesouro mas é muito importante para estes museus. É importante que as instituições possam ficar com essas receitas", explicou o ministro da Cultura em uma cerimônia fechada realizada no Palácio do Planalto para assinatura da medida provisória.

Fundos Patrimoniais

Temer também assinou nesta tarde outra MP que institui a legislação para os fundos patrimoniais que poderão ser criados tanto para as áreas da cultura quanto de educação, saúde, ciência e tecnologia e outras.

Na cerimônia em que assinou o texto, o presidente declarou que "a tragédia de ontem", fazendo referência ao incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, contribuirá para a preservação do patrimônio histórico, cultural e científico do Brasil. "O incêndio destruiu não só acervo de valor inestimável, mas também parte da nossa história", discursou o presidente.

Após o incidente, Temer disse que teve a ideia de chamar bancos e empresas para ajudar na reconstrução do museu e que ficou surpreso com o entusiasmo. O objetivo, disse, é "não deixar apenas por conta do poder público" a missão de preservar o patrimônio, mas também "somar com a iniciativa privada". Ele disse que apenas na área federal há 3.700 museus atualmente.

Os fundos terão natureza privada e os doadores poderão especificar no que querem ver seu dinheiro empregado. No caso de projetos para a área cultural, os doadores poderão usar parte do imposto de renda a pagar para doar via Lei Rouanet. 

Veja: Arqueólogos em treinamento para resgatar peças do Museu Nacional

Seu navegador não suporta esse video.

Quando os trabalhos emergenciais de contenção estiverem concluídos, equipes de arqueólogos entrarão no palácio em busca do que pode ser salvo. Segundo o diretor administrativo do museu, Wagner William Martins, o treinamento já começou e a busca deve contar com a colaboração de profissionais de outras instituições.

BRASÍLIA -  Na esteira dos esforços para reconstruir o Museu Nacional, destruído por um incêndio na semana passada, o presidente Michel Temer assinou nesta segunda-feira, 10, duas medidas provisórias que criam a Agência Brasileira de Museus (Abram) e a legislação para a instituição de fundos patrimoniais. 

A reconstrução completa do Museu Nacional deve demorar "três ou quatro anos", estimou Ministro da Educação Foto: Fabio Motta|Estadão

A Abram, que substituirá o atual Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), será responsável por coordenar a reconstrução do Museu Nacional, que, de acordo com o governo, continua vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tanto o museu quanto a Abram ainda definirão os termos da cooperação posteriormente.

A agência gerenciará também os 27 museus que hoje estão sob os cuidados do Ibram e terá um orçamento inicial de R$ 200 milhões. De acordo com o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o valor corresponde a mais que o dobro do que o Ibram recebe atualmente, e será remanejado do Sebrae, representando 6% do orçamento da empresa.

A nova entidade terá status de serviço social autônomo e autonomia orçamentária. Além dos recursos iniciais, a agência também poderá ter outras fontes próprias como a administração da renda gerada pelos museus que estarão sobre o seu domínio, a gestão de fundos patrimoniais e o recebimento de recursos da Lei Rouanet. "Essa medida (que cria a Abram), além de dar muito mais agilidade e ter modelo de sustentabilidade mais evoluído, também amplia recursos", comemorou o ministro.

Sá Leitão afirmou ainda que haverá metas e indicadores de desempenho pelos quais a performance das instituições e da própria Abram poderão ser avaliadas. A instituição também terá políticas de compliance e regras anticorrupção. A presidência da agência ainda não foi definida e o seu conselho administrativo será formado pelo ministro da Cultura, por três integrantes do Poder Executivo e três da sociedade civil. 

"Não teremos com esse desenho aumento de despesa para o poder público. Ao contrário, teremos redução no médio e longo prazo ao mesmo tempo que teremos aumento nos recursos. É um ganha-ganha", declarou Sá Leitão. 

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, divulgou uma nota no início desta noite em que afirma que o Sebrae não foi consultado e que irá acionar a Justiça contra a MP. De acordo com a nota, "o governo desrespeitou princípios legais e de previsibilidade da gestão, já que os recursos retirados da empresa tinham definição definida". Afif diz ainda que considera a medida ilegal. 

Reconstrução

 Em entrevista à imprensa, Sá Leitão destacou que a ação vai ser realizada em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pelo museu. Ela manterá os projetos de ensino, pesquisa e extensão, mas os recursos destinados para a reconstrução do local serão administrados pela nova agência. 

"Quero reiterar que o Museu Nacional pertence à UFRJ e o que estamos fazendo por meio da Abram é criando condições para que haja de fato o processo de reconstrução, que vai demandar volume muito grande de recursos. Para a própria UFRJ será melhor que esses recursos sejam geridos pela Abram", afirmou o ministro.

Inicialmente, porém, o governo estudava a possibilidade de retirar o museu do escopo da universidade por avaliar que a atual reitoria não teve competência para administrar os recursos repassados pelo governo federal. A ideia, no entanto, não foi levada adiante pelo temor de que a medida, considerada arbitrária por outras instituições de ensino, pudesse gerar reações não só da UFRJ mas de todas as universidades públicas do país. 

Segundo Sá Leitão, a Abram também constituirá o fundo patrimonial que recolherá recursos de doações e contribuições para a reconstrução do Museu Nacional. "Hoje essas receitas vão para o Tesouro Nacional, e pode ser pouco para o Tesouro mas é muito importante para estes museus. É importante que as instituições possam ficar com essas receitas", explicou o ministro da Cultura em uma cerimônia fechada realizada no Palácio do Planalto para assinatura da medida provisória.

Fundos Patrimoniais

Temer também assinou nesta tarde outra MP que institui a legislação para os fundos patrimoniais que poderão ser criados tanto para as áreas da cultura quanto de educação, saúde, ciência e tecnologia e outras.

Na cerimônia em que assinou o texto, o presidente declarou que "a tragédia de ontem", fazendo referência ao incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, contribuirá para a preservação do patrimônio histórico, cultural e científico do Brasil. "O incêndio destruiu não só acervo de valor inestimável, mas também parte da nossa história", discursou o presidente.

Após o incidente, Temer disse que teve a ideia de chamar bancos e empresas para ajudar na reconstrução do museu e que ficou surpreso com o entusiasmo. O objetivo, disse, é "não deixar apenas por conta do poder público" a missão de preservar o patrimônio, mas também "somar com a iniciativa privada". Ele disse que apenas na área federal há 3.700 museus atualmente.

Os fundos terão natureza privada e os doadores poderão especificar no que querem ver seu dinheiro empregado. No caso de projetos para a área cultural, os doadores poderão usar parte do imposto de renda a pagar para doar via Lei Rouanet. 

Veja: Arqueólogos em treinamento para resgatar peças do Museu Nacional

Seu navegador não suporta esse video.

Quando os trabalhos emergenciais de contenção estiverem concluídos, equipes de arqueólogos entrarão no palácio em busca do que pode ser salvo. Segundo o diretor administrativo do museu, Wagner William Martins, o treinamento já começou e a busca deve contar com a colaboração de profissionais de outras instituições.

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