Prefeito de Porto Alegre sugere que moradores com casa no litoral deixem a capital


Cerca de 70% da capital gaúcha está sem abastecimento de água, com apenas duas estações de tratamento em operação. ‘Ajudaria a esvaziar um pouco a cidade’, disse Sebastião Melo

Por Isabela Moya
Atualização:

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), sugeriu que os moradores que tenham casa no litoral deixem a capital em direção às praias que não foram tão afetadas pelas chuvas quanto a região central do Rio Grande do Sul. A sugestão tem como objetivo esvaziar a cidade para auxiliar na circulação de veículos de resgate. Segundo o prefeito, é seguro fazer a viagem pela rodovia RS-040.

“Nós precisamos esvaziar o máximo possível, reduzir a circulação em Porto Alegre, porque o barco, a ambulância, os caminhões precisam chegar no lugar certo, e quando tem um acúmulo de veículos, não conseguem fazer isso. Eu sugeri que aqueles que têm casa no litoral, que não foi atingido como a capital, que se eles entendessem que pudessem ir pro litoral, ajudaria a esvaziar um pouco a cidade”, afirmou, ressaltando que não se trata de uma evacuação da cidade.

O vice-prefeito Ricardo Gomes pediu para que aqueles que possuem barcos, jet-skis e jeeps se voluntariem para auxiliar no resgate das pessoas em regiões alagadas.

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“Existem ainda muitas pessoas a serem resgatadas. Pessoas que estão no terceiro, quarto, quinto andar de edifícios alagados não foram priorizadas no primeiro momento porque estávamos tirando pessoas com água dentro de casa, mas nós vamos precisar chegar nessas pessoas”, disse, pedindo também por doações de equipamentos de resgate.

A capital gaúcha tem parte de seu território completamente alagado e abriga 6 mil pessoas desalojadas Foto: Carlos Fabal/AFP
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Melo alertou para o impacto de notícias falsas que circulam nas redes sobre o desastre na capital gaúcha. “Não é verdade que o dique estourou, a água extravasou, mas neste momento está nivelada. Mas não é pelo fato de que o dique não rompeu que as pessoas não devem sair das regiões alagadas”, afirmou o prefeito.

“Teremos no mínimo 4 ou 5 dias em uma situação muito parecida com a de hoje”, reforçou. A prefeitura também informou que é falsa a informação de que estaria apreendendo barcos sem documentação. “Todos os barcos da cidade são bem-vindos para participar do processo de salvar vidas. É melhor um barco sem documento na rua salvando vidas”, disse o vice-prefeito.

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Porto Alegre está com 58 espaços de acolhimentos e pretende abrir novos alojamentos à medida em que mais espaços são disponibilizados. São 6 mil pessoas abrigadas, contando com moradores de cidades vizinhas como Eldorado, que não possui abrigos pois não possui áreas sem alagamentos. A estimativa é de que 10 mil pessoas já foram resgatadas de regiões alagadas.

A prefeitura decretou 3 dias sem aulas na rede pública e recomendou que a rede privada também suspenda as aulas. Os serviços de ônibus serão mantidos de forma parcial, nos locais da capital não alagados. Já o aeroporto de Porto Alegre está previsto para reabrir entre 9 e 10 de maio, segundo o prefeito.

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Desabastecimento de água

Apenas duas das seis estações de água de Porto Alegre estão em funcionamento, mas com baixa vazão, fazendo com que 70% da cidade se encontre sem abastecimento de água. A prefeitura também relatou dificuldade em tratar a água. “Água chegando com turbidez elevada, com muito barro”, segundo Maurício Loss, diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos.

Por isso, o prefeito pediu para que os moradores não desperdicem água. “Estamos trabalhando o dia todo para tentar encontrar uma solução para religar a estação São João, que atende 400 mil pessoas, estamos tentando colocar gerador, mas não é fácil, é um gerador monstruoso, não é fácil de chegar. Neste momento não se pode perder uma gota d’agua, porque estamos com um problema seríssimo na cidade”, disse Melo.

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A prefeitura encomendou de outros Estados caminhões pipa para o abastecimento de hospitais, asilos e casas geriátricas. No sábado, os hospitais foram abastecidos com oxigênio.

Orçamento extraordinário

Melo voltou a falar que, no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu para que seja elaborada uma medida provisória (MP) ou projeto de emenda constitucional (PEC) para que haja um orçamento especial para a reconstrução das áreas destruídas pelas chuvas e para que seja flexibilizadas as leis para garantir recursos financeiros de forma rápida. O mesmo pedido foi feito pelo governador do Estado, Eduardo Leite.

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O governo federal e o Congresso Nacional discutem a elaboração de um “orçamento de guerra” com um pacote de socorro ao Rio Grande do Sul.

“A história do Brasil em relação a desastres é muito anúncio e pouca efetividade, nunca funcionou, e se for mantida a situação atual de diversos pareceres, o dinheiro não vai chegar nunca”, disse. “Essas 6 mil pessoas (desabrigadas) não têm condição de voltar para onde estavam”, completou, ressaltando que as opções de aluguel social e solidário não são suficientes, e que será preciso reconstruir as casas e edifícios.

O prefeito falou em uma “PEC Humanitária, que criaria parâmetros para uso do recurso público com “presunção de boa fé”, mas punição agravada para desvios de dinheiro. “Quem fizer desvio de recurso em momento (de desastre) humanitário, a pena tem que ser maior”, sugeriu.

Melo também pediu para que os congressistas gaúchos liberem emendas parlamentares para reconstrução dos municípios de forma antecipada. “Tenho convicção de que os 31 deputados federais e os 3 senadores do Rio Grande do Sul vão liberar suas emendas”, disse.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), sugeriu que os moradores que tenham casa no litoral deixem a capital em direção às praias que não foram tão afetadas pelas chuvas quanto a região central do Rio Grande do Sul. A sugestão tem como objetivo esvaziar a cidade para auxiliar na circulação de veículos de resgate. Segundo o prefeito, é seguro fazer a viagem pela rodovia RS-040.

“Nós precisamos esvaziar o máximo possível, reduzir a circulação em Porto Alegre, porque o barco, a ambulância, os caminhões precisam chegar no lugar certo, e quando tem um acúmulo de veículos, não conseguem fazer isso. Eu sugeri que aqueles que têm casa no litoral, que não foi atingido como a capital, que se eles entendessem que pudessem ir pro litoral, ajudaria a esvaziar um pouco a cidade”, afirmou, ressaltando que não se trata de uma evacuação da cidade.

O vice-prefeito Ricardo Gomes pediu para que aqueles que possuem barcos, jet-skis e jeeps se voluntariem para auxiliar no resgate das pessoas em regiões alagadas.

“Existem ainda muitas pessoas a serem resgatadas. Pessoas que estão no terceiro, quarto, quinto andar de edifícios alagados não foram priorizadas no primeiro momento porque estávamos tirando pessoas com água dentro de casa, mas nós vamos precisar chegar nessas pessoas”, disse, pedindo também por doações de equipamentos de resgate.

A capital gaúcha tem parte de seu território completamente alagado e abriga 6 mil pessoas desalojadas Foto: Carlos Fabal/AFP

Melo alertou para o impacto de notícias falsas que circulam nas redes sobre o desastre na capital gaúcha. “Não é verdade que o dique estourou, a água extravasou, mas neste momento está nivelada. Mas não é pelo fato de que o dique não rompeu que as pessoas não devem sair das regiões alagadas”, afirmou o prefeito.

“Teremos no mínimo 4 ou 5 dias em uma situação muito parecida com a de hoje”, reforçou. A prefeitura também informou que é falsa a informação de que estaria apreendendo barcos sem documentação. “Todos os barcos da cidade são bem-vindos para participar do processo de salvar vidas. É melhor um barco sem documento na rua salvando vidas”, disse o vice-prefeito.

Porto Alegre está com 58 espaços de acolhimentos e pretende abrir novos alojamentos à medida em que mais espaços são disponibilizados. São 6 mil pessoas abrigadas, contando com moradores de cidades vizinhas como Eldorado, que não possui abrigos pois não possui áreas sem alagamentos. A estimativa é de que 10 mil pessoas já foram resgatadas de regiões alagadas.

A prefeitura decretou 3 dias sem aulas na rede pública e recomendou que a rede privada também suspenda as aulas. Os serviços de ônibus serão mantidos de forma parcial, nos locais da capital não alagados. Já o aeroporto de Porto Alegre está previsto para reabrir entre 9 e 10 de maio, segundo o prefeito.

Desabastecimento de água

Apenas duas das seis estações de água de Porto Alegre estão em funcionamento, mas com baixa vazão, fazendo com que 70% da cidade se encontre sem abastecimento de água. A prefeitura também relatou dificuldade em tratar a água. “Água chegando com turbidez elevada, com muito barro”, segundo Maurício Loss, diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos.

Por isso, o prefeito pediu para que os moradores não desperdicem água. “Estamos trabalhando o dia todo para tentar encontrar uma solução para religar a estação São João, que atende 400 mil pessoas, estamos tentando colocar gerador, mas não é fácil, é um gerador monstruoso, não é fácil de chegar. Neste momento não se pode perder uma gota d’agua, porque estamos com um problema seríssimo na cidade”, disse Melo.

A prefeitura encomendou de outros Estados caminhões pipa para o abastecimento de hospitais, asilos e casas geriátricas. No sábado, os hospitais foram abastecidos com oxigênio.

Orçamento extraordinário

Melo voltou a falar que, no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu para que seja elaborada uma medida provisória (MP) ou projeto de emenda constitucional (PEC) para que haja um orçamento especial para a reconstrução das áreas destruídas pelas chuvas e para que seja flexibilizadas as leis para garantir recursos financeiros de forma rápida. O mesmo pedido foi feito pelo governador do Estado, Eduardo Leite.

O governo federal e o Congresso Nacional discutem a elaboração de um “orçamento de guerra” com um pacote de socorro ao Rio Grande do Sul.

“A história do Brasil em relação a desastres é muito anúncio e pouca efetividade, nunca funcionou, e se for mantida a situação atual de diversos pareceres, o dinheiro não vai chegar nunca”, disse. “Essas 6 mil pessoas (desabrigadas) não têm condição de voltar para onde estavam”, completou, ressaltando que as opções de aluguel social e solidário não são suficientes, e que será preciso reconstruir as casas e edifícios.

O prefeito falou em uma “PEC Humanitária, que criaria parâmetros para uso do recurso público com “presunção de boa fé”, mas punição agravada para desvios de dinheiro. “Quem fizer desvio de recurso em momento (de desastre) humanitário, a pena tem que ser maior”, sugeriu.

Melo também pediu para que os congressistas gaúchos liberem emendas parlamentares para reconstrução dos municípios de forma antecipada. “Tenho convicção de que os 31 deputados federais e os 3 senadores do Rio Grande do Sul vão liberar suas emendas”, disse.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), sugeriu que os moradores que tenham casa no litoral deixem a capital em direção às praias que não foram tão afetadas pelas chuvas quanto a região central do Rio Grande do Sul. A sugestão tem como objetivo esvaziar a cidade para auxiliar na circulação de veículos de resgate. Segundo o prefeito, é seguro fazer a viagem pela rodovia RS-040.

“Nós precisamos esvaziar o máximo possível, reduzir a circulação em Porto Alegre, porque o barco, a ambulância, os caminhões precisam chegar no lugar certo, e quando tem um acúmulo de veículos, não conseguem fazer isso. Eu sugeri que aqueles que têm casa no litoral, que não foi atingido como a capital, que se eles entendessem que pudessem ir pro litoral, ajudaria a esvaziar um pouco a cidade”, afirmou, ressaltando que não se trata de uma evacuação da cidade.

O vice-prefeito Ricardo Gomes pediu para que aqueles que possuem barcos, jet-skis e jeeps se voluntariem para auxiliar no resgate das pessoas em regiões alagadas.

“Existem ainda muitas pessoas a serem resgatadas. Pessoas que estão no terceiro, quarto, quinto andar de edifícios alagados não foram priorizadas no primeiro momento porque estávamos tirando pessoas com água dentro de casa, mas nós vamos precisar chegar nessas pessoas”, disse, pedindo também por doações de equipamentos de resgate.

A capital gaúcha tem parte de seu território completamente alagado e abriga 6 mil pessoas desalojadas Foto: Carlos Fabal/AFP

Melo alertou para o impacto de notícias falsas que circulam nas redes sobre o desastre na capital gaúcha. “Não é verdade que o dique estourou, a água extravasou, mas neste momento está nivelada. Mas não é pelo fato de que o dique não rompeu que as pessoas não devem sair das regiões alagadas”, afirmou o prefeito.

“Teremos no mínimo 4 ou 5 dias em uma situação muito parecida com a de hoje”, reforçou. A prefeitura também informou que é falsa a informação de que estaria apreendendo barcos sem documentação. “Todos os barcos da cidade são bem-vindos para participar do processo de salvar vidas. É melhor um barco sem documento na rua salvando vidas”, disse o vice-prefeito.

Porto Alegre está com 58 espaços de acolhimentos e pretende abrir novos alojamentos à medida em que mais espaços são disponibilizados. São 6 mil pessoas abrigadas, contando com moradores de cidades vizinhas como Eldorado, que não possui abrigos pois não possui áreas sem alagamentos. A estimativa é de que 10 mil pessoas já foram resgatadas de regiões alagadas.

A prefeitura decretou 3 dias sem aulas na rede pública e recomendou que a rede privada também suspenda as aulas. Os serviços de ônibus serão mantidos de forma parcial, nos locais da capital não alagados. Já o aeroporto de Porto Alegre está previsto para reabrir entre 9 e 10 de maio, segundo o prefeito.

Desabastecimento de água

Apenas duas das seis estações de água de Porto Alegre estão em funcionamento, mas com baixa vazão, fazendo com que 70% da cidade se encontre sem abastecimento de água. A prefeitura também relatou dificuldade em tratar a água. “Água chegando com turbidez elevada, com muito barro”, segundo Maurício Loss, diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos.

Por isso, o prefeito pediu para que os moradores não desperdicem água. “Estamos trabalhando o dia todo para tentar encontrar uma solução para religar a estação São João, que atende 400 mil pessoas, estamos tentando colocar gerador, mas não é fácil, é um gerador monstruoso, não é fácil de chegar. Neste momento não se pode perder uma gota d’agua, porque estamos com um problema seríssimo na cidade”, disse Melo.

A prefeitura encomendou de outros Estados caminhões pipa para o abastecimento de hospitais, asilos e casas geriátricas. No sábado, os hospitais foram abastecidos com oxigênio.

Orçamento extraordinário

Melo voltou a falar que, no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu para que seja elaborada uma medida provisória (MP) ou projeto de emenda constitucional (PEC) para que haja um orçamento especial para a reconstrução das áreas destruídas pelas chuvas e para que seja flexibilizadas as leis para garantir recursos financeiros de forma rápida. O mesmo pedido foi feito pelo governador do Estado, Eduardo Leite.

O governo federal e o Congresso Nacional discutem a elaboração de um “orçamento de guerra” com um pacote de socorro ao Rio Grande do Sul.

“A história do Brasil em relação a desastres é muito anúncio e pouca efetividade, nunca funcionou, e se for mantida a situação atual de diversos pareceres, o dinheiro não vai chegar nunca”, disse. “Essas 6 mil pessoas (desabrigadas) não têm condição de voltar para onde estavam”, completou, ressaltando que as opções de aluguel social e solidário não são suficientes, e que será preciso reconstruir as casas e edifícios.

O prefeito falou em uma “PEC Humanitária, que criaria parâmetros para uso do recurso público com “presunção de boa fé”, mas punição agravada para desvios de dinheiro. “Quem fizer desvio de recurso em momento (de desastre) humanitário, a pena tem que ser maior”, sugeriu.

Melo também pediu para que os congressistas gaúchos liberem emendas parlamentares para reconstrução dos municípios de forma antecipada. “Tenho convicção de que os 31 deputados federais e os 3 senadores do Rio Grande do Sul vão liberar suas emendas”, disse.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), sugeriu que os moradores que tenham casa no litoral deixem a capital em direção às praias que não foram tão afetadas pelas chuvas quanto a região central do Rio Grande do Sul. A sugestão tem como objetivo esvaziar a cidade para auxiliar na circulação de veículos de resgate. Segundo o prefeito, é seguro fazer a viagem pela rodovia RS-040.

“Nós precisamos esvaziar o máximo possível, reduzir a circulação em Porto Alegre, porque o barco, a ambulância, os caminhões precisam chegar no lugar certo, e quando tem um acúmulo de veículos, não conseguem fazer isso. Eu sugeri que aqueles que têm casa no litoral, que não foi atingido como a capital, que se eles entendessem que pudessem ir pro litoral, ajudaria a esvaziar um pouco a cidade”, afirmou, ressaltando que não se trata de uma evacuação da cidade.

O vice-prefeito Ricardo Gomes pediu para que aqueles que possuem barcos, jet-skis e jeeps se voluntariem para auxiliar no resgate das pessoas em regiões alagadas.

“Existem ainda muitas pessoas a serem resgatadas. Pessoas que estão no terceiro, quarto, quinto andar de edifícios alagados não foram priorizadas no primeiro momento porque estávamos tirando pessoas com água dentro de casa, mas nós vamos precisar chegar nessas pessoas”, disse, pedindo também por doações de equipamentos de resgate.

A capital gaúcha tem parte de seu território completamente alagado e abriga 6 mil pessoas desalojadas Foto: Carlos Fabal/AFP

Melo alertou para o impacto de notícias falsas que circulam nas redes sobre o desastre na capital gaúcha. “Não é verdade que o dique estourou, a água extravasou, mas neste momento está nivelada. Mas não é pelo fato de que o dique não rompeu que as pessoas não devem sair das regiões alagadas”, afirmou o prefeito.

“Teremos no mínimo 4 ou 5 dias em uma situação muito parecida com a de hoje”, reforçou. A prefeitura também informou que é falsa a informação de que estaria apreendendo barcos sem documentação. “Todos os barcos da cidade são bem-vindos para participar do processo de salvar vidas. É melhor um barco sem documento na rua salvando vidas”, disse o vice-prefeito.

Porto Alegre está com 58 espaços de acolhimentos e pretende abrir novos alojamentos à medida em que mais espaços são disponibilizados. São 6 mil pessoas abrigadas, contando com moradores de cidades vizinhas como Eldorado, que não possui abrigos pois não possui áreas sem alagamentos. A estimativa é de que 10 mil pessoas já foram resgatadas de regiões alagadas.

A prefeitura decretou 3 dias sem aulas na rede pública e recomendou que a rede privada também suspenda as aulas. Os serviços de ônibus serão mantidos de forma parcial, nos locais da capital não alagados. Já o aeroporto de Porto Alegre está previsto para reabrir entre 9 e 10 de maio, segundo o prefeito.

Desabastecimento de água

Apenas duas das seis estações de água de Porto Alegre estão em funcionamento, mas com baixa vazão, fazendo com que 70% da cidade se encontre sem abastecimento de água. A prefeitura também relatou dificuldade em tratar a água. “Água chegando com turbidez elevada, com muito barro”, segundo Maurício Loss, diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos.

Por isso, o prefeito pediu para que os moradores não desperdicem água. “Estamos trabalhando o dia todo para tentar encontrar uma solução para religar a estação São João, que atende 400 mil pessoas, estamos tentando colocar gerador, mas não é fácil, é um gerador monstruoso, não é fácil de chegar. Neste momento não se pode perder uma gota d’agua, porque estamos com um problema seríssimo na cidade”, disse Melo.

A prefeitura encomendou de outros Estados caminhões pipa para o abastecimento de hospitais, asilos e casas geriátricas. No sábado, os hospitais foram abastecidos com oxigênio.

Orçamento extraordinário

Melo voltou a falar que, no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu para que seja elaborada uma medida provisória (MP) ou projeto de emenda constitucional (PEC) para que haja um orçamento especial para a reconstrução das áreas destruídas pelas chuvas e para que seja flexibilizadas as leis para garantir recursos financeiros de forma rápida. O mesmo pedido foi feito pelo governador do Estado, Eduardo Leite.

O governo federal e o Congresso Nacional discutem a elaboração de um “orçamento de guerra” com um pacote de socorro ao Rio Grande do Sul.

“A história do Brasil em relação a desastres é muito anúncio e pouca efetividade, nunca funcionou, e se for mantida a situação atual de diversos pareceres, o dinheiro não vai chegar nunca”, disse. “Essas 6 mil pessoas (desabrigadas) não têm condição de voltar para onde estavam”, completou, ressaltando que as opções de aluguel social e solidário não são suficientes, e que será preciso reconstruir as casas e edifícios.

O prefeito falou em uma “PEC Humanitária, que criaria parâmetros para uso do recurso público com “presunção de boa fé”, mas punição agravada para desvios de dinheiro. “Quem fizer desvio de recurso em momento (de desastre) humanitário, a pena tem que ser maior”, sugeriu.

Melo também pediu para que os congressistas gaúchos liberem emendas parlamentares para reconstrução dos municípios de forma antecipada. “Tenho convicção de que os 31 deputados federais e os 3 senadores do Rio Grande do Sul vão liberar suas emendas”, disse.

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