No Rio, manifestantes invadem a Alerj em protesto contra pacote anticrise
A equipe do presidente Michel Temer tenta manter distância do pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo fluminense para enfrentar a crise econômica. A ordem no Palácio do Planalto é não puxar nova agenda negativa para o governo, no momento em que Temer faz de tudo para aprovar medidas polêmicas, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Teto dos Gastos Públicos, hoje em tramitação no Senado.
Entre as medidas anunciadas pelo governador Luiz Fernando Pezão, que ainda precisam ser aprovadas na Assembleia Legislativa, estão o fim de programas sociais e a elevação de impostos, incluindo o aumento da contribuição previdenciária dos servidores, que terão pelo menos 30% dos salários descontados por seis meses.
Em conversas reservadas, ministros do núcleo político afirmam que o Planalto já fez tudo o que podia fazer pelo Rio, como nas Olimpíada, quando Temer – então presidente interino – autorizou um repasse de R$ 2,9 bilhões para o Estado. O empréstimo, a fundo perdido, foi feito para ajudar nas despesas com segurança pública, por causa dos jogos.
Um auxiliar de Temer disse ao Estado que, agora, o governo federal não tem mais como socorrer o Rio. Observou, ainda, que o presidente tem “problemas demais” para resolver e não vai se intrometer em assuntos “domésticos”. Na prática, porém, Temer luta para “distensionar” o ambiente político e econômico, como ele mesmo afirmou na segunda-feira, e não para levar ao Planalto mais um dramático capítulo da tesourada nas contas públicas e do corte de direitos sociais.