Rússia ataca Kiev com drones kamikaze e mira destruição da rede elétrica ucraniana antes do inverno


Ao menos quatro pessoas morreram, incluindo uma mulher grávida, e outras dezenas ficaram feridas com os ataques

Por Redação
Atualização:

KIEV - A Rússia realizou o maior bombardeio com drones kamikaze, equipamentos de fabricação iraniana, à capital da Ucrânia nesta segunda-feira, 17, atingindo alvos civis e da infraestrutura energética do país. Ao menos quatro pessoas morreram, incluindo uma mulher grávida, e outras dezenas ficaram feridas. Os ataques à rede elétrica ucraniana ocorrem às vésperas da chegada do forte inverno na região, o que indica uma estratégia do Kremlin de punir a população civil do país com a escassez de energia e de aquecimento em meio a temperaturas congelantes.

Os ataques ocorreram antes das 07h (01h em Brasília), durante a hora do rush da manhã. O distrito central de Shevchenko, em Kiev, foi atingido pelo menos cinco vezes, enquanto um ataque separado na região nordeste de Sumy matou ao menos três pessoas.

continua após a publicidade

Os moradores da capital ouviram o barulho característico dos drones Shahed, fabricados no Irã, enquanto os moradores se preparavam para o trabalho e muitas crianças ainda estavam acordando. Barulhentos e voando lentamente a baixas altitudes, os equipamentos anunciaram sua chegada com um zumbido que parecia uma motocicleta. Visíveis de quem olhava da rua ou dos prédios, os equipamentos entraram na mira dos soldados ucranianos, que abriram fogo com seus fuzis.

Drone sobrevoa o céu de Kiev e se aproxima de alvo. Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP
Policial tenta atirar em drone em Kiev. Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP
continua após a publicidade

Em vez de ir para as salas de aula, as crianças, algumas já vestidas com seus uniformes escolares, foram para os porões para se abrigar, como fizeram uma semana antes, quando a cidade foi alvo de contínuos bombardeios.

“A janela do meu quarto estourou, a janela da cozinha estourou e as paredes desabaram”, disse Stefanova, uma psicóloga aposentada, em depoimento ao jornal britânico The Guardian. “A fumaça era tão forte e espessa que não pudemos ver nada por cinco minutos e ficamos completamente desorientados. Era como uma neblina pesada: eu e mamãe começamos a sufocar nessa fumaça”.

“Eu estava fumando na minha varanda e um passou voando”, disse Vladislav Khokhlov, morador de um apartamento de 13º andar, ao The New York Times. Ele disse que viu o que parecia ser um pequeno triângulo metálico passar não muito mais alto do que os telhados, soando como uma serra elétrica.

continua após a publicidade

Seu navegador não suporta esse video.

Várias explosões atingiram Kiev, capital da Ucrânia, a cidade ainda vivia o trauma do forte ataque russo há uma semana

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que 28 drones foram vistos sobre a cidade, com cinco explosões confirmadas. A Força Aérea da Ucrânia enviou jatos para perseguir e atirar nos drones, enquanto alguns foram abatidos por tropas ucranianas que dispararam do solo. Os alvos dos ataques incluíam a sede da concessionária nacional de energia da Ucrânia e uma estação de aquecimento municipal.

Bombardeios no centro e no norte da Ucrânia danificaram a rede de energia do país, anunciou a operadora estatal, pedindo aos cidadãos que consumam quantidades mínimas de eletricidade para evitar paralisações de emergência.

continua após a publicidade

É a segunda semana consecutiva que o centro de Kiev está sob bombardeio, uma retaliação do presidente Vladimir Putin pela destruição de uma ponte na Crimeia, estratégica para a Rússia por ser usada para reabastecer as tropas na guerra. Os ataques fizeram autoridades ucranianas rapidamente aumentarem os apelos aos sistemas de defesa aérea ocidentais.

A Força Aérea da Ucrânia disse que Moscou disparou 43 dos drones na segunda-feira, mas 37 foram abatidos por sistemas de defesa aérea.

continua após a publicidade

No ataque à estação de aquecimento municipal, um drone atingiu perto de onde outro havia atingido cerca de uma hora antes, em lados opostos da rua Zhilianska. Parece ser o que os ucranianos chamam de “ataque de toque duplo”, uma tática que visa matar trabalhadores de emergência ou bombeiros respondendo a um ataque inicial.

No sul da Ucrânia, um outro bombardeio danificou uma subestação elétrica, cortando novamente a energia da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, disseram autoridades nesta segunda-feira. Os geradores a diesel de backup da usina foram ligados, de acordo com um comunicado da empresa de energia nuclear ucraniana, Energoatom.

Sanções ao Irã

continua após a publicidade

A Ucrânia pediu que a União Europeia aplique sanções ao Irã por fornecer à Rússia os drones kamikaze, que têm sido cada vez mais usados nos ataques ao país. O ministro das Relações Exteriores do país, Dmitro Kuleba, disse que se dirigiu a chanceleres da UE que se reuniram em Luxemburgo. “Apelo à UE para impor sanções ao Irã por fornecer drones à Rússia”, escreveu ele no Twitter na segunda-feira.

Embora o Irã tenha negado oficialmente o fornecimento de drones à Rússia para uso na Ucrânia, autoridades dos EUA disseram que o primeiro lote de tais armas foi entregue a Moscou em agosto.

Mikhailo Podolyak, conselheiro do presidente Volodmir Zelenski, condenou o Irã por dar à Rússia “armas para assassinatos em massa no coração da Europa”. “O Irã é responsável pelos assassinatos de ucranianos”, escreveu Podoliak no Twitter na segunda-feira, acrescentando que se trata de um caso “em que as sanções não são suficientes”.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse que as democracias devem “se unir para repelir esses ataques”. “Rússia e Irã se unem para espalhar terror e morte”, escreveu ele no Twitter.

Antes da reunião em Luxemburgo, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, denunciou os ataques em Kiev.

“O que podemos ver agora: drones iranianos são usados aparentemente para atacar no meio de Kiev, isso é uma atrocidade”, disse ele, segundo a agência de notícias Reuters, acrescentando que a União Europeia deve tomar “medidas concretas” em resposta.

Retaliação

Em 10 de outubro, mísseis russos caíram sobre Kiev e outras cidades ucranianas na maior onda de ataques em meses, matando pelo menos 19 pessoas e ferindo 105.

Moscou realizou mais ataques em 11 de outubro, em menor escala, atingindo instalações de energia no oeste da Ucrânia.

Seu navegador não suporta esse video.

Várias cidades ucranianas foram alvo de bombardeios nesta segunda-feira, incluindo a capital Kiev, onde cinco pessoas morreram e dezenas ficaram feridas

O presidente russo disse que os ataques foram uma retaliação à explosão que danificou a ponte estratégica que liga a Rússia à península da Crimeia, anexada por Moscou.

Na sexta-feira, Putin expressou satisfação, dizendo que “por enquanto” não havia necessidade de realizar mais ataques em larga escala contra a Ucrânia. /NYT, WPOST, AFP e AP

KIEV - A Rússia realizou o maior bombardeio com drones kamikaze, equipamentos de fabricação iraniana, à capital da Ucrânia nesta segunda-feira, 17, atingindo alvos civis e da infraestrutura energética do país. Ao menos quatro pessoas morreram, incluindo uma mulher grávida, e outras dezenas ficaram feridas. Os ataques à rede elétrica ucraniana ocorrem às vésperas da chegada do forte inverno na região, o que indica uma estratégia do Kremlin de punir a população civil do país com a escassez de energia e de aquecimento em meio a temperaturas congelantes.

Os ataques ocorreram antes das 07h (01h em Brasília), durante a hora do rush da manhã. O distrito central de Shevchenko, em Kiev, foi atingido pelo menos cinco vezes, enquanto um ataque separado na região nordeste de Sumy matou ao menos três pessoas.

Os moradores da capital ouviram o barulho característico dos drones Shahed, fabricados no Irã, enquanto os moradores se preparavam para o trabalho e muitas crianças ainda estavam acordando. Barulhentos e voando lentamente a baixas altitudes, os equipamentos anunciaram sua chegada com um zumbido que parecia uma motocicleta. Visíveis de quem olhava da rua ou dos prédios, os equipamentos entraram na mira dos soldados ucranianos, que abriram fogo com seus fuzis.

Drone sobrevoa o céu de Kiev e se aproxima de alvo. Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP
Policial tenta atirar em drone em Kiev. Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP

Em vez de ir para as salas de aula, as crianças, algumas já vestidas com seus uniformes escolares, foram para os porões para se abrigar, como fizeram uma semana antes, quando a cidade foi alvo de contínuos bombardeios.

“A janela do meu quarto estourou, a janela da cozinha estourou e as paredes desabaram”, disse Stefanova, uma psicóloga aposentada, em depoimento ao jornal britânico The Guardian. “A fumaça era tão forte e espessa que não pudemos ver nada por cinco minutos e ficamos completamente desorientados. Era como uma neblina pesada: eu e mamãe começamos a sufocar nessa fumaça”.

“Eu estava fumando na minha varanda e um passou voando”, disse Vladislav Khokhlov, morador de um apartamento de 13º andar, ao The New York Times. Ele disse que viu o que parecia ser um pequeno triângulo metálico passar não muito mais alto do que os telhados, soando como uma serra elétrica.

Seu navegador não suporta esse video.

Várias explosões atingiram Kiev, capital da Ucrânia, a cidade ainda vivia o trauma do forte ataque russo há uma semana

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que 28 drones foram vistos sobre a cidade, com cinco explosões confirmadas. A Força Aérea da Ucrânia enviou jatos para perseguir e atirar nos drones, enquanto alguns foram abatidos por tropas ucranianas que dispararam do solo. Os alvos dos ataques incluíam a sede da concessionária nacional de energia da Ucrânia e uma estação de aquecimento municipal.

Bombardeios no centro e no norte da Ucrânia danificaram a rede de energia do país, anunciou a operadora estatal, pedindo aos cidadãos que consumam quantidades mínimas de eletricidade para evitar paralisações de emergência.

É a segunda semana consecutiva que o centro de Kiev está sob bombardeio, uma retaliação do presidente Vladimir Putin pela destruição de uma ponte na Crimeia, estratégica para a Rússia por ser usada para reabastecer as tropas na guerra. Os ataques fizeram autoridades ucranianas rapidamente aumentarem os apelos aos sistemas de defesa aérea ocidentais.

A Força Aérea da Ucrânia disse que Moscou disparou 43 dos drones na segunda-feira, mas 37 foram abatidos por sistemas de defesa aérea.

No ataque à estação de aquecimento municipal, um drone atingiu perto de onde outro havia atingido cerca de uma hora antes, em lados opostos da rua Zhilianska. Parece ser o que os ucranianos chamam de “ataque de toque duplo”, uma tática que visa matar trabalhadores de emergência ou bombeiros respondendo a um ataque inicial.

No sul da Ucrânia, um outro bombardeio danificou uma subestação elétrica, cortando novamente a energia da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, disseram autoridades nesta segunda-feira. Os geradores a diesel de backup da usina foram ligados, de acordo com um comunicado da empresa de energia nuclear ucraniana, Energoatom.

Sanções ao Irã

A Ucrânia pediu que a União Europeia aplique sanções ao Irã por fornecer à Rússia os drones kamikaze, que têm sido cada vez mais usados nos ataques ao país. O ministro das Relações Exteriores do país, Dmitro Kuleba, disse que se dirigiu a chanceleres da UE que se reuniram em Luxemburgo. “Apelo à UE para impor sanções ao Irã por fornecer drones à Rússia”, escreveu ele no Twitter na segunda-feira.

Embora o Irã tenha negado oficialmente o fornecimento de drones à Rússia para uso na Ucrânia, autoridades dos EUA disseram que o primeiro lote de tais armas foi entregue a Moscou em agosto.

Mikhailo Podolyak, conselheiro do presidente Volodmir Zelenski, condenou o Irã por dar à Rússia “armas para assassinatos em massa no coração da Europa”. “O Irã é responsável pelos assassinatos de ucranianos”, escreveu Podoliak no Twitter na segunda-feira, acrescentando que se trata de um caso “em que as sanções não são suficientes”.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse que as democracias devem “se unir para repelir esses ataques”. “Rússia e Irã se unem para espalhar terror e morte”, escreveu ele no Twitter.

Antes da reunião em Luxemburgo, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, denunciou os ataques em Kiev.

“O que podemos ver agora: drones iranianos são usados aparentemente para atacar no meio de Kiev, isso é uma atrocidade”, disse ele, segundo a agência de notícias Reuters, acrescentando que a União Europeia deve tomar “medidas concretas” em resposta.

Retaliação

Em 10 de outubro, mísseis russos caíram sobre Kiev e outras cidades ucranianas na maior onda de ataques em meses, matando pelo menos 19 pessoas e ferindo 105.

Moscou realizou mais ataques em 11 de outubro, em menor escala, atingindo instalações de energia no oeste da Ucrânia.

Seu navegador não suporta esse video.

Várias cidades ucranianas foram alvo de bombardeios nesta segunda-feira, incluindo a capital Kiev, onde cinco pessoas morreram e dezenas ficaram feridas

O presidente russo disse que os ataques foram uma retaliação à explosão que danificou a ponte estratégica que liga a Rússia à península da Crimeia, anexada por Moscou.

Na sexta-feira, Putin expressou satisfação, dizendo que “por enquanto” não havia necessidade de realizar mais ataques em larga escala contra a Ucrânia. /NYT, WPOST, AFP e AP

KIEV - A Rússia realizou o maior bombardeio com drones kamikaze, equipamentos de fabricação iraniana, à capital da Ucrânia nesta segunda-feira, 17, atingindo alvos civis e da infraestrutura energética do país. Ao menos quatro pessoas morreram, incluindo uma mulher grávida, e outras dezenas ficaram feridas. Os ataques à rede elétrica ucraniana ocorrem às vésperas da chegada do forte inverno na região, o que indica uma estratégia do Kremlin de punir a população civil do país com a escassez de energia e de aquecimento em meio a temperaturas congelantes.

Os ataques ocorreram antes das 07h (01h em Brasília), durante a hora do rush da manhã. O distrito central de Shevchenko, em Kiev, foi atingido pelo menos cinco vezes, enquanto um ataque separado na região nordeste de Sumy matou ao menos três pessoas.

Os moradores da capital ouviram o barulho característico dos drones Shahed, fabricados no Irã, enquanto os moradores se preparavam para o trabalho e muitas crianças ainda estavam acordando. Barulhentos e voando lentamente a baixas altitudes, os equipamentos anunciaram sua chegada com um zumbido que parecia uma motocicleta. Visíveis de quem olhava da rua ou dos prédios, os equipamentos entraram na mira dos soldados ucranianos, que abriram fogo com seus fuzis.

Drone sobrevoa o céu de Kiev e se aproxima de alvo. Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP
Policial tenta atirar em drone em Kiev. Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP

Em vez de ir para as salas de aula, as crianças, algumas já vestidas com seus uniformes escolares, foram para os porões para se abrigar, como fizeram uma semana antes, quando a cidade foi alvo de contínuos bombardeios.

“A janela do meu quarto estourou, a janela da cozinha estourou e as paredes desabaram”, disse Stefanova, uma psicóloga aposentada, em depoimento ao jornal britânico The Guardian. “A fumaça era tão forte e espessa que não pudemos ver nada por cinco minutos e ficamos completamente desorientados. Era como uma neblina pesada: eu e mamãe começamos a sufocar nessa fumaça”.

“Eu estava fumando na minha varanda e um passou voando”, disse Vladislav Khokhlov, morador de um apartamento de 13º andar, ao The New York Times. Ele disse que viu o que parecia ser um pequeno triângulo metálico passar não muito mais alto do que os telhados, soando como uma serra elétrica.

Seu navegador não suporta esse video.

Várias explosões atingiram Kiev, capital da Ucrânia, a cidade ainda vivia o trauma do forte ataque russo há uma semana

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que 28 drones foram vistos sobre a cidade, com cinco explosões confirmadas. A Força Aérea da Ucrânia enviou jatos para perseguir e atirar nos drones, enquanto alguns foram abatidos por tropas ucranianas que dispararam do solo. Os alvos dos ataques incluíam a sede da concessionária nacional de energia da Ucrânia e uma estação de aquecimento municipal.

Bombardeios no centro e no norte da Ucrânia danificaram a rede de energia do país, anunciou a operadora estatal, pedindo aos cidadãos que consumam quantidades mínimas de eletricidade para evitar paralisações de emergência.

É a segunda semana consecutiva que o centro de Kiev está sob bombardeio, uma retaliação do presidente Vladimir Putin pela destruição de uma ponte na Crimeia, estratégica para a Rússia por ser usada para reabastecer as tropas na guerra. Os ataques fizeram autoridades ucranianas rapidamente aumentarem os apelos aos sistemas de defesa aérea ocidentais.

A Força Aérea da Ucrânia disse que Moscou disparou 43 dos drones na segunda-feira, mas 37 foram abatidos por sistemas de defesa aérea.

No ataque à estação de aquecimento municipal, um drone atingiu perto de onde outro havia atingido cerca de uma hora antes, em lados opostos da rua Zhilianska. Parece ser o que os ucranianos chamam de “ataque de toque duplo”, uma tática que visa matar trabalhadores de emergência ou bombeiros respondendo a um ataque inicial.

No sul da Ucrânia, um outro bombardeio danificou uma subestação elétrica, cortando novamente a energia da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, disseram autoridades nesta segunda-feira. Os geradores a diesel de backup da usina foram ligados, de acordo com um comunicado da empresa de energia nuclear ucraniana, Energoatom.

Sanções ao Irã

A Ucrânia pediu que a União Europeia aplique sanções ao Irã por fornecer à Rússia os drones kamikaze, que têm sido cada vez mais usados nos ataques ao país. O ministro das Relações Exteriores do país, Dmitro Kuleba, disse que se dirigiu a chanceleres da UE que se reuniram em Luxemburgo. “Apelo à UE para impor sanções ao Irã por fornecer drones à Rússia”, escreveu ele no Twitter na segunda-feira.

Embora o Irã tenha negado oficialmente o fornecimento de drones à Rússia para uso na Ucrânia, autoridades dos EUA disseram que o primeiro lote de tais armas foi entregue a Moscou em agosto.

Mikhailo Podolyak, conselheiro do presidente Volodmir Zelenski, condenou o Irã por dar à Rússia “armas para assassinatos em massa no coração da Europa”. “O Irã é responsável pelos assassinatos de ucranianos”, escreveu Podoliak no Twitter na segunda-feira, acrescentando que se trata de um caso “em que as sanções não são suficientes”.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse que as democracias devem “se unir para repelir esses ataques”. “Rússia e Irã se unem para espalhar terror e morte”, escreveu ele no Twitter.

Antes da reunião em Luxemburgo, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, denunciou os ataques em Kiev.

“O que podemos ver agora: drones iranianos são usados aparentemente para atacar no meio de Kiev, isso é uma atrocidade”, disse ele, segundo a agência de notícias Reuters, acrescentando que a União Europeia deve tomar “medidas concretas” em resposta.

Retaliação

Em 10 de outubro, mísseis russos caíram sobre Kiev e outras cidades ucranianas na maior onda de ataques em meses, matando pelo menos 19 pessoas e ferindo 105.

Moscou realizou mais ataques em 11 de outubro, em menor escala, atingindo instalações de energia no oeste da Ucrânia.

Seu navegador não suporta esse video.

Várias cidades ucranianas foram alvo de bombardeios nesta segunda-feira, incluindo a capital Kiev, onde cinco pessoas morreram e dezenas ficaram feridas

O presidente russo disse que os ataques foram uma retaliação à explosão que danificou a ponte estratégica que liga a Rússia à península da Crimeia, anexada por Moscou.

Na sexta-feira, Putin expressou satisfação, dizendo que “por enquanto” não havia necessidade de realizar mais ataques em larga escala contra a Ucrânia. /NYT, WPOST, AFP e AP

KIEV - A Rússia realizou o maior bombardeio com drones kamikaze, equipamentos de fabricação iraniana, à capital da Ucrânia nesta segunda-feira, 17, atingindo alvos civis e da infraestrutura energética do país. Ao menos quatro pessoas morreram, incluindo uma mulher grávida, e outras dezenas ficaram feridas. Os ataques à rede elétrica ucraniana ocorrem às vésperas da chegada do forte inverno na região, o que indica uma estratégia do Kremlin de punir a população civil do país com a escassez de energia e de aquecimento em meio a temperaturas congelantes.

Os ataques ocorreram antes das 07h (01h em Brasília), durante a hora do rush da manhã. O distrito central de Shevchenko, em Kiev, foi atingido pelo menos cinco vezes, enquanto um ataque separado na região nordeste de Sumy matou ao menos três pessoas.

Os moradores da capital ouviram o barulho característico dos drones Shahed, fabricados no Irã, enquanto os moradores se preparavam para o trabalho e muitas crianças ainda estavam acordando. Barulhentos e voando lentamente a baixas altitudes, os equipamentos anunciaram sua chegada com um zumbido que parecia uma motocicleta. Visíveis de quem olhava da rua ou dos prédios, os equipamentos entraram na mira dos soldados ucranianos, que abriram fogo com seus fuzis.

Drone sobrevoa o céu de Kiev e se aproxima de alvo. Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP
Policial tenta atirar em drone em Kiev. Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP

Em vez de ir para as salas de aula, as crianças, algumas já vestidas com seus uniformes escolares, foram para os porões para se abrigar, como fizeram uma semana antes, quando a cidade foi alvo de contínuos bombardeios.

“A janela do meu quarto estourou, a janela da cozinha estourou e as paredes desabaram”, disse Stefanova, uma psicóloga aposentada, em depoimento ao jornal britânico The Guardian. “A fumaça era tão forte e espessa que não pudemos ver nada por cinco minutos e ficamos completamente desorientados. Era como uma neblina pesada: eu e mamãe começamos a sufocar nessa fumaça”.

“Eu estava fumando na minha varanda e um passou voando”, disse Vladislav Khokhlov, morador de um apartamento de 13º andar, ao The New York Times. Ele disse que viu o que parecia ser um pequeno triângulo metálico passar não muito mais alto do que os telhados, soando como uma serra elétrica.

Seu navegador não suporta esse video.

Várias explosões atingiram Kiev, capital da Ucrânia, a cidade ainda vivia o trauma do forte ataque russo há uma semana

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que 28 drones foram vistos sobre a cidade, com cinco explosões confirmadas. A Força Aérea da Ucrânia enviou jatos para perseguir e atirar nos drones, enquanto alguns foram abatidos por tropas ucranianas que dispararam do solo. Os alvos dos ataques incluíam a sede da concessionária nacional de energia da Ucrânia e uma estação de aquecimento municipal.

Bombardeios no centro e no norte da Ucrânia danificaram a rede de energia do país, anunciou a operadora estatal, pedindo aos cidadãos que consumam quantidades mínimas de eletricidade para evitar paralisações de emergência.

É a segunda semana consecutiva que o centro de Kiev está sob bombardeio, uma retaliação do presidente Vladimir Putin pela destruição de uma ponte na Crimeia, estratégica para a Rússia por ser usada para reabastecer as tropas na guerra. Os ataques fizeram autoridades ucranianas rapidamente aumentarem os apelos aos sistemas de defesa aérea ocidentais.

A Força Aérea da Ucrânia disse que Moscou disparou 43 dos drones na segunda-feira, mas 37 foram abatidos por sistemas de defesa aérea.

No ataque à estação de aquecimento municipal, um drone atingiu perto de onde outro havia atingido cerca de uma hora antes, em lados opostos da rua Zhilianska. Parece ser o que os ucranianos chamam de “ataque de toque duplo”, uma tática que visa matar trabalhadores de emergência ou bombeiros respondendo a um ataque inicial.

No sul da Ucrânia, um outro bombardeio danificou uma subestação elétrica, cortando novamente a energia da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, disseram autoridades nesta segunda-feira. Os geradores a diesel de backup da usina foram ligados, de acordo com um comunicado da empresa de energia nuclear ucraniana, Energoatom.

Sanções ao Irã

A Ucrânia pediu que a União Europeia aplique sanções ao Irã por fornecer à Rússia os drones kamikaze, que têm sido cada vez mais usados nos ataques ao país. O ministro das Relações Exteriores do país, Dmitro Kuleba, disse que se dirigiu a chanceleres da UE que se reuniram em Luxemburgo. “Apelo à UE para impor sanções ao Irã por fornecer drones à Rússia”, escreveu ele no Twitter na segunda-feira.

Embora o Irã tenha negado oficialmente o fornecimento de drones à Rússia para uso na Ucrânia, autoridades dos EUA disseram que o primeiro lote de tais armas foi entregue a Moscou em agosto.

Mikhailo Podolyak, conselheiro do presidente Volodmir Zelenski, condenou o Irã por dar à Rússia “armas para assassinatos em massa no coração da Europa”. “O Irã é responsável pelos assassinatos de ucranianos”, escreveu Podoliak no Twitter na segunda-feira, acrescentando que se trata de um caso “em que as sanções não são suficientes”.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse que as democracias devem “se unir para repelir esses ataques”. “Rússia e Irã se unem para espalhar terror e morte”, escreveu ele no Twitter.

Antes da reunião em Luxemburgo, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, denunciou os ataques em Kiev.

“O que podemos ver agora: drones iranianos são usados aparentemente para atacar no meio de Kiev, isso é uma atrocidade”, disse ele, segundo a agência de notícias Reuters, acrescentando que a União Europeia deve tomar “medidas concretas” em resposta.

Retaliação

Em 10 de outubro, mísseis russos caíram sobre Kiev e outras cidades ucranianas na maior onda de ataques em meses, matando pelo menos 19 pessoas e ferindo 105.

Moscou realizou mais ataques em 11 de outubro, em menor escala, atingindo instalações de energia no oeste da Ucrânia.

Seu navegador não suporta esse video.

Várias cidades ucranianas foram alvo de bombardeios nesta segunda-feira, incluindo a capital Kiev, onde cinco pessoas morreram e dezenas ficaram feridas

O presidente russo disse que os ataques foram uma retaliação à explosão que danificou a ponte estratégica que liga a Rússia à península da Crimeia, anexada por Moscou.

Na sexta-feira, Putin expressou satisfação, dizendo que “por enquanto” não havia necessidade de realizar mais ataques em larga escala contra a Ucrânia. /NYT, WPOST, AFP e AP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.