A mineradora Samarco celebrou acordo judicial com o governo de Minas e o Ministério Público Estadual prevendo, entre outros termos, a contratação de uma auditoria independente para análise das obras de reparo e estabilização das barragens da empresa em Mariana. As informações foram reveladas pela Rede Globo nesta terça-feira, 16.
O Ministério Público ressaltou que até o momento todas as informações sobre a estabilidade das barragens são fornecidas unilateralmente pela mineradora, sem análise de outras partes.
No fim de janeiro, a barragem de Fundão teve deslocamento de 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos, fazendo a empresa acionar novo alerta. No dia 5 de novembro, a estrutura se rompeu matando 17 pessoas, deixando dois desaparecidos e causando graves danos ambientais.
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Além da contratação da auditoria, que precisará de aprovação prévia do governo e do MP, o acordo estabelece também que a mineradora faça uma simulação de medidas de emergência que seriam tomadas após um novo rompimento. O exercício será direcionado aos habitantes dos distritos de Mariana e da vizinha Barra Longa. Segundo previsão que consta no acordo, um eventual novo acidente faria com que a lama chegasse em 10 minutos ao distrito de Bento Rodrigues, destruído pelo desastre.
Recuperação. Notificada a apresentar até hoje um novo plano de recuperação ambiental para as áreas afetadas pela lama, a Samarco deve pedir ao Ibama prorrogação de prazo. O Estado apurou que a mineradora tem alegado, em reuniões técnicas, a necessidade de mais cinco dias para aprofundar o relatório, rejeitado em 28 de janeiro pelo órgão ambiental, que o considerou “genérico”.
A mineradora informou que não comentará o assunto. Até as 21 horas desta terça, o Ibama disse não ter recebido pedido de adiamento.
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